Poema dedicado a Ormuz Simonetti
Dos Oliveiras
sefarditas ibéricos
trago o sangue judaico
mas sou cristão
- nem novo nem velho –
por convicção.
Das margens do São Francisco
vejo as terras mais próximas
que lhes deu o sonho:
o planalto da Borborema
e o rio Espinharas
que bebe a seca dos sertões.
Dos Paivas
que antes foram Baião
vem-me o sopro da poesia
de João Soares de Paiva
o trovador primevo
que herdou do rio o seu nome.
Portanto posso dizer
que a dialética das águas
sempre me acompanhou
e que nem sempre sou o mesmo
embora meu destino
seja o mar.
(Horácio Paiva, na ribeira do rio Pium)
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