quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Gente do nosso tempo (I)


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
De costume, e por preferência, tenho pesquisado e publicado, neste jornal, registros genealógicos dos nossos povoadores mais antigos. Nossos leitores me contam que, mesmo desconhecendo as pessoas citadas, gostam de saber sobre o passado. Talvez, na intenção de encontrar um ascendente. Mas, necessitando buscar maiores informações sobre descendentes de antigos moradores da nossa Freguesia, pesquiso, muitas vezes, registros mais recentes. Aí, encontro gente do nosso tempo, que talvez nem saiba de onde vieram seus ascendentes. Por isso, vou trazer para este espaço, também, registro de pessoas conhecidas. Assim, talvez possamos melhorar o elo com o passado mais antigo. Como algumas dessas pessoas ainda são vivas, evitarei citar a data exata do nascimento.

Zé Eduardo, amigo de muitos anos, e colega, por diversas vezes, na UFRN, Governo do Estado e Prefeitura Municipal do Natal, é o primeiro da lista. José Eduardo de Almeida Moura nasceu, em Natal, no ano de 1947, e foi batizado nesse mesmo ano, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, pelo seu tio, o Reverendo Padre Pedro de Moura (autor de livros sobre o Rio Grande do Norte), no dia de Nossa Senhora da Conceição. Filho legítimo de Ezequiel Rebouças de Moura, comerciante, e de sua esposa D. Angélica de Almeida Moura, professora (foi diretora do Atheneu), neto paterno de Gonçalo Ismael de Moura e Josefa Rebouças de Moura e, materno de Heitor Góis de Almeida e Maria Alinda Lagrota de Almeida Bastos. Foram padrinhos Ângelo Lagrota de Almeida Bastos e Santa Inez Rebouças de Moura. Nessa época os pais residiam na Rua José de Alencar, 724, como também o padrinho Ângelo. Já Santa Inez residia na General Ozório, 256.

Tó, como era conhecido, amigo de infância, residia na esquina da Hermes da Fonseca com a Ezequias Pegado na casa de seus pais Seu Gaspar e Dona Aparecida. Do seu registro tiramos o que se segue: Antonio Neto Gaspar nasceu em Paulista, Pernambuco, no ano de 1943, e foi batizado nesse mesmo ano na Igreja do Tirol, pelo padre Esmerino Gomes da Silva. Filho legítimo de Henrique Marques Gaspar (português) e de sua esposa D. Maria Aparecida Neto Gaspar. Foram padrinhos, seu tio, José Arnaud Gomes Neto (foi Deputado Federal) e sua esposa D. Elza Câmara (filha do Senador João Câmara).

Zé Wilson, outro amigo de infância, que morava na Hermes da Fonseca, em frente ao Colégio Maria Auxiliadora, era primo de Tó. O pai de Zé era irmão da mãe de Tó. José Wilson Arnaldo nasceu, em Baixa Verde, no ano de 1946, e foi batizado no dito ano, no Santuário do Tirol, pelo monsenhor José Alves Landim. Filho legítimo de José (Wilson) Arnaldo Gomes Neto, funcionário público, natural de Santa Cruz, e de sua esposa D. Maria Terezinha da Câmara Gomes Neto, doméstica, natural de Baixa Verde, onde residiam, neto paterno de Dr. Arnaldo Gomes Neto (Recife) e Anna Carmelita Gomes Neto (Santa Cruz); e materno de Antonio Severiano da Câmara e Ana Soares da Câmara. Foram padrinhos Dr. Arnaldo Gomes Neto, magistrado, viúvo, e D. Ana Pereira da Cunha Mello, casada, residentes em Natal. Anna Carmelita era neta materna (através de Maria Felentina de Medeiros Rocha) de Felix Antonio de Medeiros (São João de Sabugi) e de Thereza Duquesa de Farias. Maria Felentina era irmã de Maria do O’, mãe do meu sogro Francisco Umbelino Neto.

Marco Aurélio, que lança um livro esta semana sobre o pai, Dr. Floriano Cavalcanti, nasceu em 1936, sendo batizado, em oratório privado, no mesmo ano. Filho legítimo de Dr. Floriano Cavalcanti e Dulce de Moura Cavalcanti, teve como padrinho Dr. Luiz Antonio Ferreira Souto dos Santos Lima. Alguns registros são pobres em informações, como é o caso deste de Marco Aurélio.

O deputado estadual Agnelo Alves nasceu em Ceará-mirim, no ano de 1932, mas foi batizado, na Catedral, no ano de 1933. Filho legítimo de Manoel Alves Filho e Maria Fernandes Alves teve com padrinhos Francisco (Quinho) Chaves e Natércia Pinheiro Chaves. Este último casal batizou, em 1933, na Catedral, Elói Chaves, nascido em 1932, sendo os padrinhos Militão Chaves e Britalda Chaves.

Um dos meus professores, no curso de Bacharelado em Matemática, foi Joaquim Elias de Freitas. Ele nasceu em 1941, mas foi batizado, somente em 1943, na Catedral. Era filho legítimo de Joaquim Pinheiro de Freitas, que faleceu em 1942, e de sua esposa D. Maria Carolina de Freitas, natural de São José de Mipibu, neto paterno de Rafael Arcanjo de Freitas e Francisca Ferreira de Freitas; pelo lado materno de Pedro Afonso de Barros e Josefa Rodrigues de Barros. Foram seus padrinhos Pedro José Lagreca, comerciante e sua esposa D. Ignez Freire Lagreca.

Gildecina (nome composto) nasceu aos 24 de outubro de 1932, e foi batizada na Catedral aos 8 de dezembro do mesmo ano. Era filha de Gildenor Monteiro Alves Bezerra e Gercina Henriques Bezerra. Teve com padrinhos João Baptista Alves Bezerra e Felisbella Diniz Henriques. A professora Gildecina Henriques Bezerra faleceu no ano de 1966. Era irmã de Gilda (Gildegerci, outro nome composto) Avelino, viúva do poeta Gilberto Avelino, e sobrinha do escritor Afonso Bezerra. Elas descendem de Ana Jovina da Costa Bezerra, minha tia-bisavó, e seu marido Antonio Pedro Alves Bezerra.
Padre Esmerino no Centro, Felentina, a segunda depois do padre, indo para a direita

domingo, 22 de setembro de 2013

CARTA-CONVITE DO LIVRO CRÔNICAS DA FAMÍLIA GOSSON

Neste livro que será publicado em  26 de setembro 2013, última quinta-feira,, às 19h, no Hotel Majestic (de propriedade da família),  escrito pelo poeta e escritor Eduardo Gosson, presidente da União Brasileira de Escritores – UBE/RN,  vol. 04 da Coleção  Bartolomeu  Correia de Melo (prosa) do selo editorial Nave da Palavra, o autor conta, através de crônicas comoventes,cheias de lirismo, a história da sua família (Gosson) desde a vinda dos avós para o Brasil  no ano de 1925 (imigrantes libaneses),passando pelos pais, tios, filhos e netos de forma leve. Foge ao padrão dos  livros de genealogia. Pura poesia em forma  de crônica.
 Segundo a poeta e crítica literária Valdenides  Dias, da Universidade Federal do RN – Campus de Currais Novos: “A suavidade com que você ata o fio da vida ao da morte me emociona. Mesmo poeticamente falando, dói. Tanto.”. Por sua vez, o poeta Horácio Paiva, afirma: “Você consegue expor a subjetividade de  suas emoções com muito realismo – e alia tudo à nostalgia,às lembranças das pessoas e da cidade que passou...”. Avalizaram a presente obra o escritor português Carlos Morais dos Santos que assinou o Prefácio, Walter Cid que fez a Apresentação e a escritora Anna Maria Cascudo Barreto que escreveu as Orelhas. Para a  filha de Cascudo: “Finalmente hoje participo já como escritora e acadêmica da União Brasileira de Escritores na sua diretoria. Encontro Eduardo Gosson, poeta e escritor, um batalhador cultural. Vejo-o como  a síntese da família, naquilo que eles possuem de mais sólido. Seu sobrenome significa “árvore frondosa” em árabe. Ele é o somatório das virtudes adquiridas em terras brasileiras. Tem a simplicidade dos múltiplos, o brilhantismo dos modestos. Um líder, descobridor e incentivador de talentos. Incapaz de um sentimento menor. Pai  amantíssimo. Avô fascinado. Excelente marido.  Amigo como poucos.
Surgiu na vida como um sol que não admite sombras  nem se deixa tolher pelas tempestades. Vive buscando a luz do paraíso da igualdade. Seu corpo frágil disfarça o gigante de esperanças. Pássaro que voa feliz apesar das correntes de ar contrárias. Acredita, como Esopo  (século VI a.C.” ) que “a união faz a força”. Seu comunismo resulta no amor ao próximo. Sem buscar recompensas. Sua meta é erguer pontes quando só existiam paredes.”
SERVIÇO: 
Lançamento do livro Crônicas da família Gosson 
 Data: 26.09.2013 (quinta-feira)
Hora: 19h
Local: Hotel Majestic sito à Av. Roberto Freire, 8860 – Ponta Negra. Após ultrapassar a Feira de Artesanato que fica em frente ao semáforo é o primeiro hotel à direita, vizinho ao Only Pizza. Tem estacionamento no hotel e, ao lado, há um terreno baldio, que é estacionamento
Valor do livro: R$ 30,00

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Cordeiros e Carneiros


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
As mesmas águas, que fizeram submergir a Ilha de Manoel Gonçalves, expulsaram de lá seus habitantes e visitantes para diversas localidades, como Macau, Pendências, Oficinas, Rosário, Cacimbas do Viana, Curralinho e outras tantas. As coisas da natureza e a natureza das coisas vão tecendo o destino das pessoas, juntando-as e separando-as, tudo ao mesmo tempo. A cada instante, o mundo é redesenhado. O caos reordena a natureza.

Aquele porto, no meio do mar, onde tantas embarcações ancoravam e por onde tantas pessoas, das mais diversas nacionalidades e localidades circulavam, com seus negócios e afazeres, jaz submerso no oceano e esquecido pelas autoridades. Nem um farol e nem um marco está presente onde foi a nossa Atlântida. Por onde andam os remanescentes daquele povo que transitava ou residia na Ilha esquecida? Quantos sabem que seus antepassados passaram por lá?

Pesquisando em velhos livros da Cúria, vou repassando a antiga história do nosso povo e dos nossos heróis esquecidos. Vez por outra encontro, através de seus descendentes, velhos conhecidos. Em uma dessas viagens, nos livros da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, encontro o batismo de Eliziário, que me fez recordar o lisboeta Eliziário Antonio Cordeiro, lá da Ilha de Manoel Gonçalves. Paro e vou examinar o registro, em busca de algum elo com o povo que lá vivia.

Aos vinte e três dias de junho de mil oitocentos e setenta e três, o Reverendo Coadjutor Pro-Pároco Joaquim Francisco do Nascimento batizou solenemente Eliziário, nascido a seis de maio do mesmo ano, filho legítimo de Manoel Martins de Oliveira e Rita Xavier Bezerra. Padrinhos, o Reverendo Padre Francisco Constâncio da Costa e Francisca Jeracina Cordeiro. E para constar fiz este assento. José Herôncio da Silveira Borges, Coadjutor Pro-Pároco.

Esse Manoel, acima, deve ser o filho de Eliziário Antonio Cordeiro e Antonia Silvéria de Oliveira, ele de Lisboa, ela da Serra de Martins, que nasceu aos trinta de outubro de mil oitocentos e trinta, e foi batizado na Ilha de Manoel Gonçalves. Nas minhas hipóteses, Antonia Silvéria de Oliveira era filha do capitão Silvério Martins de Oliveira e Joanna Nepomucena. Dona Joana, que viúva residiu um tempo na Ilha, era filha do capitão Manoel Ignácio de Carvalho e Anna Josepha Joaquina de Albuquerque, residentes na Serra de Martins. Lembramos que o capitão Silvério e Dona Joana  foram sepultados na Igreja do Bom Jesus das Dores, aqui na Ribeira do Potengi.

Um dos filhos de Eliziário, com o mesmo nome, casou em 1869, na Barra de Mossoró, com sua parenta Antonia Cordeiro de Carvalho, filha de Gorgonio Ferreira de Carvalho e Anna Joaquina Cordeiro.

Em outro registro encontro que aos vinte e oito de dezembro mil oitocentos e três, era batizado Raymundo, que nasceu aos vinte e sete de novembro do mesmo ano, filho de José Martins Cordeiro e Victoriana Joaquina Pinheiro, tendo como padrinhos Pedro Liberato Bimont e dona Maximiana Synphronia da Costa. Esse José Martins deve ser, também, um dos filhos de Eliziário Antonio Cordeiro e Antonia Sivéria.

Raymundo, que virou Raymundo Rodrigues Cordeiro, casou em 30 de novembro de mil oitocentos e noventa e cinco, aqui na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com Francisca Viterbina Gomes Carneiro, filha de João Viterbino Gomes Carneiro e Maria Florentina Carneiro de Mello, perante as testemunhas Nicoalu Bigois e Luis Ferreira França.

Esses Carneiros são velhos conhecidos nossos. João Viterbino e Maria Florentina casaram em 1871, com dispensa de consanguinidade, ele filho de Manoel Gomes Carneiro e Francisca Xavier de Miranda Henriques, e ela filha de João Gomes Carneiro de Melo e Anna Joaquina Teixeira de Souza, que viveram um tempo em São Gonçalo e, depois, foram para Cacimbas do Viana. Francisca Bela, uma irmã de Maria Florentina, foi batizada em Macau, em 1848, e casou na Fazenda Conceição, em 1864, com meu tio-bisavô Cosme Teixeira Xavier de Carvalho. Maria Leocádia, outra irmã de Maria Florentina, casou em Angicos, em 1861, com José Odorico da Costa Ferreira, filho de Antonio Martins Wladislau da Costa e Antonia Teixeira de Sousa.

Em outro artigo já discutimos que João Gomes Carneiro de Melo descendia do lisboeta João Gomes Carneiro e de dona Anna Ferreira de Miranda.
Você que é Cordeiro ou Carneiro pode descender desses portugueses. Você já encontrou seus passos no passado?





quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os Arruda Câmara.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A mãe e duas irmãs do padre Manoel de Arruda Câmara

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
A genealogia do polêmico capitão-mor de Pombal, Francisco de Arruda Câmara, ainda tem muitas lacunas e dúvidas. Era filho de Francisco de Arruda Câmara e de Clara Mendonça de Vasconcelos (ou Clara Espínola de Mendonça).

Fábio Arruda, lá das Alagoas, que descende de Vicência, irmã do capitão-mor, me enviou documentos inéditos sobre batismos de netos do capitão-mor e do óbito da esposa dele, Maria Saraiva da Silva.

Raquel foi batizada aos vinte e dois de janeiro de mil setecentos e noventa e dois, na capela de Santa Rita do Engenho Jardim, com vinte e dois anos de nascida. Era filha do Alferes Ignácio José Loyola e Dona Emerenciana de Arruda Câmara, neta paterna do tenente Feliciano Pereira de Lyra e Margarida Gomes da Anunciação, e materna do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva de Araújo. Foram padrinhos o capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Dona Margarida Gomes da Anunciação.

Amaro foi batizado aos vinte e quatro dias do mês de setembro de mil setecentos e noventa e três, na capela de Santa Rita do Engenho Jardim, com um mês e meio de nascido. Era filho do comandante Domingos de Abreu e Vasconcelos e Dona Maturniana (parece ser este o nome, no registro) de Arruda Câmara, moradores no Engenho Jardim, neto paterno do capitão João Dias da Silva Coutinho e Dona Maria José dos Prazeres, e materno do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva da Silva. Foram padrinhos, por procuração, o mestre de campo Amaro Gomes Coutinho e Dona Maria José dos Prazeres.

Como é comum nos registros da Igreja, houve variação no sobrenome de Dona Maria Saraiva da Silva. Com esses dois registros, acima, os nomes dos filhos do capitão-mor e de sua esposa, até agora reconhecidos documentalmente, são Dr. Francisco de Arruda Câmara, Padre Dr. Manoel de Arruda Câmara (botânico famoso), Maturniana de Arruda Câmara e Emerenciana de Arruda Câmara.

No Roteiro dos Azevedo e outras famílias do Nordeste, Sebastião de Azevedo Bastos cita, como uma das filhas do Capitão-mor Francisco de Arruda Câmara, a esposa de Antonio Ferreira de Macedo, D. Ana de Arruda Câmara. Diz mais, que filhos desse casal, netos, portanto, de Francisco de Arruda Câmara e Maria Saraiva da Silva são Antonio Ferreira de Macedo, Vicente Ferreira de Macedo e Estevão Jose da Rocha (Barão de Araruna). Segundo Ormuz Barbalho, baseado em outros autores e em pesquisa própria, é filho, também, de Antonio e Anna, José Ferreira da Rocha Camporra.

Vejamos agora o óbito de Dona Maria Saraiva. Nesse documento consta que: aos dois dias do mês de setembro de mil setecentos e oitenta e quatro, faleceu na vida presente, sem sacramentos, por não dar tempo a enfermidade e a distância, em idade de trinta e oito anos, pouco mais ou menos Dona Maria Saraiva da Silva, mulher do capitão-mor Francisco de Arruda Câmara e, foi sepultada nesta Paróquia, Igreja de Nossa Senhora  do Bom Sucesso, do arco para dentro, solenemente, com ofício de corpo presente, acompanhada de todos os sacerdotes, encomendada por mim, que fiz este assento, que o escrevi, Francisco Xavier de Viveiros – Cúria de Pombal.

Wilson Seixas Nóbrega, no seu livro Velho Arraial das Piranhas, Pombal, expõe outros documentos sobre o padre Manoel de Arruda Câmara. No testamento do padre Antonio Saraiva da Silva, em 1754, ele deixou parte dos seus bens, incluindo metade da fazenda São João do Apodi, para sua sobrinha Maria Saraiva. Por esse documento e outros, Wilson conclui que nessa data, Dona Maria Saraiva ainda era solteira.

Outro documento, citado por Wilson, é um traslado de procuração, no qual Dr. Manoel de Arruda Câmara informa que o sítio de terras, denominado São João, na Ribeira das várzeas do Apodi, foi do seu avô, coronel Ignácio Saraiva de Araújo. Este último e o padre Antonio Saraiva da Silva eram irmãos de João Ferreira da Silva, primeiro sogro do capitão Manoel Varella Barca.

Na busca por detalhes sobre Anna de Arruda Câmara, temos pesquisado sobre seus descendentes.

De um registro encontrado por Isabel Pinto, extraímos que: aos 2 de fevereiro de mil oitocentos e quarenta e um, na casa de Estevão José da Rocha (futuro Barão de Araruna), e na presença das testemunhas major José Joaquim das Neves e o tenente-coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti, casaram, dispensados no segundo grau de consanguinidade, Antonio Cândido Tamaturgo de Farias, filho de João Ferreira de Farias e de Ana Joaquina da Conceição, e Maria Madalena de Jesus, filha do capitão Estevão José da Rocha e de Maria Madalena das Dores, ambos naturais da freguesia de Bananeiras.

Já expomos aqui, em outro artigo, casamentos de filhos de Vicente Ferreira de Macedo e Antonio Ferreira de Macedo. Ainda, nos registros da Freguesia de Santa Cruz, encontramos dois casamentos de filhos de José Ferreira da Rocha Camporra e Anna Joaquina de Mello: em 1870, na Fazenda da Volta, Antonio Ferreira da Rocha casou com Thereza Avelina de Faria, filha de Francisco de Faria Costa e Anna Joaquina do Espírito Santo; e, em 1873, na Fazenda São Bento, Firmino Florentino da Rocha casou com Umbelina Hermelina de Faria, filha do finado(1870) José Ferreira de Faria e Balbina Francelina (Filonila) de Faria.

Observamos que na descendência de Antonio Ferreira de Macedo e Anna Arruda Câmara não encontramos ninguém, até agora, com o sobrenome Arruda Câmara.

Se você tiver documentos ou informações sobre velhas famílias, do Rio Grande do Norte, mande para o e-mail acima. 

4 comentários:

  1. Há uma importante relação histórica de um vetusto componente da tradicional família ARRUDA CÂMARA, com vínculo entre Apodi, Piancó e Pombal. Atrela-se ao fato de que o Tenente-Coronel IGNÁCIO SARAIVA DE ARAÚJO (0 2º e filho do 1º) no ano de 1785 foi indicado pelo Senado da Câmara de Portalegre-RN, para o importante cargo de Juiz Ordinário da então Vila, cargo que há havia ocupado em 1773. Neste ano de 1785 apresentou escusa para não se investido, em cujo documento informava residir em sua fazenda "São João", na Várzea do Apodi. Uma irmã desse Ignácio, de nome Maria Saraiva da Silva casou com o Capitão-Mór de Piancó e Pombal/PB Sr. FRANCISCO DE ARRUDA CÂMARA (0 2º). Esse Ignácio era irmão do Capitão-Mór JOÃO FERREIRA DA SILVA, que também foi Juiz Ordinário indicado pelo mesmo Senado da Câmara de Portalegre em 1771 e 1772, tendo sido sucedido por seu irmão Ignácio. O Capitão-Mór João Ferreira da Silva faleceu em sua fazenda "São Lourenço", na Várzea do Apodi.
    Responder
    Respostas
    1. Marcos Pinto, sabia que você não deixaria escapar a menção ao Apodi do seu coração. Enriqueceu nosso artigo.
  2. Grande Marcos Pinto,
    Nos documentos de Pombal, parece-me que há ainda outro irmão do Tenente-Coronel Ignácio Saraiva de Araújo, chamava-se Alferes Lourenço Saraiva da Silva. A Procuração data de 1749, na mesma época em que o Tenente-Coronel ainda era Alferes.
    Luiz Fernando Pereira de Melo – Ilustre Amigo e Pesquisador das Famílias e História do Rio Grande do Norte - trouxe o seguinte:
    Capitão-Mor João Ferreira da Silva, juiz ordinário do Senado da Câmara da Vila de Portalegre em 1771 e 1772. Dono do sítio São Lourenço no Apodi, faleceu em 5 de fevereiro de 1788. Casado com d. Brites Maria de Mello. Apareceu, no curso do inventário o filho natural Floriano Ferreira da Silva, condição confirmada pela viuva e pelo Coronel Ignácio Saraiva da Silva, tio dos órfãos menores. Deixou desse matrimonio os seguintes filhos:
    Bn1) D. Luzia Florência da Silva, casada com Manoel Varela Barca [Capitão acima citado].
    Bn2) D. Brites Paes de Mello, casada com o alferes Francisco Alves da Maia.
    Bn3) João Bento Ferreira da Silva, de dezessete anos.
    Bn4) D. Anna Joaquina, de dez anos.

    Abçs
    Fábio Arruda de Lima
    Pesquisando Família "Arruda Câmara"
    Responder
    Respostas
    1. Fábio, vamos ver se através dos descendentes descobrimos mais sobre Anna Arruda Câmara. Vamos ver também se descobrimos mais sobre a origem do nome Camporra. De onde ele surgiu. Parece um nome adotado, talvez de um lugar, de um sítio, de uma fazenda, de uma nacionalidad

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A ascendência de Micarla de Souza, ex-prefeita de Natal.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lafaiete Pinheiro de Sousa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Aqui mesmo, neste jornal, fiz um artigo sobre a ascendência angicana de Micarla de Sousa. Entretanto, tínhamos poucas informações sobre Lafaiete, bisavô dela. Mais do que isso, escrevemos seu nome como Lafaiete Penha de Sousa, desconhecendo, ainda, que ele era descendente dos Teixeira de Sousa, de Angicos. Hoje, com mais documentos vamos corrigir essas falhas, começando pelo registro, na íntegra, do seu 2º casamento.

Aos quatro de maio de mil novecentos e trinta e cinco, pelas 16 horas e três quartos, no Santuário do Tirol (atual Igreja de Santa Terezinha), à Av. Rodrigues Alves, 725, desta cidade episcopal de Natal, depois de feitas as denunciações canônicas e demais formalidades previstas e tendo-se, também, habilitado civilmente no 1º Cartório Judiciário, sem que aparecesse impedimento algum, como se vê do processo que fica arquivado nesta paróquia, com palavras de presente, na forma do ritual romano, em minha presença, e na das testemunhas Francisco Pignataro, casado, funcionário público, natural de Nova Cruz, deste bispado, e sua esposa d. Emília Pessoa Pignataro, de prendas domésticas, natural desta cidade, onde ambos tem residência e domicilio; José Ulisses de Medeiros, casado, comerciante e sua esposa d. Guiomar Mesquita de Medeiros, de serviços doméstico, ambos naturais de Macaíba, e residentes nesta freguesia e todas pessoas muito de mim conhecidas, receberam-se em casamento Lafaiete Pinheiro de Sousa e Zilda de Mesquita Marinho, ambos domiciliados e residentes nesta freguesia. Ele, funcionário público estadual, viúvo de Maria Gonçalves de Sousa, ocorrido nesta cidade, a 30 de novembro de 1930, com 50 anos de idade, nascido a 10 de janeiro de 1885, em Angicos, deste bispado, onde se batizou em tenra infância, filho legítimo de José Paulino Teixeira de Sousa, falecido em 15 de janeiro de 1915, em Angicos, e de d. Ana Cândida de Sousa Pinheiro, viúva, de serviços domésticos, com 69 anos de idade, natural de Angicos, e residente em Macaíba; ela, solteira, modista, com 28 anos de idade, nascida a 29 de setembro de 1906, nesta freguesia, onde foi batizada, em tenra infância, e tem residência e domicilio, filha legitima de Luis Gomes Marinho, casado, agricultor, com cerca de 65 anos de idade, nascido em 16 de agosto de 1870, em Macaíba, e residente em Luis Gomes, do bispado de Mossoró, e de sua esposa Maria Emília de Mesquita Marinho, de serviços domésticos, com 58 anos de idade, nascida em Ceará-mirim, a 1º de novembro de 1877 e residente à rua Indaleto Freitas, 258, desta freguesia, e, em seguida dei-lhe a benção nupcial, conforme o ritual romano. A nubente passa assinar-se, de agora em diante, Zilda de Mesquita Marinho de Sousa. E para constar lavrei este termo que assino com os nubentes e as testemunhas. Seguem as assinaturas de Monsenhor Landim e das testemunhas.
José Paulino Teixeira de Sousa, que era filho de José Vitaliano Teixeira de Sousa e Urbana Maria da Conceição, foi casado duas vezes: a primeira (1874) com Adelaide Amélia Xavier de Menezes, filha de Francisco Xavier de Menezes e Maria Antonia de Fontes Taylor; e a segunda com Ana Cândida de Sousa Pinheiro, filha de José Irineu da Costa Pinheiro e Josefa Cândida de Azevedo Santos. Lafaiete era primo legítimo do poeta Edinor Avelino, pois a mãe deste, D. Irineia, era irmã de Anna Cândida.

Na sequência, o casamento de uma filha de Lafaiete e de sua primeira esposa, Maria Gonçalves, esta filha de Maria Jovelina Bezerra Torres e João de Deus Gonçalves, neta paterna de Francisco Avelino da Costa Bezerra e Josefa Maria da Costa Torres, e materna de João Felippe Teixeira de Sousa e Quitéria Olímpia de Deus Gonçalves.

Aos sete de setembro de mil novecentos e trinta e seis, pelas dezesseis e meia hora, em oratório particular da família da contraente à Rua Indaleto Freitas, 210, desta freguesia de Nossa Senhora da Apresentação e cidade episcopal do Natal, capital do Rio Grande do Norte, depois de feitas as habilitações canônicas e demais formalidades prescritas, tomada a justificação sumária de batismo do contraente, cuja certidão veio negativa do Caicó, não aparecendo impedimento algum, quer canônico quer civil, como se vê do processo, que, sob o nº 16.998, fica arquivado nesta freguesia, por palavras de presente, na forma do ritual romano, em minha presença e na das testemunhas Moacir Medeiros, solteiro, comerciário, e Joana Maria Medeiros, casada, de afazeres domésticos, Floriano Paulino Pinheiro, casado, funcionário público, e de Maria Adelaide Gurgel, viúva, de afazeres domésticos, todos naturais deste estado e residentes nesta capital, e pessoas de mim conhecidas, receberam-se em matrimônio Carlos Augusto de Medeiros e Maria Adelaide de Sousa, ambos solteiros naturais desta diocese e residentes nesta freguesia; ele funcionário público, com 20 anos de idade, nascido a 29 de dezembro de 1915, em São João do Sabugi (Serra Negra), onde se batizou, em tenra infância, residente com a família, filho legítimo de Ademar Romero de Medeiros, viúvo, comerciante, e de sua esposa d. Severina Monteiro de Medeiros, de prendas domésticas, residente a Av. Junqueira Aires, desta freguesia; e ela de prendas domesticas, com 20 anos de idade, nascida a 26 de janeiro de 1916, em Angicos, onde se batizou a 19 de março do dito ano, residente com a família, filha legítima de Lafaiete Pinheiro de Souza, casado pela 2ª vez, funcionário público, com 51 anos, natural de Angicos, e de sua 1ª esposa, D. Maria Gonçalves de Sousa, falecida, nesta freguesia a 30 de novembro de 1930, à rua Indaleto Freitas 210, onde reside Lafaiete, em seguida lhes dei a benção nupcial com a formula extra missam. Neste mesmo dia, os contraentes se casaram, também, civilmente e a nubente passou a assinar-se, de agora em diante Maria Adelaide de Sousa Medeiros. E para constar, lavrei este termo que assino, Monsenhor José Alves Ferreira Landim. Vigário.


Lafaiete e Maria Gonçalves eram, também, os pais de Jose Paulino de Sousa que casou com D. Genemar Gomes de Sousa, de Santana do Matos. Este último casal batizou Carlos Alberto de Sousa (o senador), em 10 de março de 1946, nascido aos 26 de dezembro de 1945. Na lateral do registro a informação que Carlos casou com Miriam Garcia de Araújo aos 29 de março de 1969.

domingo, 1 de setembro de 2013

Um pouco da família Gomes, da zona rural de Currais Novos/RN.

No dia 2 de outubro de 2010, em Parnamirim/RN, me encontrei com um amigo dos tempos de adolescência, José Floripe Ginani, que não via há mais de 40 anos.  Fui colega e amigo na antiga Escola Industrial de Natal, localizada na Avenida Rio Branco, nos anos sessenta. O seu nome foi o seu pai, Cipriano Justino de Araújo, casado com Antonia Amélia da Conceição, que colocou em homenagem ao amigo homônimo, avô de José Francisco Ginani Neto, dentista do Exército, aposentado, residente em Brasília, todos naturais de Parelhas e Cruzeta/RN. José e Francisco Ginani são muitos parecidos e podem ser confundidos por pessoas que não os veem constantemente.
Mas do reencontro programado em Parnamirim/RN, conheci e conversei um pouco com a sogra de José Floripe Ginani, a sra. Ana Gomes de Oliveira (viúva de Antonio Lopes Sobrinho), aos 86 anos, filha de Antonio Gomes de Oliveira (também conhecido por “Neco Gomes”) e Cândida Olindina de Medeiros (1º matrimônio). Sr. Neco casou-se novamente, desta vez com Ana Cadete, formando outra família, da qual fazem parte Geraldo Gomes de Oliveira, ex-prefeito de Currais Novos (5 mandatos) e de Antonio Gomes de Melo Júnior, o popular “Júnior Jararaca”, ex-vereador. Desses dois casamentos, se formaram outras famílias, nas quais os descendentes dos matrimônios de Antonio Neco de Oliveira são primos carnais. Mas isso é outra história para se apurar com mais cuidados porque eu quero registrar a presença de Lucinha de Paula Dola (atenção, esses nomes não são os legalmente registrados, mas como são ou foram conhecidas por algumas amigas, nos anos 60), filhas de dona Elisa Gomes, já falecida, em Currais Novos.
Dona  Ana Gomes de Oliveira deixou os seguintes filhos: Wilson Lopes Galvão, Walter Gomes Galvão, Dalvaci (solteira), Nívea Galvão de Medeiros, Alba (falecida) e Alda.

Dados esparsos
Na família de “Neco Gomes” há uma pessoa amiga, Aparecida, que se casou com Almir (que morava em mato Grosso e veio para se casar com ela), é filha de dona Elisa Gomes, já falecida, que era filha de Neco Gomes. Dona Elisa, quando viúva, era mão de Almir e mãe de Geraldo Gomes. Os laços consaguìneos são “complicados” para explicar, mas vou apelar para Joabel Rodrigues de Souza, autor do livro “Totoró, berço de Currais Novos”. Aguardem.
 Faltam-me informações sobre a ligação de dos padres Ausônio e Tércio, com o político Geraldo Gomes de Oliveira. Irmãos? Primos carnais?Há necessidade de mais informações a família de Rutilante, Osman, Orantes e Joatá,  que são da família Pires, que migraram para Natal,  Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso. Rutilante morou na rua Felipe Camarão, em Natal, nos anos sessenta/setenta.


Geraldo Gomes de Oliveira, um dos políticos mais longevos do RN. Foto: Google.