quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Luiz Eduardo Carneiro Costa, de Nova Cruz/RN.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Luiz Eduardo e outras pessoas conhecidas


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Em um artigo anterior informamos que os padrinhos de Therezinha de Morais Lucena eram os pais de Luiz Eduardo Carneiro da Costa. Vamos começar nosso artigo de hoje com este último, fazendo de antemão uma correção. O pai de Luiz não era Aurio, como me pareceu, mas Aério, como veremos a seguir, conforme me confirmou Valdemar, meu irmão, e o próprio Luiz Eduardo.

A quatorze de setembro de mil novecentos e quarenta e seis, nesta Catedral de Nossa Senhora da Apresentação, batizei solenemente a Luiz Eduardo, nascido a vinte e cinco de agosto de mil novecentos e quarenta e seis, filho de Aério Nicolau da Costa e de sua esposa D. Maria Otília Carneiro da Costa, avós paternos Sidrônio Nicolau da Costa e Anna Diamantina Costa; maternos Pedro Carneiro e Germina Morais Carneiro. Padrinhos José Lucena e Georgina Morais Lucena, Av. Rio Branco, 682. E para constar mandei fazer este termo que assino. Monsenhor José Alves Ferreira Landim.

Segundo Luiz Eduardo, seus pais moravam em Nova Cruz, mas por falta de parteira, sua mãe veio para Natal, e ele nasceu na casa de José Lucena e Dona Georgina. Dona Germina, avó de Luiz, era irmã de D. Georgina. Por um jornal, datado de 1911, da Hemeroteca Nacional, vi que Sidrônio Nicolau da Costa foi criador em Alagôa Grande, Paraíba. Casou em 1970 com Walquíria Borges.

Dra. Irandir, ginecologista, é médica de minha esposa. Seu nome, como é comum por estas terras, veio da combinação dos nomes dos pais dela.

Aos dois de fevereiro de mil novecentos e quarenta e sete nesta Catedral de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, o Reverendíssimo Monsenhor João da Mata Paiva, Vigário Geral, batizou solenemente a Irandir Maria, nascida a quatorze de setembro de mil novecentos e quarenta e seis, à Travessa Pitimbú, 29, residência dos seus pais, filha de Jandir Dias de Souza e de sua esposa D. Iraci Bezerra de Souza, neta paterna de João Paulino de Souza e Juvina Dias de Souza, e materna de Pedro de Sá Bezerra e Beatriz Campos Bezerra. Padrinhos os avós paternos. E para constar mandei lavrar este termo que assino. Monsenhor Jose Alves Ferreira Landim. Pároco.
Na lateral do registro, há a informação que casou em 26 de agosto de 1973, com Romildo Batista de Farias (ou Faria), na Igreja de Nossa Senhora do O’ de Caicó.
Eurico Alecrim foi colega do Colégio Marista e, depois, contemporâneo, no Governo de Garibaldi Filho. Ocupou a Secretaria Adjunta de Recursos Hídricos. Irmão de Jomar Alecrim, que foi Pró-Reitor na UFRN. Segue batismo.

Aos treze de dezembro de 1946, na Catedral de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, o Reverendíssimo Coadjutor Padre Benedito Basílio Alves, batizou solenemente a José Eurico Alecrim Filho, nascido a vinte e dois de janeiro de mil novecentos e quarenta e cinco, à Rua Laranjeiras nº 30, residência dos pais, filho legítimo de José Eurico Alecrim  e D. Maria Anunciada Andrade Alecrim, funcionários federais, naturais do estado, neto paterno de Lourenço da Costa Alecrim e Amélia Ferreira Alecrim, e materno de José Teixeira de Andrade e Cândida (Josefina) Teixeira de Andrade. Padrinhos Manoel Procópio de Moura, Tabelião Público, e sua esposa D. Lídia Pereira de Moura, Rua Vigário Bartolomeu, 606. E para constar mandei lavra este termo que assino. Monsenhor José Alves Ferreira Landim.

Outro colega de marista foi Odemar, irmão do neurologista João Rabelo. Segue o batismo dele.

Aos vinte e três de junho de mil novecentos e quarenta e seis, nesta Catedral de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, batizei solenemente a Odemar Guilherme Caldas Junior, nascido a dezesseis de março de mil novecentos e quarenta e seis, à Rua Ceará-mirim, 269, residência dos pais, filho legítimo de Odemar Guilherme Caldas, militar, e de sua esposa D. Laura Rabelo Caldas, doméstica, neto paterno de Alfredo Guilherme de Sousa Caldas, e de Rita Câmara de Sousa Caldas; neto materno de João Batista Ferreira Rabelo e Hercília de Carvalho Rabelo. Padrinhos o 2º tenente Severino de Oliveira Mendes, e esposa D. Maria Amélia Mendes. E para constar mandei fazer este termo que assino. Monsenhor José Landim.

Informação lateral do registro diz que casou em 1 de fevereiro de 1969, com Olga Maria Rodrigues Bezerra, na Igreja Bom Jesus. D. Laura era irmã de Luiz de Carvalho Rabelo, príncipe dos trovadores potiguares.
Outro contemporâneo, no governo do Estado, foi Carlos José, que atuava no Departamento Estadual de Imprensa. É irmão de Isolda Melo Lemos e tio de Rubens Lemos Filho.

Aos nove de novembro de mil novecentos e quarenta e sete, nesta Catedral de Nossa Senhora da Apresentação de Natal, o Reverendíssimo Coadjutor Padre Benedito Basílio Alves, batizou solenemente a Carlos José Carneiro de Melo, nascido a nove de janeiro de mil novecentos e quarenta e seis, à Rua Camboim, 759, residência dos pais, filho legítimo de Joaquim Carlos de Melo, técnico agrícola, e de sua esposa D. Maria do Carmo Carneiro de Melo, neto paterno de Carlos Policarpo de Melo e Maria Calipsa de Melo; e materno de José Calazans Carneiro e Rita Gleyderst (?) Carneiro Padrinhos Bel. Manoel Augusto Bezerra de Araújo e D. Maria Olga Bezerril de Araújo, residentes à av. Rio Branco, 784. E para constar mandei fazer este termo que assino. Monsenhor José Alves Ferreira Landim.
Batismo de Jomar, irmão de Eurico

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Algumas informações genealógicas sobre os Pegado Cortez em Currais Novos, tendo em vista o salutar debate em andamento no FACEBOOK, através do grupo "Família Cortez no Seridó".

Rodrigo Cortez10 de fevereiro de 2014 15:13
Os filhos de Manoel Pegado Cortez Júnior (27/11/1838 – 14/07/1890) & Maria Senhorinha Dantas Cortez, (13/05/1848 – 04/06/1927), foram:
1. Manoel Pegado Dantas Cortez (29/12/1866 – 1950), c/c Úrsula Augusto de Araújo.
2. Luiza Idalina Dantas Cortez (10/10/1869 – 04/12/1927), c/c Theophilo Leopoldino Dantas (seu tio).
3. Maria Camila Dantas Cortez (15/02/1871 – 14/06/1895) c/c José Gomes de Melo Junior
4. João Elias Dantas Cortez (17/04/1872 – 15/11/1926) c/c Alexandrina Gomes Cortez.
5. Antonio Dantas Cortez (16/07/1874 – 03/11/1923) c/c Claudina Cortez.
6. Guilhermina Dantas Cortez (16/12/1875 – 17/10/1924) c/c Manoel Osório de Barros.
7. José Augusto Dantas Cortez (22/06/1877 - xx/xx/xxxx) c/c Amélia Gomes Cortez (sua sobrinha).
8. Francisca Olindina Dantas Cortez (05/03/1879 – 10/08/1917) c/c José Frutuoso Dantas.
9. Ana Cantionila Dantas Cortez (31/05/1880 – 1944) c/c José Gomes de Melo Junior (seu ex-cunhado).
10. Joaquim Pegado Dantas Cortez (30/10/1881 – 03/05/1967) c/c Guilhermina Dantas Cortez (sua sobrinha).
11. Cândida Dantas Cortez (15/01/1883 – 08/02/1948), solteira.
12. Olindina Cortez Pereira (12/11/1884 – 27/11/1924) c/c Vivaldo Pereira de Araujo.
13. Samuel Dantas Cortez (13/03/1886 – 1954), solteiro, com filhos.
14. Alfredo Pegado Dantas Cortez (10/08/1888 – 09/07/1978), c/c Aura Gomes Cortez (sua sobrinha).
15. Euclides Pegado Dantas Cortez (17/12/1889 – 16/06/1934), c/c Ozana Dantas Cortez (sua sobrinha) e depois com Luzia Celestino de Medeiros.
Histórico de comentário
Luiz Gonzaga Cortez
Luiz Gonzaga Cortez9 de fevereiro de 2014 19:43

Retificando: leia-se genealogicamente, na resposta anterior.
Luiz Gonzaga Cortez
Luiz Gonzaga Cortez9 de fevereiro de 2014 19:43

Genalogicamente, ligadissimos. Sim, da mesma nomenclatura. Todos os Dantas Cortez de Acary e região vêm Manoel Pegado Cortez Filho e Marica Senhorinha Dantas Pegado Cortez.

Em 09/02/14, Rodrigo
Rodrigo Cortez
Rodrigo Cortez9 de fevereiro de 2014 19:01
Que coincidência hein primo!!
Enzio Cortez
Enzio Cortez9 de fevereiro de 2014 14:47
Engraçado que nasci no mesmo dia de Manoel Pegado Cortez (27.11).

Rodrigo Cortez
Rodrigo Cortez8 de fevereiro de 2014 21:19
Túlio, Artur foi neto de dona Marica Pegado. Quanto ao Manoel Pegado Cortez Jr sabemos muito pouco. Diz-se que ele era filho bastardo. Seu pai deve ter sido um homônimo. Minha pesquisa dá conta que existiu um Manoel P. Cortez em Arez/Goianinha no final dos 1700 e meados dos 1800, era rico dono de engenho, juiz, capitao da guarda nacional e tal. Esta familia é muito influente no litoral Sul potiguar. E o marido de Marica foi quem trouxe esse sobrenome para todo o Serido.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

De Lopes Galvão ao coronel Zé Bezerra.

Do Sargento-Mor Francisco Lopes Galvão ao Coronel José Bezerra de Araújo Galvão: quase 300 anos de história do RN!
Por: Rodrigo Cortez
Uma das maiores gratificações obtidas nos estudos genealógicos é conseguir inserir as pessoas/famílias ao contexto histórico atravessado ao longo do tempo. Analisando o caso especifico da família Lopes Galvão, no Rio Grande do Norte, pode-se inferir que dos quase 370 anos transcorridos de sua chegada (ou do primeiro registro de sua presença) ao estado, até os dias atuais, seus descendentes participaram e evoluíram ao longo de todo este período. Não simplesmente vivendo a historia, mas em alguns casos até sendo protagonistas da mesma.
Os primeiros registros da família Lopes Galvão no RN se dão pelos irmãos Manuel e Francisco Lopes Galvão. Descendentes de fidalgos portugueses que desembarcaram no Brasil vindo diretamente nas caravelas de Pedro Álvares Cabral, eram valorosos guerreiros de Vossa Majestade, a ponto de serem destacados para combater os holandeses no RN (1638-1654) e o motim quilombola em Palmares. Inclusive a historia atribui a Manuel Lopes Galvão a autoria do disparo que feriu o líder Zumbi, em 1676.
Francisco Lopes Galvão foi destacado então como sargento-mor no Rio Grande do Norte, onde fixou residência e distribuiu sua prole. Dentre os inúmeros descendentes, destaque para Cipriano Lopes Galvão (1700-1764), Coronel de Ordenanças da Ribeira do Seridó e um dos seus primeiros sesmeiros. Este casou-se em Igarassú (ou Olinda) com uma nobre chamada Adriana de Holanda e Vasconcelos, descendente de Arnaud de Holland, fidalgo holandês, primo de reis/papas e etc. Fixam-se no sítio Totoró e auxiliam no povoamento da região do Seridó, sendo os fundadores de Currais Novos. Assim seus filhos, netos e bisnetos herdam sucessivos títulos militares e consequentemente a chancela política da região por praticamente 250 anos.
É neste ínterim que nasce José Bezerra de Araújo Galvão, trineto do Cel. Cipriano Lopes Galvão e pentaneto do Sgt-Mor Francisco Lopes Galvão. Nunca um coronel no Estado do Rio Grande do Norte teve mais poder e prestígio do que Zé Bezerra d’Aba da Serra, como era conhecido, de Currais Novos. Um poder imposto pela palavra sincera e conselheira; um prestígio emanado da amizade que dispensava a tantos quantos lhe recorressem em fases difíceis e, por isso mesmo, José Bezerra exerceu o seu poder dentro de um coronelismo paternalista, um coronelismo protetor. A ponto do jornalista Assis Chateaubriand assim o descrever: “Era divinamente telúrico. Exercia caciquismo naturalmente, como quem bebia água ou tomava pinga. Lealdade, fervor das coisas públicas, firmeza de convicções, eram os sucos das suas reservas. Imperava soberano, na latitude do Seridó, o Matusalém riograndense do Norte”.
Abaixo, o registro genealógico, bastante simplificado, que remonta a ligação entre os Lopes Galvão descritos acima:
1. Sargento-mor Francisco Lopes Galvão (irmão de Manuel Lopes Galvão, que feriu Zumbi dos Palmares em batalha e, 1676). Casou-se com Joana Dornelas, filha de Manoel Rodrigues Pimentel e Maria Lostrou Casa Maior:
2. Cipriano Lopes Pimentel (Francisco Lopes). Morador de Goianinha-RN. Casou-se com Thereza da Silva, filha de Felipe da Silva e Joana Salema:
3. Cipriano Lopes Galvão (Coronel Cipriano Lopes Pimentel – morador do Totoró. 1700-1764). Casou-se com Adriana de Holanda e Vasconcelos (1720-1793), filha de João da Rocha Moura e Maria Magdalena de Vasconcelos:
4. Cipriano Lopes Galvão (Capitão-mor Cipriano Lopes Galvão, fundados de Currais Novos. 1753-1813). Casou-se com Vicência Lins de Vasconcelos, filha de Francisco Cardoso dos Santos e Teresa Lins de Vasconcelos.
5. Cipriano Lopes Galvão Junior (Ciprianinho. 1769-1809). Casou-se com Teresa Maria José, filha de José Bezerra de Menezes e Maria Borges do Sacramento, em 26 fevereiro 1794.
6. Cap. Cipriano Bezerra Galvão (*1809 +1899). Casou-se com Isabel Cândida de Jesus (*1819 +1873), filha de Antônio Pereira de Araújo e Maria José de Araújo.
7. Cel. José Bezerra de Araújo Galvão (18/12/1844 a 05/02/1926). Casado em 09/01/1872, na fazenda Bulhões, com Antônia Bertina de Araújo (+Currais Novos/RN 03/12/1893), filha do coronel João Damasceno Pereira e Tereza Alexandrina de Jesus.


Rodrigo Cortez e as suas pesquisas de famílias do Seridó potiguar.

A Família Galvão
Texto de Rodrigo Cortez.
Divulgar essa história faz parte de um processo genuíno de amadurecimento e retorno à tradições que mantém acesas a chama dos valores familiares passados de pai para filho e que foram forçadamente esquecidos e quase extintos pela sociedade atual.
Esse esquecimento se deu especialmente depois da Revolução Francesa, especialmente no século XIX, quando os valores da sociedade burguesa passaram a predominar. Desta forma passou a valer “o ter”, enquanto “o ser” foi paulatinamente esquecido. Por isso, hoje, o ser humano vale pelo que tem e não pelo que é.
A história da Família Galvão consta nos Armoriais[1] de Genealogia e Heráldica da Europa, sendo um sobrenome português cuja origem era tida como incerta. Nos documentos mais antigos encontra-se grafado como Galvam, como era no português arcaico. Alguns estudiosos apontavam que a palavra teria sua origem no latim Galbanus, nome de uma planta sempre verde. Outros diziam ser uma palavra do gaulês[2] Gwalwanus, espécie de falcão branco, ou, mais ainda, originário do galês[3] Gwalchmal, que significa cortês.
Os portugueses consideram Dom Pedro Galvão como o fundador da família.Esse rico cavaleiro da corte, falecido em 1170, foi sepultado em um mosteiro que ele próprio construiu e doou à uma Ordem Religiosa. Mas, ao que parece, esta família é inglesa e traz suas origens no clã de Galvim daquele reino.
Os estudos atuais dizem que o nome Galvão deriva da palavra galesa “Gwalchmei” e significa “Falcão de Maio”. O uso do sobrenome teria início em “Sir Gawaine”, filho primogênito do último rei de Orkney[4]. Segundo a lenda, Sir Gawaine, teria pertencido à Ordem de Cavaleiros Sagrados da Távola Redonda cujo líder era Sir Arthur Pendragon, rei da Bretanha, senhor do castelo de Camelot, detentor do poder da espada de Excalibur.
De Gawaine à Galvão
            Ninguém sabe ao certo sob a linhagem vinda de Argwaine II, filhoprimogênito de Sir Gawaine, mas um certo Leonie Mc Gawaine teria existido 300 anos depois do patriarca Gawaine. Ele teria sido o possível bisavô de Dom Nícolas Emmanuel Martin Mc Gawaine, que foi morar na França e fundou a dinastia de "Gwain" depois de ser sagrado cavaleiro templário pela espada do rei Francês Dom Luiz IX, o santo. Como cavaleiro templário, era seu dever guardar e proteger o “Santo Graal”, relíquia que Gawaine teria ajudado a achar e trazer para o ocidente.
A Ordem dos Templários ficou muito poderosa e atraiu a cobiça dos monarcas que tentavam centralizar o poder na Baixa Idade Média. Devido às perseguições que ocorreram na França, os Templários foram aniquilados e é bem possível que Dom Nícolas e sua família tenham fugido e se espalhado por todo o sul da Europa. É desse Dom Nícolas, que viveu por volta do século X, que vem a linhagem e o brasão ocidental. Dele surgiu os "Galvão" em Portugal, os "Galvez" na Espanha e os “Galvani” na Itália.
A família em Portugal
            Os Templários foram acolhidos secretamente em Portugal, pela Ordem de Cristo, fundada pelo rei Dom Diniz (1279-1325), e contribuíram na expulsão dos mulçumanos e nas conquistas marítimas. A cruz vermelha dos templários era o emblema que aparecia nas velas dos navios portugueses e também nos marcos de pedra e edifícios das possessões lusitanas na África, Ásia e América do Sul. Parte da receita da Ordem de Cristo era oriunda das explorações de além-mar, como recompensa pelo apoio dos Templários no começo dessa expansão.
A história da família Galvão de Portugal consta como tendo origem em Dom Pedro Galvão, um abastado cavaleiro da corte lusitana, falecido em 1170. Esse Pedro Galvão é um provável descendente de Nícolas Emmanoel, que viveu e foi cavaleiro na corte francesa.
A família no Brasil
 Os Galvão chegaram ao Brasil nas caravelas comandadas por Pedro Álvares Cabral, que era membro da Ordem de Cristo. Nesse momento inicial não ocorreu ocupação e eles não se fixaram no território. Ao longo da história ocorreram várias chegadas de membros da família em pontos diferentes do Brasil. Há em São Paulo a família Galvão de França e Galvão Bueno. No rio Grande do Sul existe até um município com o nome de Galvão. No Nordeste foram os Lopes Galvão que se fixaram.
A família noNordeste
            Os Galvão chegaram ao Nordeste no século XVII e participaram das lutas dos nordestinos contra a ocupação holandesa. Uma lenda fala de três irmãos portugueses que foram morar em Pernambuco: um ficou naquela capitania, Manoel Lopes Galvão; o segundo, Francisco Lopes Galvão, foi para o norte (Rio Grande do Norte); e o terceiro, Cipriano Lopes Galvão, foi para o sul (Bahia). É isso que diz a tradição oral.
A família no Rio Grande do Norte
            A história aponta que Manoel Lopes Galvão esteve no Rio Grande do Norte, em 1640. Ele fazia parte da esquadra do Conde da Torre e participou da lendária batalha marítima, entre os dias 12 e 17 de janeiro, contra os holandeses. Depois de uma violenta luta no mar, 1.400 homens desembarcaram na capitania sob o comando do mestre-de-campo Luís Barbalho Bezerra. Este evento ficou conhecido como “retirada de Barbalho”, pois a tropa resolveu voltar para a Bahia passando a pé por Pernambuco, território holandês.
Além de Manoel Lopes Galvão, estiveram nesse evento Francisco Barreto, Hilário Nunes de Matos, Amaro Velho de Cerqueira, Lourenço de Brito Correia, Manuel de Hinojosa, Lourenço Cavalcanti de Albuquerque, Manuel Camelo, Manuel Alves, Manuel de Araújo, Pedro Gomes, Manuel Carvalho Fialho, Pedro de Oliveira, Pedro do Canto Coelho, Francisco Pereira Guimarães, Gregório Peixoto, Antônio de Andrade, Ascenso da Silva, Pedro de Miranda, Antônio da Cunha Abreu e os irmãos Valentim e Luís Pedroso de Barros. Observem que a maioria desses personagens históricos trazem sobrenomes conhecido na atualidade e que, possivelmente, são os fundadores das famílias atuais.
Manoel Lopes Galvão ainda esteve no quilombo de palmares, onde foi o responsável pelos disparos que feriu o líder Zumbi, em 1676. Nesses eventos, Francisco Lopes Galvão, seu irmão, também deveria estar ao seu lado. Depois do domínio holandês, esse Francisco Lopes Galvão era Sargento-mor e veio para o Rio Grande do Norte, passando a morar no povoado de Goianinha, onde casou-se com uma neta de João Lostal Navarro[5], Joanna Dorneles Pimentel. Um de seus três filhos, Cipriano Lopes Pimentel, foi dono de terras em Barra do Cunhaú.
Cipriano Lopes Pimentel casou-se com Tereza da Silva e tiveram sete filhos. Um deles, Cipriano Lopes Galvão, fundou a família Galvão na região do Seridó, no Rio Grande do Norte. Outro filho, ou neto, Lázaro Lopes Galvão, que casou com Isabel de Bezerril, foi Presidente da Câmara Municipal em Vila Flor[6] entre 1813 e 1817. Lázaro Galvão deveria ser um político de prestígio e aliado da família Maranhão, no início do século XIX. Dessa forma deve ter sido perseguido pelo apoio dado ao movimento revolucionário de 1817[7], que implantaria o primeiro regime republicano no Brasil. 

[1] Antigos livros onde eram registrados os brasões das famílias.
[2] Língua céltica que era falada no território da atual França e a Noroeste da Itália. Dessa língua sobraram apenas algumas inscrições esparsas além da toponímia da região.
[3] Língua céltica falada no País de Gales e que, atualmente, possui o status de língua oficial, ao lado do inglês.
[4] Um agrupamento de ilhas da Escócia.
[5] João Lostal Navarro era um dos católicos presente no Morticínio de Uruaçu e beatificado pelo Papa em 2000. Sua filha foi casada com Joris Garstman, comandante holandês do Forte dos Reis Magos. Deste surgiu também a família Gracimam Galvão.
[6] Juiz Ordinário e Presidente do Senado em Vila Flor.
[7] Revolução Pernambucana de 1817. O movimento atingiu as províncias de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, onde foi proclamado um governo republicano e a independência em relação ao império português governado por Dom João VI. André de Albuquerque Maranhão foi o líder do movimento em terras potiguares.
Por: Francisco Alves Galvão Neto (http://www.uniblog.com.br/tododia/353438/a-familia-galvao.html