quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O sargento-mor Valentim Tavares de Mello


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG

Pedro Arruda, lá de Fortaleza, pede notícias de Manoel Gonçalves Branco, seu ascendente, através de Francisco de Oliveira Banhos. Diz, também ser descendente de Tomé Lopes Navarro. Em um dos meus artigos, escrevi sobre o “homem do Reino”, Manoel Gonçalves Branco. Ele é ascendente de muitas famílias deste Brasil. Neste artigo, vamos escrever sobre seu filho, Valentim Tavares de Mello, começando pelo batismo.

Em 27 de fevereiro de 1707, nesta Paroquial de Nossa Senhora da Apresentação, batizou, o Padre Coadjutor, a Valentim, filho do capitão Manoel Gonçalves Branco e sua mulher Catharina de Oliveira. Foram padrinhos o Padre Antonio Rodrigues Fontes e Thomás de Brito Ferrás. Tem os santos óleos. Simão Rodrigues de Sá.

Vinte anos depois, encontramos Valentim sentando praça, como soldado raso, nesta Capitania do Rio Grande. É um registro interessante, pois descreve, fisicamente, o assentado.

Valentim Tavares de Mello, morador nesta Capitania, filho legítimo de Manoel Gonçalves Branco, e natural desta Capitania, de idade de vinte anos pouco mais ou menos, de estatura baixa, seco do corpo, e alvarinho do corpo, digo, do rosto, cabelo crespo e castanho, olhos pardos, sobrancelha grossa, cara redonda, senta praça de soldado raso, nesta Companhia do capitão Francisco Ribeiro Garcia, por sua vontade, e mandato do dito capitão, e intervenção do Provedor e Vedor Geral, o capitão Domingos da Silveira, em quatorze de dezembro de mil e setecentos e vinte e sete, vencendo dois mil e quatrocentos reis/mês, e por ano vinte e oito mil e oitocentos réis, a saber: quinze mil e trezentos e sessenta réis em dinheiro, e, em farda, treze mil e quatrocentos e quarenta réis, na forma da ordem de sua Majestade, em que há por bem o acrescentamento dos soldos que se acha registrada nesta Provedoria a folha 142,verso, do livro 1º do Registro. Caetano de Mello e Albuquerque.

Os pais de Catharina de Oliveira e Mello, eram Francisco de Oliveira Banhos e Antonia Tavares de Mello, por isso, o sobrenome de Valentim.

Em 8 de junho de 1733, Valentim  já era capitão, e apareceu como testemunha, junto com o irmão, sargento-mor Gregório de Oliveira e Mello, no casamento de Victoriano da Frota e Maria Gomes de Sá. Nessa data, ambos eram solteiros, e o pai, Manoel Gonçalves Branco, já era defunto. Em 4 de novembro de 1734, passou a sargento-mor da Cavalaria da Ribeira do Assú, do Regimento do coronel Miguel Barbalho Bezerra, por patente do senhor capitão-mor João de Teive Barreto de Menezes.

Em 1735, ele casa pela primeira vez, pois em outros documentos aparece casado com Luzia de Albuquerque. Vejamos o registro do casamento que encontramos.
Aos dezoito de julho de mil setecentos e trinta e cinco anos, nesta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, da cidade do Rio Grande do Norte, feitas nela as denunciações, e na Igreja de Nossa Senhora do O’ da Missão do Mipibu, perto de onde morou a contraente, e na capela de Nossa Senhora dos Remédios, próxima a qual é o lugar onde mora, apresentando-se um mandado do Reverendíssimo Vigário Geral, o doutor Antonio Pereira de Castro, em que dava (frase ilegível, mas parece uma liberação ) o impedimento ao contraente da promessa feita a Paula das Quintas, e me mandava os Recibos por palavras, sem se descobrir mais algum, sendo presentes por testemunhas, o Reverendo Padre Manoel Pinheiro Teixeira, o sargento-mor Dionísio da Costa Soares, Dona Eugênia de Oliveira e Mello (irmã de Valentim), mulher do dito, e Catharina de Oliveira, dona viúva, pessoas todas conhecidas, e moradores desta cidade, assisti ao matrimonio que entre si contraíram o sargento-mor Valentim Tavares de Mello, filho legítimo do capitão Manoel Gonçalves Branco, já defunto, e de sua mulher Catharina de Oliveira e Mello, e Angélica de Azevedo Leite, filha legítima do coronel Carlos de Azevedo do Vale, e de sua mulher Izabel de Barros, moradores e naturais desta Freguesia, e logo lhes dei as bênçãos, guardando-se em tudo a forma do Sagrado Concilio Tridentino, do que mandei fazer este assento em que por verdade assino. Manoel Gomes Correa.

Dona Angélica deve ter falecido pouco depois e Valentim casou com Luzia de Albuquerque. Maria Manoela, filha de Valentim e Luzia, casou em 20 de maio de 1766, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, com o viúvo Estevão Cunha de Mendonça. Este último casal gerou um filho que recebeu o nome do avô, Valentim Tavares de Mello, e que casou em 1802, com Thereza Maria de Jesus, filha de Jerônimo da Costa e Anna Maria Pereira. Jerônimo era filho de João da Costa Almeida e Catharina de Oliveira e Melo, sendo esta última filha natural de Gregório de Oliveira e Mello, irmão de Valentim.

Naquela época as pessoas não ficavam viúvas por muito tempo. No dia primeiro de novembro de 1748, o capitão Manoel Gomes da Silveira, viúvo de Florentina de Mello, esta filha de Estevão Velho de Mello e Joanna Ferreira de Melo, casou com Luzia de Albuquerque Melo, viúva do sargento-mor Valentim Tavares de Melo. 
assentamento de praça de Valentim Tavares de Mello



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Atenção com as pesquisas.

Perdas de arquivos

Por Fábio Arruda de Lima

Amigos,
Como aconteceu ontem comigo, nunca é demais lembrar.

1) Sempre faça backup de seus arquivos de genealogia, com data e versão, pois este detalhamento permitirá a você recuperar com facilidade, pelo menos, a última versão mais atualizada. Mantenha sempre uma cópia atualizada em pendrive, outra em HD Externo e outra no computador, no mínimo;


2) Envie para seu próprio e-mail sempre que for salvar. O Word tem esta opção;

3) Faça cópias em diversas pastas, pois, se corromper a pasta usual, fato natural em informática, você consegue ter outra em diretório distinto daquele que foi corrompido;

4) Não poupe espaços com arquivos repetidos, o tempo que será gasto para recuperar não compensa a economia de espaços que você obtém;

5) Envie cópia para seus amigos, primos, parentes, para que, se ocorrer um desastre, você vai ter como recuperar pedindo uma cópia de volta. Não tenha medo de publicarem o seu trabalho, pois duvido que consigam entender seus rascunhos preliminares de informações genealógicas. Eu envio cópia integral de tudo para todos que conheço e me pedem sem o menor constrangimento;

6) Se ocorrer um problema com seus arquivos, não se desespere, peça ajuda e não faça nada tentando recuperar, pois, você, sem entender bem de informática e no desespero, poderá prejudicar ainda mais a recuperação, danificando permanentemente os arquivos;

7) Não salve um arquivo em cima do outro, ou seja, habitue-se a salvar, semanalmente, no mínimo, sempre com nova data e versão. Salve como novo arquivo, nunca por cima do anterior. Mantenha os dois arquivos diferentes e em, pelo menos, duas pastas diferentes;

8) Crie uma pasta com datas só para fazer a recuperação dos arquivos que estão no desktop (área de trabalho) ou tela inicial do seu computador. De tempos em tempos, no mínimo, semanalmente, salve todos os arquivos da área de trabalho em uma pasta distinta, com cópias para outros diretórios;

Estas dicas fazem você perder pouco tempo em relação ao tempo que seria perdido caso seus arquivos de genealogia venha a ser danificados.
Abçs
Fábio Arruda de Lima
Falando ainda de Olinda e cansado das férias!!!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

João Bosco, ex-aluno do Salesiano.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014


João Bosco e outras pessoas conhecidas


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Ultimamente tenho feito artigos genealógicos sobre pessoas que são nossas contemporâneas, em busca de elos com os mais antigos. Hoje, continuamos nesse caminho, iniciando com meu amigo João Bosco, que morava, quando o conheci, em frente ao Colégio Maria Auxiliadora. Os nomes serão escritos como aparecem nos registros da Igreja.

Aos vinte e três de março de mil novecentos e quarenta e sete, nesta Catedral, batizei, solenemente,  a João Bosco Barreto Duclerc Pinheiro, nascido em Natal, no Hospital Miguel Couto, a dez de fevereiro de mil novecentos e quarenta e sete, filho legítimo de Francisco Duclerc Pinheiro e D. Marta Barreto Pinheiro, residentes à av. Deodoro, nº 277; neto paterno de Joaquim Anselmo Pinheiro e Paulina Generosa do Amor Divino, e materno de Pio Paes Barreto e Maria Carolina Barreto. Foram padrinhos, Dr. Heitor Pereira Carrilho e D. Virgínia Ribeiro Carrilho, residentes no Rio de Janeiro, representados por Carlos Lamas e D. Berta Barreto Lamas, residentes nesta capital. E para constar mandei lavrar este termo que assino. Monsenhor José Alves Ferreira Landim.

Pio Paes Barreto era filho de Juvino Paes Barreto e Ignez Augusta de Albuquerque Maranhão, sendo esta filha de Amaro Barreto de Albuquerque Maranhão e Feliciana Maria Silva Pedroza.

Meus sogros moravam em Santa Cruz, mas vieram batizar uma de suas filhas, irmã de Graça, minha esposa, aqui em Natal, pois era aqui que moravam os padrinhos. Segue o batismo: Aos dezesseis de abril de mil novecentos e quarenta e sete, nesta catedral, o Reverendíssimo monsenhor João da Mata Paiva, de minha licença, batizou, solenemente, a Joana D’arc, nascida em Santa Cruz, Rio Grande do Norte, a dezoito de fevereiro de mil novecentos e quarenta e sete, filha legitima de Francisco Umbelino Neto, agricultor, e D. Maria Stela Rodrigues, residentes em Santa Cruz; neta paterna de José Umbelino Gomes e Maria do O’ de Medeiros Gomes; e materna de José Rodrigues de Medeiros e Felismina Rodrigues. Foram padrinhos Dr. Fernando Guilherme, farmacêutico, e D. Elima Guilherme Gomes, residentes à rua (ilegível) nº 76. E para constar mandei lavrar este termo que assino. Monsenhor José Alves Ferreira Landim. Joana casou com o cardiologista Nilton Oliveira Mendes Sobrinho, em 1969.

No registro acima, José Umbelino Gomes (de Macedo) era filho de Francisco Umbelino Gomes de Macedo e Felismina Maria de Macedo, enquanto Maria do O’ de Medeiros era filha de Felix Antonio de Medeiros e Thereza Duquesa de Farias. José Rodrigues e Felismina eram filhos: ele de Manoel Rodrigues da Silva e Francisca Mirandalina de Medeiros; ela, de Francisco Rodrigues de Freitas e Salvina Umbelina de Freitas, sendo esta última, irmã de José Umbelino Gomes.

Valdemar, meu irmão, casou com Daisy Lucena, cujo batismo segue: Aos dezoito de março de mil novecentos e quarenta e sete, nesta Catedral, o Reverendíssimo Padre Francisco das Chagas Neves Gurgel, de minha licença, batizou, solenemente, a Daisy Moraes Lucena, nascida em Natal, à av. Rio Branco, nº 682, a quinze de julho de mil novecentos e quarenta e três, filha legítima de José Cordeiro Lucena (Comercial José Lucena) e D. Georgina Moraes Lucena; neta paterna de Tobias Aguiar Lucena e Maria Francelina de Moraes (em outros registros não tem esse Moraes), e materna de Benjamin Moraes e Brasiliana de Moraes. Foram padrinhos José Ribeiro Dantas e D. Helena Vilar Ribeiro Dantas, residentes nesta capital. E para constar mandei lavrar este termo que assino. Monsenhor Landim.

Na mesma data acima foi batizada uma irmã de Daisy, de nome Dalvanira Moraes Lucena, nascida, no mesmo local acima, na data de 31 de dezembro de mil novecentos e trinta e nove, tendo como padrinhos Dr. Sebastião Monte, médico, e D. Nadir Correia Monte. Outro irmão de Daisy, Wellington (José) Moraes Lucena, nasceu aos 13 de março de 1933, em Nova Cruz, mas só foi batizado aos 13 de março de 1938, no Santuário, aqui em Natal, pelo Padre José Dantas Adelino, tendo como padrinhos Noé Lucena e sua esposa D. Luzia de Medeiros Lucena; nesse registro o nome completo do avô materno era Benjamim Constant Costa Moraes, simplificado no registro de Daisy; Wellington casou com Vera Lúcia Gentile, em 1966. Encontro  batismos de mais duas irmãs de Daisy: Therezinha, nascida em 25 de outubro de 1935, em Nova Cruz, batizada em oratório particular em 23 de janeiro de 1936, tendo como padrinhos Aurio (é o que parece) Costa e Maria Otília Carneiro; e Dalva, nascida em 15 de julho de 1937, batizada em 12 de agosto do mesmo ano, na capela do Tirol, tendo como padrinhos Eduardo Gurgel Filho e Djanira de Lucena Gurgel.

Os padrinhos de Therezinha eram os pais de Luiz Eduardo Carneiro da Costa.
Graciela, Bosco e eu

Daisy, Valdemar, e nós

Joana, Nilton e nós

Saiba tudo através da Biblioteca Digital Mundial - WDL.


A NOTÍCIA DO LANÇAMENTO NA INTERNET DA WDL, A BIBLIOTECA DIGITAL MUNDIAL.
QUE PRESENTE DA UNESCO PARA A HUMANIDADE INTEIRA !!!

Já está disponível na Internet, através do site www.wdl.org



Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta.
A BDM não oferecerá documentos correntes, a não ser "com valor de patrimônio, que permitirão apreciar e conhecer melhor as culturas do mundo em idiomas diferentes:árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português.
Mas há documentos em linha em mais de 50 idiomas".
Entre os documentos mais antigos há alguns códices pre-colombianos, graças à contribuição do México, e os primeiros mapas da América, desenhados por Diego Gutierrez para o Rei de Espanha em 1562", explicou Abid.
Os tesouros incluem o Hyakumanto Darani, um documento em japonês publicado no ano 764 e considerado o primeiro texto impresso da história; um relato dos aztecas que constitui a primeira menção do Menino Jesus no Novo Mundo; trabalhos de cientistas árabes desvelando o mistério da álgebra; ossos utilizados como oráculos e esteiras chinesas; a Bíblia de Gutemberg; antigas fotos latino-americanas da Biblioteca Nacional do Brasil e a célebre Bíblia do Diabo, do século XIII, da Biblioteca Nacional da Suécia.

Fácil de navegar:

Cada joia da cultura universal aparece acompanhada de uma breve explicação do seu conteúdo e seu significado.
Os documentos foram passados por scanners e incorporados no seu idioma original, mas as explicações aparecem em sete línguas, entre elas o PORTUGUÊS.
A biblioteca começa com 1200 documentos, mas foi pensada para receber um número ilimitado de textos, gravados, mapas, fotografias e ilustrações.

Como acessar o sítio global?

Embora seja apresentado oficialmente na sede da UNESCO, em Paris, a Biblioteca Digital Mundial já está disponível na Internet, através do sítio:

www.wdl.org

O acesso é gratuito e os usuários podem ingressar diretamente pela Web , sem necessidade de se registrarem.

Permite ao internauta orientar a sua busca por épocas, zonas geográficas, tipo de documento e instituição.
O sistema propõe as explicações em sete idiomas ( árabe, chinês, inglês, francês, russo, espanhol e português), embora os originas existam na sua língua original.

Desse modo, é possível, por exemplo, estudar em detalhe o Evangelho de São Mateus traduzido pelo missionário russo Ioann Veniamiov, em 1840.
Com um simples clique, podem-se passar as páginas um livro, aproximar ou afastar os textos e movê-los em todos os sentidos.
A excelente definição das imagens permite uma leitura cômoda e minuciosa.

Entre as jóias que contem no momento a BDM está a Declaração de Independência dos Estados Unidos, assim como as Constituições de numerosos países; um texto japonês do século XVI considerado a primeira impressão da história; o jornal de um estudioso veneziano que acompanhou Fernão de Magalhães na sua viagem ao redor do mundo; o original das "Fábulas" de La Fontaine, o primeiro livro publicado nas Filipinas em espanhol e tagalog, a Bíblia de Gutemberg, e umas pinturas rupestres africanas que datam de 8.000 A.C.

Duas regiões do mundo estão particularmente bem representadas:

América Latina e Médio Oriente.
Isso deve-se à ativa participação da Biblioteca Nacional do Brasil, à biblioteca de Alexandria no Egito e à Universidade Rei Abdulá da Arábia Saudita.

A estrutura da BDM foi decalcada do projeto de digitalização da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, que começou em 1991 e atualmente contém 11 milhões de documentos em linha.

Os seus responsáveis afirmam que a BDM está sobretudo destinada a investigadores, professores e alunos.
Mas a importância que reveste esse sítio vai muito além da incitação ao estudo das novas gerações que vivem num mundo áudio-visual.