terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Família Gosson.

RELEASE DO LIVRO CRÔNICAS DA FAMÍLIA GOSSON

Neste livro que será publicado em  26 de setembro 2013, última quinta-feira,, às 19h, no Hotel Majestic (de propriedade da família),  escrito pelo poeta e escritor Eduardo Gosson, presidente da União Brasileira de Escritores – UBE/RN,  vol. 04 da Coleção  Bartolomeu  Correia de Melo (prosa) do selo editorial Nave da Palavra, o autor conta, através de crônicas comoventes,cheias de lirismo, a história da sua família (Gosson) desde a vinda dos avós para o Brasil  no ano de 1925 (imigrantes libaneses),passando pelos pais, tios, filhos e netos de forma leve. Foge ao padrão dos  livros de genealogia. Pura poesia em forma  de crônica.
 Segundo a poeta e crítica literária Valdenides  Dias, da Universidade Federal do RN – Campus de Currais Novos: “A suavidade com que você ata o fio da vida ao da morte me emociona. Mesmo poeticamente falando, dói. Tanto.”. Por sua vez, o poeta Horácio Paiva, afirma: “Você consegue expor a subjetividade de  suas emoções com muito realismo – e alia tudo à nostalgia,às lembranças das pessoas e da cidade que passou...”. Avalizaram a presente obra o escritor português Carlos Morais dos Santos que assinou o Prefácio, Walter Cid que fez a Apresentação e a escritora Anna Maria Cascudo Barreto que escreveu as Orelhas. Para a  filha de Cascudo: “Finalmente hoje participo já como escritora e acadêmica da União Brasileira de Escritores na sua diretoria. Encontro Eduardo Gosson, poeta e escritor, um batalhador cultural. Vejo-o como  a síntese da família, naquilo que eles possuem de mais sólido. Seu sobrenome significa “árvore frondosa” em árabe. Ele é o somatório das virtudes adquiridas em terras brasileiras. Tem a simplicidade dos múltiplos, o brilhantismo dos modestos. Um líder, descobridor e incentivador de talentos. Incapaz de um sentimento menor. Pai  amantíssimo. Avô fascinado. Excelente marido.  Amigo como poucos.
Surgiu na vida como um sol que não admite sombras  nem se deixa tolher pelas tempestades. Vive buscando a luz do paraíso da igualdade. Seu corpo frágil disfarça o gigante de esperanças. Pássaro que voa feliz apesar das correntes de ar contrárias. Acredita, como Esopo  (século VI a.C.” ) que “a união faz a força”. Seu comunismo resulta no amor ao próximo. Sem buscar recompensas. Sua meta é erguer pontes quando só existiam paredes.”
SERVIÇO:
Lançamento do livro Crônicas da família Gosson
 selo editorial Nave da Palavra da União Brasileira de Escritores e exposição comemorativa de Fausto Gosson – um ano de saudades!
Data: 28.09.2013 (quinta-feira)
Hora: 19h
Local: Hotel Majestic sito à Av. Roberto Freire, 8860 – Ponta Negra. Após ultrapassar a Feira de Artesanato que fica em frente ao semáforo é o primeiro hotel à direita, vizinho ao Only Pizza. Tem estacionamento no hotel e, ao lado, há um terreno baldio,que é estacionamento

Valor do livro: R$ 30,00

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Primeira reunião de 2013 do instituto de Genealogia

 O objetivo foi discutir as metas para o 2º semestre de 2013. O presidente do Instituto, Ormuz Simonetti fez um relato das atividades desenvolvidas e designou o secretário Carlos Roberto Miranda Gomes para coletar os artigos e ensaios para a 2ª edição da revista anual. Estiveram presentes, na tarde do dia 7, no anexo do Instituto Histórico, os confrades Luiz Medeiros, Jorge Veras, Odúlio Botelho, João Felipe da Trindade, Carlos Gomes, Ormuz Simonetti e Luiz Gonzaga Cortez.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Professora Júlia Alves Barbosa


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
Depois que escrevi o último artigo, que foi postado neste “O Jornal de Hoje”, no dia 6 de agosto de 2013, recebi a notícia, de Dodora Rocha, que seu tio, Leonardo Trindade Cavalcanti, tinha falecido, em Recife, na segunda-feira, dia 5 de agosto. Ele era filho, como vimos nesse artigo, de Dr. Francisco Ivo Cavalcanti e de sua 4ª esposa Marta Trindade.

Quando Francisco Ivo enviuvou da 3ª esposa, Venice Dantas, casou com Marta Trindade. Venice era mãe de meu colega do colégio marista, Francisco Ivo Dantas Cavalcanti, que também mora em Recife.

As histórias de pessoas ilustres ficam mais interessantes quando se conhece os parentes delas. Por isso, fui buscar informações sobre os ascendentes das nossas personagens, em estudo.

A 2ª esposa do Dr. Francisco Ivo era a professora Júlia Alves Barbosa. Seu batismo, conforme o registro, é o que segue: aos oito de fevereiro de mil oitocentos e noventa e nove, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, batizei Júlia, nascida aos dezoito de novembro do ano passado (1899), filha legítima de Pedro Alves Barbosa e D. Júlia Alves Barbosa, sendo padrinhos Juvino Barreto e D. Ignez Barreto. Do que faço e assino este termo. O pároco João Maria Cavalcanti de Brito.

Pelos jornais antigos, encontro que o pai de Júlia era major e foi suplente de intendente da nossa cidade do Natal. Descubro, também, que a mãe de Júlia, que tinha o mesmo nome, faleceu aos 11 de fevereiro de 1907, de eclampsia, com apenas 35 anos de idade, deixando cinco filhos. Nesses mesmos jornais, aparecem os nomes de irmãos de Júlia: Luiz que aniversariava em 24 de setembro e Lucilla, em 2 de agosto. D. Júlia, mãe, aniversariava no dia 14 de outubro; e o major Pedro Alves Barbosa aniversariava no dia 26 de abril.

Pedro Alves Barbosa casou com D. Júlia Alves de Mello, na Capela do Bom Jesus das Dores, aos dez de maio de 1893. Ele, natural de Recife, filho legítimo de José Alves Barbosa e Severiana Alves Barbosa; ela, natural de Goiana de Pernambuco, filha legítima de José Joaquim de Mello e Emília Alves de Mello. Ambos moravam no bairro da Ribeira da cidade do Natal.

O casamento de Francisco Ivo Cavalcanti com Júlia Alves Barbosa foi aos 4 de junho de 1832. O documento de registro, diferentemente de outros que encontrei, é uma tabela, onde nas linhas e colunas são escritas as informações. Embora tenha partes ilegíveis, dá para ler que ele tinha 40 anos e ela 33. As testemunhas parecem ser José Pedro do Monte e Ulisses de Góis. Desse enlace não resultou filhos. Ela faleceu em 17 de novembro de 1942, não havendo no registro informações sobre a causa da morte.

Pela internet vemos que a professora é muito festejada. Foi uma das fundadoras da Associação de Eleitoras Norte-rio-grandense e a segunda eleitora do estado do Rio Grande do Norte. Foi eleita para a Câmara Municipal do Natal, sendo, portanto, a primeira vereadora da Capital (1928). Consta, também, que foi a primeira mulher a lecionar matemática na Escola Normal de Natal.

Sobre Dona Hercília Araújo, 1ª esposa de Francisco Ivo, falaremos em artigo posterior.
Batismo de Júlia


domingo, 11 de agosto de 2013

Mais Pegado Cortez e Gomes

 O mais jovem essa "meninada" é Rodrigo Cortez ( o 1º da esquerda), filho de Telma e Alcides, neto de dona Pepita. Rodrigo é geólogo e interessado em pesquisas genealógicas. Ao centro, Luiz Pegado Cortez, ao lado de Murilo Cortez, Iéris, filho de Everton Dantas Cortez, e Landim, filho de Orlando Cortez Gomes. Currais Novos, 10.08.2013.
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"Vamos esticar o pescoço".

 O carequinha da direita, Landin, segurando o boné, ao lado de filhas e sobrinhas e sobrinho e neto, disse ao autor das fotos e textos: "agora temos esticar o pescoço, primo. Tia Pepita é a última da velha geração que gerou essas famílias, dos Gomes, dos Pegado Cortez". Landim é filho de Orlando Cortez Gomes, falecido aos 94 anos, o primo pobre de dr. Tomaz. Aliás, os Gomes eram agricultores pobres e pequenos comerciantes (1ª geração). Dr. Tomaz, o rico, tratava a todos como irmãos e com muita simplicidade e consideração.
Aí Tino Gomes, casado com Aparecida Gomes, disse: "Pepita representa o fim da última representante da Irmandade que completaria 102 anos". Vamos estudar o porquê desses 102 anos.
Pepita era prima legítima do homem que foi um dos mais ricos do Nordeste brasileiro: Tomaz Salustino Gomes de Melo, filho Manoel Salustino Gomes de Melo, irmão do capitão José Gomes de Mello, pai de José Gomes de Mello Júnior-Zézinho, pai de Maria Anísia Gomes Cortez-Pepita.
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Marcos Evangelista se despediu da tia.

 Marcos Evangelista Gomes de Almeida, 70, aposentado do Banco do Nordeste, em nome da família, discursou durante o sepulamento de sua tia, enaltecendo a figura humana de mãe, tia, avó e amiga de todas as pessoas da comunidade curraisnovense. Fez um discurso considerado emocionante, pois relatou fatos de sua adolescência em Currais Novos, já que seus pais Maria de Lourdes Gomes (esta filha de José Gomes de Mello Júnior) e Flávio Eloy  de Almeida, casaram e foram morar em Campina Grande/PB. (Correções feitas às 10h05m de 23.08.2013).
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Três gerações .

 O sexagenário Luiz Pegado Cortez, na manhã de ontem,10, no cemitério novo de Currais Novos, teve oportunidade de conhecer Murilo (neto de Alfredo Dantas Pegado Cortez), Ieris e Ioris Dantas Cortez (filhos de Ewerton Dantas Cortez) e Landin -Orlando Gomes Cortez (à direita, com camisa listrada),filho de Orlando, irmão de Pepita. Os cinco representam três famílias Pegado Cortez, Dantas e Gomes de Melo.
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Luiz Pegado Cortez: presente!

 Ao lado de Armando, neto de José Emerentino Gomes, está o sr. Luiz Cortez, filho do casal Hélio Pegado Dantas Cortez   e Teresa Gomes Cortez e neto de Manoel Pegado Dantas Cortez - Neco Pegado,que acompanhou o velório, assistiu a missa e foi ao sepultamento de "Pepita" e tomou a iniciativa de se apresentar aos parentes que não o conheciam. Teresa era irmã de Dacinha Gomes, 1ª esposa de Orlando Gomes Cortez, irmão de "Pepita" e primo da mãe dele.
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Pepita Gomes Cortez sepultada na manhã de ontem, em Currais Novos.

 Centenas de familiares, parentes e amigos de Maria Anísia Gomes Cortez, carinhosamente conhecida por "Pepita", 92, foi sepultada às 10 horas, no cemitério de Currais Novos, localizado na margem direita da BR 226, na entrada da cidade. Antes do sepultamento, houve uma missa na Igreja Matriz.
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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Maria Anísia-Pepita, a caçula de José Gomes de Mello Júnior.

 Maria Anísia Cortez Gomes (ao centro) era filha mais nova de José Gomes de Mello Júnior- Zezinho, ladeado pelos filhos José Renato Gomes, Antonio Cortez Gomes e Braz Cortez Gomes. A foto é de 1944 e nela estão todas as filhas do 2º matrimônio de José Gomes de Mello Júnior: da esq. p/ direita, Ana, Benedita, Anísia, Lourdes e Francisca (Santinha). Reprodução de foto do acervo de Maria Aparecida Gomes.
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Famílias Gomes e Simonetti de luto desde a manhã de hoje.


As famílias Cortez Gomes e Simonetti Gomes estão de luto desde a manhã de hoje, 9, com os falecimentos de Maria Anísia Cortez Gomes (Tia Pepita), 92, viúva de Olavo Dantas Cortez, de Currais Novos/RN, e de João Batista Simonetti, 79, irmão de Salete Simonetti, de Assu/RN, viúva de Cleando Cortez Gomes. Maria Anísia faleceu em sua residência, em Currais Novos, de onde sairá o féretro às 10 horas de amanhã, sábado, para sepultamento no cemitério local.  Pepita, como era conhecida, deixou 11 filhos,  nasceu no sítio Liberdade, de propriedade de José Gomes de Melo Júnior  e Ana  Cantionila Dantas Cortez, seus pais. Antonio Dantas Cortez, o currais-novense que fugiu de casa e foi padrasto de Raul Cortez, o célebre ator de teatro e da rede Globo de Televisão, era tio de Maria Anísia Cortez Gomes.
João Batista Simonetti faleceu em São Paulo/SP, vítima de parada cardíaca e será sepultado na capital paulistana, amanhã, 10. Deixou viúva Lilian Saldanha Simonetti e quatro filhos. Era aposentado do Banco do Brasil e pertenceu ao Lions Clube.





João Batisa Simonetti, ao centro, com a esposa Lilian e o sobrinho Cleando Cortez Gomes Filho e sua esposa Isa Caldas Gomes. Foto: Google



Olavo D. Cortez e M. Anísia Gomes Cortez.






quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pesquisador conclui: Manoel Pegado Cortez foi o elo de ligação com os Pegado Cortez do Seridó do RN. Rodrigo Cortez enviou imeio com relatos comprobatórios/históricos do Capitão Manoel Pegado Cortez, de Arez, onde ainda vivem seus parentes-descendentes.

Oi Luiz e Eva,


Achei alguns dados sobre Manoel Pegado Cortez, de Arez, pai do Manoel Filho e sogro de Marica Pegado. Agora podemos afirmar sem dúvidas que o mesmo fora um rico latifundiário, proprietário de terras, juiz de paz, capitão da guarda nacional e cavaleiro da ordem da rosa, entre outras coisas.
Veja abaixo (e em anexo) o trecho que extrai da edição do dia 02 de maio de 1861 do Jornal Correio Mercantil-RJ.

(...)
Na freguesia do Arez, que faz parte deste collegio, a eleição regular foi presidida pelo 1° Juiz de Paz, Capitão Manoel Pegado Cortez, e os mesarios, que com outro juiz fizerão uma duplicata, tiverão para assim proceder o único motivo de haverem sido derrotados na referida eleição.
A destituição do 1° juiz de paz sob o pretexto de ser analphabeto é um escandalo sem nome e sem exemplo. O Capitão Pegado é um dos abastados proprietários da província, e o mais rico de seu município; foi por serviços relevantes condecorado com o habito da Rosa, e no lugar de sua residência tem occupado importantes cargos, que os analphabetos não podem exercer, como senão o de juiz de facto, capitão da guarda nacional, etc., etc..
(...)
Nota 1: grafia original do período. Em anexo, o recorte do original deste noticia.
Nota 2: A Guarda Nacional, foi criada em 1831, pelo regente Feijo, ela era uma milícia civil que representava o poder armado dos proprietários que passaram a patrulhar as ruas e estradas em substituição às forças tradicionais, corpos de milícias, as ordenanças e as guardas municipais e Exército. Para ser integrante dela era preciso pois ser alguém de posses, que tivesse recursos para assumir os custos com o uniforme e as armas necessárias (200 mil réis de renda anual nas cidades e 100 mil réis no campo). O governo da Regência colocou então os postos militares de oficiais à venda, podendo então os proprietários e seus próximos adquirirem os títulos de tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel da Guarda Nacional (não havia o posto de general, prerrogativa exclusiva do Exército). 
Nota 3: Imperial Ordem da Rosa é uma ordem honorífica brasileira. Foi criada em 27 de fevereiro de 1829 pelo imperador D. Pedro I(1822 — 1831) para perpetuar a memória de seu matrimônio, em segundas núpcias, com Dona Amélia de Leuchtenberg e Eischstädt. A ordem premiava militares e civis, nacionais e estrangeiros, que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do Imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas então existentes. De 1829 a 1831 D. Pedro I concedeu apenas cento e oitenta e nove insígnias. O seu filho e sucessor, D. Pedro II (1840 — 1889), ao longo do segundo reinado, chegou a agraciar 14.284 cidadãos. Os graus em ordem decrescente são: 1° Grã-cruz, 2° Grande Dignitário, 3° Dignitário, 4° Comendador, 5°Oficial e 6° Cavaleiro (Cap. Manoel Pegado Cortez).

Nota 4: O Juiz de Paz surgiu em 1827, concebido como um representante eleito, que não tinha treinamento, nem pagamento, e que atuaria em assuntos de pouca importância na freguesia. Tinham várias obrigações, entre elas promover conciliações, resolver dúvidas sobre estradas particulares, pastos, águas usadas na agricultura ou no minério, direitos de caça e pesca, danos causados por escravos e animais particulares. Quando as reuniões públicas apresentavam ameaça de desordem, era obrigação do juiz de paz dispersá-la, até com a ajuda da polícia. Quando havia um crime, o juiz de paz tinha que se encarregar de reunir provas. A aplicação dos regulamentos municipais, a prevenção e destruição de comunidades de escravos fugitivos também eram de sua competência. Era o reformador social da comunidade, sendo responsável pelos bêbados e pelas prostitutas escandalosas. Protegia os bosques públicos e a poda ilegal dos bosques privados, a notificação ao presidente da província quando eram descobertos recursos animais, vegetais ou minerais úteis.

Nota 5: Apesar deste Manoel Pegado ser analfabeto, posso considerar que ele fora um homem culto e talvez até refinado ao seu tempo, devido às suas posses, entre às quais, a fazenda Bom Jardim deixada em forma de dote para o casamento de sua filha Maria Camila com o Cel. Antonio Bento de Araújo Lima. Vale a pena recordar que foi exatamente em Bom Jardim que Manoel Pegado Cortez Filho (esposo de Maria Senhorinha Dantas) assinou e datou o seu exemplar do livro "Bom Tom", em 1° de janeiro de 1870, provavelmente durante visita à ex-casa paterna, agora residencia da irmã Maria Camila e do cunhado Antonio Bento. Aqui temos, claramente, a comprovação da ligação entre os Pegado Cortez de Arez/Goianinha com os do Seridó.
Abs,


Rodrigo Cortez

ManoelPegado_Arez_Cap-Juiz-Cavaleiro_detalhe_1861.JPG
12

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Genealogistas se reunirão dia 7, 5ª feira.


          INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA – INRG

CONVOCAÇÃO
ESTIMADOS CONFRADES,


FICAM CONVOCADOS TODOS OS CONFRADES DO INSTITUTO NORTE-RIOGRANDENSE DE GENEALOGIA – INRG para uma reunião extraordinária no próximo dia 07, a partir das 15,30 horas no anexo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (Memorial Oriano de Almeida), esquina com a Praça Padre João Maria, a fim de deliberarmos sobre o reinício das nossas atividades culturais.

Natal, 05 de agosto de 2013
ORMUZ BARBALHO SIMONETTI
Presidente


sábado, 3 de agosto de 2013

Os judeus construíram o Centro Israelita em Natal. Com a decadência da capital, foram embora para o Rio de Janeiro e São Paulo.

OS JUDEUS EM NATAL.


Gileno Guanabara

A Cidade do Natal nasceu sob o signo da ideologia cristã, durante a expansão do mercantilismo europeu. Donatários, padres, aventureiros, corsários e desterrados foram os primeiros a contagiar os indígenas com seu sangue e suas chagas. Os negros vieram depois. A miscigenação através de relações legais, adúlteras ou pecaminosas, fecundou proles numerosas.
Nos primeiros anos do século XX, a Cidade dos Reis Magos recebeu também a presença dos judeus. Vieram do Leste Europeu, alguns deles serfaditas, todos perseguidos pela intolerância racial ou religiosa. Foram ondas inquisitórias sucessivas o que os motivou a se aventurarem noutra Diáspora, em busca de uma nova Jerusalém que os acolhesse.
Aleatoriamente a província Natal tornara-se referência para os primeiros judeus que aqui aportaram. No censo realizado em 1900, Natal contabilizava apenas uma dezena de israelitas. A chegada do primeiro irmão da família Palatinik fomentou o lucro fácil e fez crescer a comunidade chamada “Jerusalém do Brasil”.
Segundo o trabalho acadêmico de Luciana Souza de Oliveira (A Fala dos Passos: Imigração e Construção de Espaços Judaicos na Cidade do Natal”- Natal 2009) o primeiro dos irmãos judeus, Tobias, se dedicou ao mascate de produtos a domicílio no ano de 1912. Com a chegada dos demais, em poucos anos já acumulavam riqueza e adquiriram propriedades. A sociedade natalense não hostilizava a comunidade judaica. No entanto, a segregação foi estabelecida de parte deles, quando dos casamentos inter-semita de Tobias; Adolfo; José; e Jacob, todos da família Palatinik. Igualmente ocorreu com outras famílias judias.
 Se não traziam riqueza de monta, no entanto, portavam o “Talmude”, a lei oral que norteava a experiência de vida, capaz de manter-lhes as tradições e ritos preservados da origem e até de propiciar vencer as barreiras do asilo sem serem molestados. No silêncio da noite, após a labuta diária e das orações, solfejavam palavras, liam os jornais, a fim de se fazerem entender no comércio das mercadorias que o consumo local ainda não conhecia. A par da disposição para o trabalho pesado, traziam em seus mantras a noção da Torá, a Lei escrita legitimadora da condição de judeu.
No sítio dos Palatinik, através de escritura de doação, no terreno sito no bairro da Cidade Alta, na Rua Felipe Camarão, foi construída a Sinagoga, lugar sagrado de suas orações. Para a “sacramentalização” do espaço foi transferida a arca onde se guardava os pergaminhos em forma de rolo da Torá, escrito à mão, em hebraico, trazido da Palestina.
Tinham preocupação com os seus mortos. Junto a Prefeitura, reivindicaram a demarcação do lugar, onde repousariam os falecidos. Foi-lhes dado o alvará para, nos limites convencionados, ser erigido o “Cemitério Israelita”, no Cemitério do Alecrim, para onde os mortos eram conduzidos em “Levayá” e homenageados através do “Keriá”, em obediência da “mitzvá”.
Com o culto e estabelecido o lugar sagrado - tido entre os judeus como da vida, da morte e das orações – foi possível acumular riqueza que era compartilhada com as necessidades dos parentes próximos e dos amigos que não vieram no primeiro momento. Retornaram à Palestina de onde buscaram as mulheres com quem casariam e dividiriam o nome e a vida. Com os filhos que nasceram compuseram um estrato social distinto, mantido pelo trabalho, pelas tradições e práticas culturais, o sonho inabalável de um dia regressar a Palestina.
Conservavam os nomes de família:”Slavni”; “Genesi”; “Kaller”; “Josuá”; “Weinstein”; “Volfzon”; “Palatinik”, dentre outros. Criaram a associação que os congregava e protegia - Centro Israelita do Rio Grande do Norte. Ao tempo da Segunda Guerra houve dificuldades para a concessão de vistos de entrada aos judeus. A comunidade articulou a vinda de Einstein ao Brasil, repercutindo favoravelmente a causa dos judeus. A visita de Luis da Câmara Cascudo ao Centro Israelita, no dia de “Yom Kippur” provocou o mesmo efeito. Dissipou veleidades correntes que atribuíam aos judeus a prática da agiotagem e “sabedoria” em seus negócios.
A presença judia em Natal se revela nos novos conceitos da arquitetura que a cidade adotou, de ruas e casas da cidade Alta. Eram exímios artífices em ouro, marcenaria, alfaiataria, música e agricultura. No comércio e na prática contábil, deram as primeiras experiências de vendas a crédito. Na parte da educação, as primeiras escolas de ensino infantil, chamadas “Herzlia” (jardim da infância), acolhiam os filhos dos judeus.  Professores foram trazidos da Palestina e ensinavam em hebraico. Também vieram professores do Recife, a fim de ensinar matemática e a leitura da Torá, obrigatoriamente.
Não sei a que atribuir os motivos que desfizeram a comunidade dos judeus na cidade Alta, em Natal, e de seus descendentes. A Vila Palatinik é uma reminiscência do antigo sítio que abrigou a Sinagoga e as casas das famílias dos judeus vindos e nascidos em Natal, até o ano de 1930.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Por que Leônidas Hermes da Fonseca?


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
Está completando 100 anos que houve, aqui no Rio Grande do Norte, a campanha eleitoral mais conturbada, para governador do Estado, de toda nossa existência. Nos jornais do Rio de Janeiro, sede do governo federal, a presença do Rio Grande do Norte era constante no noticiário, com destaques para o capitão J. da Penha e o tenente Leônidas Hermes da Fonseca. Que méritos tinha o jovem Leônidas para ser sugerido como candidato?

Conta Itamar de Sousa, no livro “A República Velha no Rio Grande do Norte”: Dizem os coevos que o desiderato de Dona Orsina Francione da Fonseca, esposa do marechal, era ver o filho Leônidas governador do Rio Grande do Norte. E José da Penha, amigo da família, militar e norte-rio-grandense de Angicos, fora escolhido para cumprir essa missão histórica. Aconteceu, porém, que Dona Orsina falecera em 1912 e a campanha sucessória realizou-se no ano seguinte.

Em outro trecho do seu livro, Itamar diz que a imprensa situacionista lembrava ao capitão José da Penha que a Lei nº 254 impedia ele e Leônidas de serem candidatos ao governo, por não residirem aqui, há pelo menos quatro anos.

Em fevereiro de 1910, J. da Penha era tenente e Leônidas, ainda, aspirante a oficial. Em março do ano seguinte, Leônidas é promovido de aspirante a oficial para 2º tenente e, em setembro, casa com a potiguar Adélia Cavalcanti de Albuquerque. Em fevereiro de 2012, ficou a disposição do Presidente da Republica, Hermes da Fonseca, seu pai, a fim de servir no estado maior do mesmo (casa militar). Em março, do mesmo ano, passou a ajudante de ordem, em substituição ao irmão Mário Hermes, eleito deputado federal pela Bahia. Na data de 29 de setembro de 1913, outra notícia dava conta que no dia 26, daquele mês e ano,  tinha nascido Leônidas, filho do tenente Leônidas.

O 2º tenente Leônidas Hermes aparece, várias vezes, no noticiário do Rio de Janeiro, por conta de seu interesse por cavalos: foi escolhido para representar o Ministério da Guerra, em um concurso hípico; importou cavalos da Inglaterra e comprou junto com Oldemar Lacerda, o potro inglês de três anos, Seythian, filho de Roquelaure e Seythia.

Em nenhum dos jornais antigos apareceu qualquer notícia que enaltecesse as qualidades do jovem Leônidas.

Houve, em janeiro de 1913, um incidente entre o tenente Leônidas Hermes e o deputado Raphael Pinheiro, por conta de acusações feitas por este ao irmão daquele, deputado Mário Hermes. Nesse incidente, Leônidas, fazendo menção de tirar uma arma, avançou para o Sr. Raphael, que, por sua vez, esperou-o de revolver em punho.

 “O Paiz”, de 29 de abril de 1913, noticiava: o povo de Natal, solidário com a maioria dos coestaduanos, que aclamam em todos os municípios o nome do tenente Leônidas Hermes, levantou hoje, em meeting, a sua candidatura, livre e espontaneamente, certo de que evitará com este nome, benquisto aos próprios governistas, as perturbações provocadas por outras candidaturas, sendo ele estranho as lutas regionais e ligado por laços de família ao Estado que não permitirá de forma alguma a continuação da oligarquia com o seu representante senador Ferreira Chaves.

De vários municípios do Rio Grande do Norte saíram telegramas apelativos para o marechal Hermes da Fonseca. Entre eles um de Macau, datado de 26 de abril de 1913, nos seguintes termos: Apelamos para o nobre sentimento e patriotismo de V. Ex. a fim de evitar a perturbação de paz do Estado e de sua liberdade. O povo abraça espontaneamente a candidatura Leônidas Hermes. Respeitosas saudações, Francisco Honório, Manuel Fonseca, Antonio Honório Filho, Joaquim Cardoso, Nicolau Tibúrcio, Eduardo Azevedo, Manuel Caetano, José Brito, José Bezerra e Leocádio Queiroz.

A resposta veio de imediato: Respondendo ao vosso apelo não compreendo que, no interesse da paz do Estado do qual sois filho, procureis um estranho que nem sequer conhece esta região e teria o grande inconveniente de ser descendente do Presidente da República. Não parece, pois, nem digno nem justo o vosso gesto, que viria criar uma grande oligarquia, sistema de governo contra o qual sempre protestei. Hermes Rodrigues da Fonseca.

Mesmo diante da manifestação do Presidente, a campanha prosseguiu. O capitão J. da Penha pretendia lançar a candidatura, no dia 12 de maio, dia do aniversário do Marechal Hermes da Fonseca. Ainda em junho, o capitão declarou que o tenente Leônidas Hermes chegaria brevemente a capital a fim de pleitear a sua eleição ao cargo de governador.
Nesse mesmo 12 de maio, J. da Penha escrevia para as filhas: O nosso Leônidas, filhinho de peixe, nada muito bem. À imprensa uma coisa e para mim outra pelos telegramas. O povo está correto, com entusiasmo e sem medo. Não retirarei mais o nome de Leônidas nem que chova tapioca ou qualquer outra coisa. Há de subir ou cair comigo, a Nação, vendo que tínhamos um pacto. Minha boca não se abre para dizer que ele não quer porque juraria falso.

Em agosto, em outra carta para as filhas: O povo coagido pela polícia começa a desanimar. Tudo se reanimaria, salvando-se, de repente, o que já naufragou, se Leônidas viesse, como se comprometeu e era necessário.

Em outro momento, escreveu sobre Pinheiro Machado, que influenciava o Presidente contra a candidatura de Leônidas: Quanto ao monstro Pinheiro Machado, Senhora Dona Annita (uma das filhas), seu pai ainda viu, agora, melhor do que os politiqueiros e os cobardes. Não é nem será nunca o presidente da República.

Por fim, Leônidas não apareceu por aqui. Por que, então, o capitão J. da Penha escolheu  figura tão apagada?