terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A vida é uma viagem.


Você já leu isso antes: a vida é uma viagem. Mas não é sobre um chavão que eu gostaria de conversar. Viver, de fato, é um contínuo caminhar e desvendar paisagens. Mas o ponto não é exatamente o caminhar e sim como caminhamos, o que inclui a maneira como construímos internamente caminhos e cenários a partir de um olhar e de um propósito.

A vida pode ser uma viagem, mas as cores, a profundidade, os brilhos e contrastes dizem respeito ao modo como nos movemos sobre a Terra.

É possível considerar nossas viagens de uma perspectiva espiritual. O filósofo e teólogo hesicasta Jean-Yves Leloup aponta-nos com precisão: existe uma maneira de caminhar que nos faz turistas, outra que nos leva a ser andarilhos e outra ainda que nos torna peregrinos. Talvez seria isso uma espécie de espiral evolucionista do caminhante, mas não se trata de contrapor uma maneira à outra.

O turista, diz Leloup, é aquele que caminha sobre a crosta do planeta. Permanece na avidez por quilometragem, no consumo de prazeres e no contato superficial com paisagens, situações e pessoas. O andarilho aprofunda  a experiência do caminhar e busca a seiva, almeja entrar no movimento do universo e tornar-se pleno com os odores da natureza, as mensagens da vida. Caminhar como peregrino exige um refinamento maior, na intenção de se estar próximo do sopro, da essência que está na seiva e é o sustentáculo último da seiva, da árvore, da crosta.

Um estágio pode levar ao outro para, no final, percebermos a realidade de que caminhamos sobre uma terra que se torna sagrada ou profana a partir da qualidade que imprimimos ao nosso caminhar. A viagem é plena quando nos leva para dentro, quando desvela  nossas paisagens internas, quando nos coloca diante da Presença.

É ainda Leloup quem nos recorda que a sabedoria de Lao Tsé pode ser aplicada aos nossos ímpetos viajeiros. Segundo o sábio do Tao, podemos dar a volta ao mundo sem dar um único passo para fora de nós. Ou seja, podemos levar conosco o mesmo olhar, as mesmas projeções, os mesmos preconceitos e, assim, nada vermos.

Se isso acontece, certamente, falta-nos a inspiração  de Carlos Castañeda para a viagem contínua da vida: “Não importa o caminho, importa se esse caminho tem um coração”. Falta-nos ainda a abertura surgerida pelo Eclesiastes: “Vai onde o teu coração te leva”. O olhar e o propósito devem corresponder ao nosso coração, nossa aspiração mais profunda, não a padrões aprisionantes. Caminhar sem coração é seguir um caminho que nos é imposto, do qual não conseguimos desfrutar.

Talvez por isso, quem sabe, deixo-me banhar pela suavidade dessas reflexões, enquanto aguardo o embarque para Roma, no aeroporto de Guarulhos, quando o pragmatismo e o próprio instinto poderiam angustiar-me neste momento em que a terra  treme na Itália central  - onde peregrinarei, solitário, pelos caminhos de Francisco de Assis -, hotéis desabam e avalanches soterram turistas.

Meu coração diz: vá! Não há lógica: vá! Só há esperança:  vou e espero voltar.

Instituição faz digitalização de arquivos da Arquidiocese de Natal

ARQUIDIOCESE DE NATALASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO(84) 3615-2800 / 2801

Instituição faz digitalização de arquivos da Arquidiocese de Natal

A Arquidiocese de Natal e a instituição americana Family Search Internacional firmaram uma parceria para a digitalização dos arquivos da cúria metropolitana, bem como das paróquias que compõem o território arquidiocesano. Esse projeto, além de garantir a preservação das informações contidas nos documentos, permitirá o acesso a dados relevantes para a pesquisa de história das famílias.
A parceria foi firmada em novembro do ano passado e o trabalho de digitalização já está sendo realizado. Nestes primeiros meses, um funcionário da Family Search montou os equipamentos, na sala do arquivo arquidiocesano, situada no subsolo da Catedral Metropolitana, onde faz o trabalho de digitalização de documentos da Igreja. Depois, ele seguirá para as paróquias do interior do Estado.
O processo
 Quando registros são destruídos, perdem-se para sempre dados importantes acerca do passado. Por outro lado, os frágeis documentos históricos sofrem constante deterioração devido ao uso frequente. Em compensação, registros preservados digitalmente ou em microfilme podem ser utilizados repetidas vezes e reproduzidos conforme a necessidade, enquanto os documentos originais permanecem intactos, íntegros e em bom estado para as gerações futuras.
Em colaboração com instituições que criam e guardam registros, o Family Search começou a microfilmar e armazenar registros em 1938. Os projetos de digitalização começaram em 1998. De 1938 até hoje, a instituição microfilmou em mais de 110 países. Ele fornece às instituições mantenedoras dos documentos originais uma cópia de seus registros no formato em que foram adquiridos. Além disso, os microfilmes e imagens digitais que armazena servem de cópias de segurança de arquivos gerais de todo o mundo, constituindo-se numa proteção essencial caso ocorram danos ou perdas.
A Arquidiocese de Natal já recebeu esse projeto no período em que os arquivos eram microfilmados. Nesta nova modalidade, que utiliza a tecnologia digital, os livros que antes não foram digitalizados, agora passarão por esse processo. O processo se utiliza de um mecanismo de captura de imagens, através de uma câmera fotográfica de alta resolução. As imagens geradas passam por um programa de computador, que no processo seguinte, as armazena em um HD. O processo é feito por um especialista em geração de imagem e, no território arquidiocesano, quem está conduzindo este trabalho é Jorge Silva, da Family Search . Segundo Jorge, desde o início da parceria até o momento, já foram feitas mais de cinco mil imagens dos livros arquidiocesanos. O atual processo de digitalização contempla livros de batismo, casamento, óbitos e o acervo do Jornal A Ordem.

MAIS INFORMAÇÕES:
. Cacilda Medeiros – assessoria de comunicação da Arquidiocese de Natal – (84) 3615-2800/2801 / 99968-6507
. Luiza Gualberto – assessoria de comunicação da Arquidiocese de Natal – (84) 3615-2800/2801 / 99936-3663
P.S. Em anexo, uma foto de Jorge Silva, atuando no processo de digitalização, na sala do arquivo da Arquidiocese















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