quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Quer aumentar aumentar a prole? Tome "maca" e o tesão vem logo!

Conheça a raiz que é o afrodisíaco da moda nos Andes

  • Há 3 horas
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Maca peruana | Foto: Promperú
Cientistas afirmam que a raiz beneficia a memória e a fertilidade, além de diminuir a ansiedade
Impulsionada pela moda dos chamados "superalimentos", a maca peruana, também conhecida como "ginseng andino", tem se tornado um dos principais produtos de exportação do país.
As propagandas mais exaltadas a anunciam como uma "resposta natural ao Viagra", apesar de nenhum benefício em termos de potência sexual ter sido confirmado pela ciência.
O que sim, se sabe, é que a maca tem propriedades energizantes e benefícios comprovados que incluem o favorecimento da memória e da aprendizagem.
A raiz é cultivada na região andina, principalmente no Peru, mais de 4 mil metros acima do nível do mar. Segundo registros históricos, ela é consumida pelos nativos desde o século 17, mas de acordo com pesquisadores é conhecida desde o ano 8.000 a.C.
Hoje em dia, é comum encontrá-la em pó ou em cápsulas, em lojas de produtos naturais ou na internet, onde é vendida a preços entre US$ 25 e US$ 35 (o pacote de 500 gramas).
Só entre 2013 e 2014 as exportações de maca peruana saltaram 109% – no ano passado, as vendas renderam US$ 28,7 milhões aos cofres do país.
O pó de maca é o formato cuja exportação teve maior crescimento em 2014 – 111% em relação ao ano anterior. Estados Unidos, Hong Kong, China e Japão são os maiores compradores do "superalimento".
O crescimento levou as autoridades peruanas a criar a Promaca, uma entidade com o objetivo de profissionalizar os produtores, aumentar a oferta internacional e incentivar o processo de industrialização da raiz.
"Como setor, assumimos o compromisso de apoiar o desenvolvimento e a promoção internacional da maca, nosso principal produto", disse, no início de fevereiro, a ministra do Comércio Exterior peruana, Magali Silva Velarde-Álvarez, após assinar um convênio de cooperação institucional em prol da maca.

Energizante e ansiolítico

"Estudamos a maca há 15 anos e, em 2001, descobrimos que ela melhorava a fertilidade, tanto feminina como masculina", diz o biólogo e endocrinologista da Universidade Peruana Cayetano Heredia, Gustavo F. Gonzales Rengifo, especialista nas propriedades da planta.
"E em 2005 percebemos que a cada uma das diferentes variedades e cores da raiz, correspondiam diferentes propriedades."
Maca peruana | Foto: Promperú
A raiz é exportada principalmente para Estados Unidos, Hong Kong, China e Japão
Segundo Rengifo, a maca negra favorece a memória e a aprendizagem, aumenta a quantidade de espermatozóides e sua mobilidade, tem propriedades energizantes e, em geral, diminui os estados de ansiedade. Já a maca vermelha pode ajudar a reverter a osteoporose.
O especialista esclarece, no entanto, que os experimentos com a maca foram realizados em animais, "apesar de que outros, feitos em humanos em diversas partes do mundo, deram resultados semelhantes".
Em 2010, um estudo com mil habitantes da região dos Andes Centrais do Peru – onde se produz a planta – comparou a saúde dos que consumiam a maca com a dos que não a consumiam.
A pontuação alcançada nos testes pelos consumidores habituais com mais de 75 anos foi tão surpreendente que parecia que eles não tinham envelhecido, diz Rengifo.

Diferente do Viagra

Com base nestes estudos, e segundo sua própria experiência, diversos naturistas e médicos tratam seus pacientes com maca. Alguns a receitam contra a insônia, a fadiga ou a ansiedade. Ou ainda como complementar das terapias hormonais durante a menopausa ou para aumentar a libido.
"Descobrimos que (a planta) melhora o desejo sexual, mas não encontramos nenhum benefício para a disfunção erétil, como muitas vezes se diz", afirma Rengifo. O "Viagra andino", portanto, não passa de propaganda.
Estudos feitos desde 2005 pela FDA, agência reguladora de substâncias e medicamentos dos Estados Unidos, também afirmam que a raiz não é tóxica nem para animais, nem para humanos.
Os habitantes dos Andes centrais, de acordo com Rengifo, são prova viva. "Eles consomem até 40 ou 50 gramas da raiz por dia, 30 vezes mais do que qualquer um que tome cápsulas de extrato de maca ou consuma a raiz em pó."
Maca peruana | Foto: Promperú
As diferentes variedades e cores do alimento têm propriedades distintas
As contraindicações geralmente assinaladas por médicos peruanos – eles dizem que mulheres grávidas, crianças ou hipertensivos não podem consumir a raiz, por exemplo – também não foram confirmadas cientificamente, de acordo com o especialista.
"Muitas das coisas tidas como certas sobre maca não foram comprovadas pelas pesquisas. Até o ano 2000 se dizia que hipertensos não poderiam consumi-la, mas descobrimos que, na verdade, ela diminui a pressão arterial", afirma Rengifo.
Os pesquisadores acreditam que as virtudes da planta se devem às condições em que ela cresce. "A maca nasce a quatro mil metros, onde nada cresce, e é cultivada há pelo menos 2.600 anos. Ela desenvolveu substâncias químicas que a permitiram sobreviver todo esse tempo."

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Os descendentes dos Tapuias.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


João de Deus Fonseca e Maria da Rocha Pimentel


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
O “Levante do Gentio Tapuia” (Guerra dos Bárbaros) foi praticamente um genocídio. Dos que restaram, muitos foram escravizados pelas famílias do militares participantes.

O capitão Theodósio da Rocha era natural do Rio São Francisco, Vila de Penedo, filho do capitão Damião da Rocha. Tinha 51 anos de idade, em 1708, pelo que consta de um assentamento de praça. No ano de 1696, ele foi nomeado, pelo capitão-mor Bernardo Vieira de Mello, como cabo do Presídio, de invocação de Nossa Senhora dos Prazeres, da Ribeira do Assú. Eram seus filhos, conforme livros de batismos ou de assentamentos: João da Rocha Vieira, Bonifácio da Rocha Vieira, Damião da Rocha Pimentel, Máximo da Rocha, Antonio Vaz Gondim, Theodósio da Rocha, Margarida da Rocha, Thereza da Rocha, e Marianna da Rocha.

O alferes Damião da Rocha Pimentel, que assentou praça em 1699, filho do capitão Theodósio da Rocha, se engraçou de Bárbara da Rocha, uma tapuia, escrava de sua irmã, viúva Margarida da Rocha (foi casada com o capitão José Porrate de Morais Castro). Daí nasceu uma filha natural, Maria da Rocha Pimentel.

Em 1744, na capela do Senhor Santo Antonio do Potengi, o Reverendo Manoel Alves de Figueiredo casou Maria da Rocha Pimentel com João de Deus da Fonseca, que era filho natural do licenciado Bento da Fonseca e da tapuia, Maria Barbosa, escrava que foi do alferes de Infantaria Antonio Barbosa de Aguiar, sendo testemunhas o capitão Bonifácio da Rocha, tio da nubente, e o coronel João Pereira (ilegível). Bento da Fonseca era cirurgião e esteve no Terço Paulista comandado por Manoel Álvares de Moraes Navarro.

Encontramos o batismo de uma filha do casal acima, como também de uma neta.

Michaella, filha legítima de João de Deus da Fonseca e de sua mulher Maria da Rocha (Pimentel), naturais ambos e moradores desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, neta por parte paterna de Bento da Fonseca, natural desta Freguesia e avó incógnita (omitiram o nome de Maria Barbosa) e por parte materna de Bárbara da Rocha, de Nação Tapuia, e de Damião da Rocha, natural desta dita Freguesia, foi batizada com os santos óleos aos vinte e cinco de março de mil setecentos e sessenta e um anos, na Capela do Senhor Santo Antonio do Potengi, desta Freguesia, pelo Reverendo Padre Manoel Antonio de Oliveira, de licença minha; foram padrinhos o capitão João Marques, homem solteiro, morador na Freguesia do Assú, e Dona Ângela de Moraes, solteira, filha da viúva Dona Margarida da Rocha, freguesa e moradora desta dita Freguesia e pela certidão que veio do dito Reverendo Padre que não continha mais, fiz este assento em que por verdade assinei, João Freire de Amorim, vigário.

Ancelmo, filho natural de Anna da Fonseca, e de pai incógnito, neto por parte materna de João de Deus da Fonseca e de sua mulher Maria da Rocha, naturais desta Freguesia, nasceu no fim de novembro de mil setecentos e oitenta e sete e foi batizada com os santos óleos, de licença minha, na Capela de Santo Antonio do Potengi, aos trinta de junho de mil setecentos e oitenta e oito, pelo Reverendo Bonifácio da Rocha Vieira; foram padrinhos o alferes Anselmo José de Figueiredo (Faria) e sua mulher Mariana da Rocha Bezerra, moradores nesta Freguesia. E não se continha mais no dito assento, de que mandei fazer este, em que por verdade me assino. Pantaleão da Costa de Araújo vigário do Rio Grande.

Outros filhos, de João de Deus da Fonseca e de Maria da Rocha Pimentel, foram encontrados em alguns batismos, como padrinhos: Damião da Rocha (Pimentel) e Maria dos Santos, ainda solteiros, foram padrinhos de uma escravinha de Anselmo José de Faria, em 1773.

Dona Margarida da Rocha tinha uma escrava, que depois passou para Ângela de Morais, sua filha, de nome Ludovina, filha de Luiz de Freitas e Rufina da Cunha, cujos três filhos tiveram como padrinhos, outros filhos de João de Deus e Maria da Rocha: Hilária, em 1772, foi apadrinhada por Estanilau Pinheiro Teixeira, morador no Assú, e Úrsula Leite de Oliveira, filha de João; José, em 1769, teve como padrinhos, Lourenço da Fonseca e a mãe Maria da Rocha; Ludovina teve mais um filho, também, José, em 1771, cujos padrinhos foram Lourenço da Fonseca e a irmã Marcelina.

 Antonia de Oliveira Leite foi madrinha junto com o pai, João de Deus, de Maria, filha de Luis Pereira e Jacinta da Rocha, em 1761; os dois novamente padrinhos em 1765, de José, filho de Braz da Rocha e Maria de Figueira, sendo a mãe de Braz da Rocha, a índia dona Bárbara da Rocha.

Um filho de João de Deus da Fonseca, que aparece em um assentamento de praça, é João da Rocha da Fonseca. Outro filho, Bento da Fonseca, mesmo nome do avô, faleceu em 1789, com 26 anos de idade.
O que chama a atenção, nesses registros, são as filhas com sobrenome Leite de Oliveira.  Esse sobrenome parece vir através de Damião da Rocha Pimentel. Será que Dona Antonia Oliveira, esposa do capitão Theodósio e mãe de Damião, seria irmã de João Leite de Oliveira, e ambos filhos do capitão-mor desta capitania,  Antonio Vaz Gondim?




Estado deve providenciar equipe para Delegacia de Polícia Civil de Currais Novos

O juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior, da comarca de Currais Novos, julgou procedente os pedidos formulados pelo Ministério Público Estadual em Ação Civil Pública e determinou que o Estado do Rio Grande do Norte, por meio de sua secretária de Segurança Pública, a delegada Kalina Leite, providencie que independentemente de licença, férias ou outro tipo de afastamento, permaneçam em exercício de suas funções perante a Delegacia de Polícia Civil (DPC) de Currais Novos, um delegado, um escrivão e dez agentes de Polícia Civil, tendo em conta necessidade de continuidade do serviço público.

Com o objetivo de efetivar a tutela específica, o Juízo fixou multa diária no valor de R$ 10 mil, em caso de descumprimento da sentença judicial, em desfavor da titular da Sesed. De acordo com a sentença, deverá ser apresentada, no prazo de dez dias, uma relação com os nomes dos servidores públicos ocupantes das vagas referidas.

A sentença destaca que nenhum dos servidores vinculados na DPC de Currais Novos pode ser designado para atuar em outras Delegacias de Polícia Civil, cumulativamente com a de Currais Novos. A sentença do juiz Marcus Vinícius determina ainda que em caso de licença, férias ou outra espécie de afastamento dos referidos servidores, a secretária de Segurança Pública deverá, em um prazo de 24h após o respectivo afastamento, indicar o substituto. [Fonte: Portal TJRN]



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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 2/23/2015 06:29:00 PM

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Uma Felizarda que mudou de nome, na Crisma


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
Felizarda foi batizada, na Capela de São Gonçalo do Potengi, pelo Padre Francisco Bezerra de Góis, aos 15 de fevereiro de 1698. Era filha de Manoel da Costa Rego e de Theodósia da Rocha e teve como padrinhos George de Grasciman e Andrezza Soares, esposa de Francisco Pereira.

Em 20 de abril de 1706, portanto, com 8 anos, vamos reencontrá-la, na Capela de Santo Antônio do Potengi, sendo madrinha de Hilário, filho de Antônio Gonçalves de Amorim e de Perpétua de Barros, e nessa ocasião, foi citada como Felizarda Filgueira, filha da viúva Theodósia da Rocha, sendo, portanto, seu pai, Manoel da Costa Rego, falecido; três anos depois, em 11 de junho de 1709, foi madrinha, lá na Igreja de São Miguel de Guajurú, de Domingos filho de Domingos Carvalho da Silva e de sua mulher Catarina de Barros, sendo citada como Felizarda Figueira da Rocha; em 12 de abril de 1710, foi madrinha, na Igreja de São Miguel de Guajurú, de Clara, filha do capitão João Leite de Oliveira e de Damázia de Morais; em 07 de fevereiro de 1711, na mesma Igreja de São Miguel de Guajurú, foi madrinha de Felizarda filha de Bartolomeu da Costa e de Damázia de Araújo acompanhada do irmão, José Barbosa Rego, este batizado em 1694, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

Mas quem era Theodósia da Rocha, mãe de Felizarda? Nos registros de batismos mais antigos, desta Província do Rio Grande do Norte, são apresentadas duas Theodósia da Rocha. Uma que foi casada com Manoel da Costa Rego e outra que era filha do capitão Theodósio da Rocha. Pensei, inicialmente, que representavam a mesma pessoa, principalmente, por conta da variação que a Igreja fazia em seus registros. Mas, examinando muitos registros fui me convencendo que eram pessoas distintas. Por fim, descobri que a filha do capitão Theodósio da Rocha faleceu, em 1775, solteira, com mais de cem anos e, portanto, não podia ser a esposa de Manoel da Costa Rego.

Voltemos para dona Felizarda. Como seguiu sua vida, posteriormente? Para responder, vamos ao seu segundo casamento (não temos registros de 1712, até 1726), quando ela tinha 29 anos, e onde há referência à mudança do seu nome, por crisma.

Aos cinco de maio de mil setecentos e vinte e sete, na Igreja de São Miguel da Aldeia de Guajirú, em presença do Reverendo Padre Superior do Guajirú, Jerônimo de Sousa, da Companhia de Jesus, de licença minha, e sendo presentes por testemunhas Domingos Barreto, e o capitão João Leite de Oliveira (compadre da nubente), da Freguesia do Rio Grande, se casaram Joana Figueira, que antes da Crisma se chamava Felizarda Figueira, viúva que ficou do sargento-mor Francisco Rodrigues Coelho, natural e moradora no Rio Grande, Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, com João Rodrigues da Silva, filho de Manuel Rodrigues, e de sua mulher Cosma Gomes da Silva, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Luz, deste Bispado, e morador neste Rio Grande, Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação. Manuel Correa Gomes, Vigário.

Suponho que esse Francisco Rodrigues Coelho fosse o filho do tenente-coronel Manoel Rodrigues Coelho e Izabel de Barros, que foi batizado aos 12 de agosto de 1697, tendo com padrinhos Manoel Rodrigues Alioza e Damázia de Morais. Não há menção à Igreja, mas outros irmãos de Francisco se batizaram na Igreja de São Miguel da Aldeia de Guajirú, inclusive Maria da Conceição Barros, em 8 de dezembro (dia de Nossa Senhora da Conceição) de 1694, que foi casada com o português de Arrifana de Sousa, Francisco Pinheiro Teixeira.

Do matrimônio com Francisco Rodrigues Coelho, encontrei uma filha,  Francisca Xavier Filgueira, cujo casamento segue. Observamos que no registro o sobrenome que se escreve é Figueira no lugar de Filgueira.

Aos quinze de outubro de mil setecentos e trinta e seis anos, na Igreja do Senhor São Miguel do Guajirú, desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações nesta Matriz e na dita Missão para cuja parte é a contraente moradora, e apresentado os banhos corridos da Freguesia de Goyaninha, donde o contraente é natural e morador, sendo me apresentado um mandado do Ilustríssimo Senhor Bispo, pelo qual me mandava receber por palavras aos contraentes, tendo os ditos satisfeitos a penitência imposta pela dispensa que alcançaram para poderem casar, sem se descobrir impedimento, sendo presentes por testemunhas o Reverendíssimo Cura de Goianinha, o licenciado Antonio de Andrade de Araújo, o capitão Duarte Pinheiro Rocha, Maria Gomes, viúva do tenente-coronel Francisco Xavier Ribeiro, e Dona Maria Magdalena, mulher do sargento-mor Hilário de Castro Rocha, pessoas todas conhecidas e moradores desta dita Freguesia, de licença minha, o Reverendíssimo Senhor Padre Pedro Nogueira, superior da sobredita Missão de Guajirú, assistiu ao matrimônio que entre si contraíram o sargento-mor Jorge Lopes Galvão, natural da Freguesia de Goianinha e nela morador, filho legítimo do capitão Cipriano Lopes Pimentel, já defunto, e de sua mulher Dona Thereza da Silva, e Dona Francisca Xavier Figueira, natural desta freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, filha legitima do sargento-mor Francisco Rodrigues (Coelho), já defunto, e de sua mulher Joana Figueira, moradores desta dita Freguesia, guardando em tudo a forma do Sagrado Concilio Tridentino. E logo lhes deu as bênçãos, e pelo assento que me veio do dito Reverendíssimo Superior, mandei fazer este em que por verdade assinei. Manuel Correa Gomes.

A imagem a seguir é de um livro de batismo, da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, que está arquivado no Instituto Histórico de Pernambuco. É o batismo de Felizarda, filha de Manoel da Costa Rego e Theodósia da Rocha.
Felizarda ou Joanna


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Encontro da família Fernandes adiado para 14 de março em São Fernando/RN.


Foto exclusiva para assessorn.com

O encontro da Família Fernandes que seria realizado neste sábado, 7 de fevereiro, na cidade seridoense de São Fernando, foi adiado, segundo informações da própria família. Em contato com o jornalista João Bezerra Júnior, membro da família, que mora em Natal, ele disse ao blog que o encontro foi transferido para o próximo mês e confirmou que será no sábado, 14 de março.

Este será o segundo ano que a família, com berço na cidade de São Fernando, se reunirá, muitos dos quais com ramificações de Medeiros e Araújo.

Foto e caldo de cana

Na foto, no centro, três netos de Inácio Fernandes de Araújo e Alice Medeiros. São eles, Wilson Filho, Virginia e Wilza, filhos de Wilson Fernandes de Araújo e Sônia Araújo (à direita), essa das bandas do Umbuzeiro, em Caicó. Já na ponta esquerda, outro Fernandes, Zeus. O grupo saiu de Natal para o encontro neste sábado e voltou de Caicó ao saber do adiamento, onde fez uma parada no mercado central para se deliciar do tradicional caldo de cana com pastel.

©2015 www.AssessoRN.com | Jornalista Bosco Araújo - Twitter @AssessoRN



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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 2/07/2015 01:39:00 PM

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Eles prometiam sustentar a felicidade pública.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015


Posses na Câmara Municipal de Macau, alguns registros




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do IHGRN e do INRG
Como já tive oportunidade de escrever antes, encontrei, no velho Museu José Elviro, livros da Câmara Municipal de Macau, que não estavam ao alcance dos visitantes ou dos pesquisadores. É, pois, desses livros que extraí alguns registros da vida política dessa Vila, que transcrevo para cá. 

Começamos com o termo de juramento do cidadão brasileiro naturalizado, Balthazar de Moura e Silva, como abaixo se declarou:

Aos dez do mês de setembro do ano de mil oitocentos e cinquenta e seis, nesta Vila de Macáo (era como escreviam naquele tempo), na Sala das Sessões da Câmara Municipal, onde se achava a mesma reunida, em sessão extraordinária, aí compareceu o cidadão brasileiro naturalizado, Balthazar de Moura e Silva, casado com brasileira, com filhos, natural de Mondin de Bastos, Freguesia de São Pedro de Athei, Arcebispado de Braga, em Portugal, e apresentou a Câmara a sua carta de naturalização, que lhe pôs o visto, e depois de registrada, lhe deferiu o juramento, conforme o art. 9º da Carta de Lei de 23 de outubro de 1832, pela forma seguinte: Juro aos Santos Evangelhos abdicar e guardar fidelidade à Constituição e Leis do País e reconhecer o Brasil por minha Pátria desde hoje em diante: o que preenchido, foi lavrado este termo, em que assinou com a Câmara o juramentado. Eu, José Vicente Leão, Secretário da Câmara, o escrevi. Assinaturas dos vereadores e de Balthazar.

No começo de 1857, tomava posse na Câmara Municipal de Macau o suplente de vereador, capitão João Martins Fernandes, na legislatura que estava se encerrando. Logo em março desse mesmo ano, tomavam posse os novos vereadores: Balthazar de Moura e Silva, Antonio Joaquim de Souza Junior, Gorgônio Ferreira de Carvalho, Manoel de Souza Monteiro, o comandante superior Jerônimo Cabral Pereira de Macedo, Manoel Antonio Fernandes Junior e o tenente Francisco Martins de Miranda. Aqui transcrevemos apenas o deste último. 

Aos dezessete do mês de março de 1857, nesta Vila de Macau (aqui na forma que permanece), achando-se a Câmara reunida, na Sala da Casa destinada para as sessões, compareceu o tenente Francisco Martins de Miranda e prestou perante ela juramento da forma seguinte: Juro aos Santos Evangelhos desempenhar as obrigações de vereador da Câmara desta Vila e de promover quanto em mim couber os meios de sustentar a felicidade pública; depois do que houve a Câmara por apossado do Cargo de Vereador e para constar mandei lavrar este termo que com o juramentado assinou. Vila de Macau. Em Sessão Extraordinária de 17 de março de 1857. Os vereadores e Francisco Martins de Miranda.

Além dos vereadores, outros cargos foram empossados nesse ano de 1857, tendo algumas pessoas acumulado funções. Para Juiz de Paz do Distrito da Vila de Macau: tenente José Martins de Sá, Gôrgonio Ferreira de Carvalho, tenente Francisco Martins de Miranda e alferes Christovão de Farias Leite; para Secretário da Câmara, alferes Francisco Xavier da Cunha Vasconcelos; emprego de Procurador da Câmara, Joaquim Varella Venâncio Borges; nomeado pelo governo da província, tomou posse como 1º suplente do Delegado de Polícia do Termo da Vila de Macau, o tenente José Martins de Sá; para cargo de Fiscal, da Vila de Macau, Vicente Ferreira dos Reis e Vicente Ayres de Souza Monteiro.

Mais adiante, nesse mesmo ano, tomaram posse como suplentes de vereador, João Garcia Valladão, capitão Manoel Pereira Farto, Carlos Antonio de Araújo, Eufrásio Alves de Oliveira, Targino Xavier da Cunha e Joaquim Rodrigues Ferreira.

Para subdelegado da Polícia da Povoação de Guamaré, tomou posse o tenente Onofre José Soares.

Algumas dessas pessoas citadas acima são descendentes de moradores da Ilha de Manoel Gonçalves. O vereador Manoel Antonio Fernandes Junior era filho de Manoel Antonio Fernandes e Maria Martins Pureza, neto, portanto, do capitão João Martins Ferreira e de Josefa Clara Lessa. Foi casado com Maximina Anália da Silveira Borges, filha de Joaquim Ignácio da Silveira Borges e Anna Joaquina de Jesus Silveira; o vereador Antonio Joaquim de Souza Junior, outro neto do capitão João Martins Ferreira, era filho de Antonio Joaquim de Souza e Thomazia Martins Ferreira; a irmã dele, Josefa Martins de Souza, foi casada com o vereador Balthazar de Moura e Silva, que enviuvando casou com outra neta do capitão João Martins Ferreira, de nome Maria Petronilla Fernandes, filha de José Joaquim Fernandes e Maria Martins Ferreira.

João Garcia Valladão era um dos portugueses que vieram da Ilha e fundou Macau. Faleceu em 1860; Joaquim Rodrigues Ferreira era filho do português e fundador de Macau, Manoel Rodrigues Ferreira, e de Izabel Martins Ferreira; Christovão Farias Leite, casou em Guamaré, em 1826, mas batizou o filho João, em 1832, na Ilha de Manoel Gonçalves.

Os documentos encontrados no Museu José Elviro precisam da atenção das autoridades de Macau. Eles devem ser digitalizados, urgentemente, pois são úteis para a reconstituição da História do Município. Quem não tem história, não tem identidade.
Batismo de João, de Christovão de Farias Leites Jr, na Ilha de Manoel Gonçalves.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O passado antissemita da Europa

Fonte: BBC.
  • 30 janeiro 2015
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Rei Manuel 1º de Portugal | Foto: Getty
A ideia do rei português de expulsar os judeus para confiscar suas propriedades era comum entre monarcas europeus
O governo português aprovou novas regras, que permitirão oferecer cidadania a descendentes de judeus expulsos do país há mais de 500 anos.
Muitos dos judeus do país foram mortos, forçados a se converter ao cristianismo ou expulsos no final do século 15.
Agora, qualquer descendente que conseguir provar uma ligação forte com Portugal pode pedir um passaporte.
Mas o país não foi o único a expulsar todos ou a maior parte de sua população judaica na época – era uma prática comum dos monarcas europeus exilar judeus e confiscar suas propriedades.
O mapa abaixo mostra os países onde ocorreram os maiores casos de perseguição aos judeus. Clique nos países para ler sobre os acontecimentos:
CLICÁVEL
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  • Inglaterra e País de Gales

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    Os judeus foram expulsos da Inglaterra pelo rei Edward 1º em 1290, em parte por questões financeiras.
    Uma vez exilados, seus bens passaram a pertencer à coroa britânica. Na época, a Inglaterra precisava de dinheiro.
    A Inglaterra foi o primeiro país da Europa a expulsar judeus e eles permaneceram impedidos de viver no país por 366 anos.
  • França

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    Em 1306, o rei da França, Felipe 4º, teve problemas financeiros. Por isso, planejou expulsar os judeus do país para confiscar e vender suas propriedades.
    Cerca de 100 mil judeus foram presos no dia 22 de julho de 1306. Já na prisão, eles foram informados de que foram sentenciados ao exílio.
    Eles só puderam deixar o país com as roupas que vestiam e com uma pequena quantia de dinheiro.
    O filho de Felipe, Luis, revogou o decreto em 1315, mas depois disso houve um período de expulsões e retorno de judeus ao país, que terminou com a expulsão de 1394.
  • Espanha

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    No século 15, o rei Fernando 2º de Aragão e a rainha Isabella 1ª de Castilha queriam que a Espanha se tornasse completamente católica.
    Eles emitiram um Decreto de Expulsão em 1492, ordenando que judeus e muçulmanos se convertessem ou deixassem o país.
    No total, cerca de 100 mil judeus deixaram a Espanha durante o século 15. A maioria deles passou a viver na potência econômica da época, o Império Otomano, que na época compreendia, além da Turquia, regiões como os Bálcãs e parte do sudeste da Europa e do Oriente Médio.
    Atualmente, a Espanha considera uma proposta semelhante à de Portugal para oferecer cidadania aos descendentes dos judeus expulsos.
  • Portugal

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    Quatro anos depois de a Espanha expulsar sua população judaica, Portugal fez o mesmo.
    No dia 5 de dezembro de 1496, sob pressão de uma Espanha recentemente unificada, o rei Manuel 1º de Portugal decretou que todos os judeus deveriam se converter ao cristianismo ou deixar o país.
    Nem todos saíram imediatamente, no entanto, e dois mil judeus foram massacrados em Lisboa em 1506.
    A maioria dos judeus da Espanha e de Portugal foi viver no Império Otomano. Algumas comunidades judaicas na Turquia ainda falam formas de português e espanhol.
  • Alemanha

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    Em 1012, o imperador Henrique 2º expulsou os judeus da cidade de Mainz, na Alemanha.
    A Primeira Cruzada, no fim do século 11, provocou a perseguição e a morte de judeus em muitas cidades alemãs.
    Durante o período da Peste Negra (1346-53), os judeus foram alvo de rumores de que eles estariam envenenando poços artesianos e muitos fugiram da Alemanha para a Polônia temendo perseguições.
    Em 1510, o estado de Brandenburgo expulsou sua população judaica e em 1593, foi a vez da Baviera expulsá-los. Frankfurt fez o mesmo em 1614.
  • Itália

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    Após a expulsão dos judeus da Espanha em 1492, eles foram progressivamente expulsos das propriedades e territórios espanhóis na Itália.
    Primeiro eles deixaram a Sicília, depois a Calábria, em 1524, e depois Nápoles, em 1540.
    Em 1569, o papa Pio 5º ordenou que todos os judeus deixassem os estados papais.
    O rei espanhol Felipe 2º expulsou os judeus do território milanês na primavera de 1597.
  • Lituânia

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    Um decreto do rei Alexandre em abril de 1495 ordenou que todos os judeus deixassem o país.
    A maior parte deles se mudou para cidades do outro lado da fronteira com a Polônia e retornou ao país quando o decreto foi revogado, pouco depois.
    As causas da expulsão inesperada são desconhecidas, mas elas provavelmente incluiam a necessidade de preencher o tesouro reduzido do país, confiscando o dinheiro dos judeus.
  • Hungria

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    Quando a Peste Negra atingiu a Hungria no século 14, os judeus foram expulsos do país.
    Apesar de a população ter sido readmitida imediatamente, eles foram novamente perseguidos e expulsos em 1360 pelo rei húngaro Luís 1º, que não conseguiu convertê-los.
    Apesar de os judeus terem podido retornar ao país pouco depois, eles foram expulsos periodicamente de algumas cidades em toda a Hungria e na Áustria durante os séculos seguintes.