terça-feira, 18 de março de 2014

Jerônimo de Barros, o "dono" da Capitania do RN que não obteve sucesso.

erça-feira, 18 de março de 2014

Jerônimo de Barros, o primogênito de João de Barros


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
A Casa da Índia era uma organização portuguesa que administrava os territórios ultramarinos de Portugal. Durante sua existência, foi a instituição econômica mais importante de Portugal. Era localizada no Paço da Ribeira, em Lisboa.

João de Barros, capitão das terras dos potiguares, foi Tesoureiro e depois Feitor da Casa da Índia, a partir de 1525. Renunciou ao cargo em 12 de agosto de 1567, talvez para concluir suas “Décadas”. Pouco tempo depois, 21 de outubro de 1570, faleceu.  Era casado com Maria de Almeida, filha de Diogo de Almeida e Catarina Coelho. Eram seus filhos: Jerônimo de Barros, o primogênito, casado com Loisa Soares, e faleceu em 20 de agosto de 1586; João de Barros que esteve aqui na Costa do Brasil, com Jerônimo, morreu na batalha de Alcácer-Quibir; Lopo de Barros,o mais moço, falecido em 3 de abril de 1587; Diogo de Barros; Isabel de Almeida, que casou com o primo Lopo de Barros; Ana de Almeida, freira; Catarina de Almeida, casada com Cristovão de Melo, filho de Diogo de Melo e de Catarina de Castro.
O Feitor, por conta da sua alta responsabilidade, nunca veio ao Brasil, tendo mandado duas expedições para a conquista das suas capitanias, sem muito sucesso, e com grande fracasso financeiro.

Conta Jerônimo de Barros, que no tempo de Dom João III, foi a mando dele, com o irmão João de Barros, ao Rio Maranhão, com uma armada para descobrir o dito rio e costa, na esperança de resgatar ouro, descobrindo mais de quinhentas léguas de costa. Ali, resgataram alguns homens que nela andavam dos que se perderam com Luis de Mello. Tiveram muito trabalho de guerra com os franceses e com o gentio da terra e povoaram em três partes, gastando perto de cinco anos, sustentando tudo a custa do seu pai, até gastar quanto tinha.
Transcrevo para cá minuta de petição de Jerônimo de Barros, sem data, mas depois do falecimento do seu pai (1570). Fiz algumas adaptações para facilitar a leitura.

Diz Jerônimo de Barros que ele tem uma capitania no Brasil de cinquenta léguas ao longo da costa dos Pitigares e vinte e cinco na boca do rio Maranhão. E já que seu pai, nem ele, por seus serviços, mereceram servir V. A. neste Reino como seu Pai sempre requereu, quer ir povoar esta capitania no que espera fazer a Deus e a V. A. muito serviço pela experiência que tem daquela costa do tempo que nela andou de que ficou tanta despesa, que sem ajuda de V. A. não pode povoar pelo que pede lhe faça V.A. mercê de lhe mandar dar cem moradores dos oitocentos, que o contratador do Brasil é obrigado a por lá; E assim, de haver por bem que possam entrar neste reino de Inglaterra cinco mil peças de pano no que as alfândegas de V. A. R. proveito e ele ajutoria para fazer esta obra(?). E que os primeiros dez anos possam tirar, cada ano, mil quintais de pau do Brasil; e, assim, de cinquenta peças de escravos em São Tomé e aqui somente duas peças de artilharia e da que está em Pernambuco oito peças para defesa da fortaleza a qual artilharia dará fiança. 

E lembro a V. A, que muito mais  e maiores mercês se fizeram aos capitães que povoaram no Brasil por que (a) alguns deles deram as fortalezas feitas e artilhadas e navios com que defender a costa. E há outros com que as fazer e se parecer muito, o que peço, a isso responda por mim a fazenda de V. A. com dizer o que tem custado à baia a povoar e se é necessário ou não povoar-se esta capitania, por uns apontamentos que abaixo desta apresento se verá quanta obrigação V. A. tem na sua consciência a mandar que se povoe e quanto importa a seu serviço e bastam para mim estas duas coisas para muito o desejar que interesse ao presente não o espero e, de futuro Deus sabe o que será no que R. M.

Ao serviço de V.A. é necessário mandar povoar esta capitania antes que os franceses a povoem os quais todos os anos vão a ela a carregar de Brasil por ser o melhor pau de toda a costa. E fazem já casas de pedra em que estão em terra fazendo comércio com o gentio. E os anos passados estiveram nesta capitania dezessete naus de França a carga e são tantos os franceses que vem ao resgate que até as raízes do pau brasil levam, porque tinge mais as raízes do que pau que nasce nesta capitania. Que o pau das outras capitanias é sempre valor dobrado do outro brasil. E agora tomaram os franceses nos Pitigares três mil quintais de brasil que o portugueses tinham na praia feitos a sua custa para carregar e antes que os franceses faça uma fortaleza que obrigue depois a muito, parece que será bom povoar-se por nós e com isso feito lhe não levarem este pau a França e ficará então rendendo mais a V. A.

Outro respeito se deve ter que muito importa ao serviço de V. A. É que todos os navios que se alevantam no Brasil para as Antilhas é com dizer que vão a esta capitania. E eles como nela são por não haver quem não defenda salteia o gentio e cativam-nos no que se faz muitas ofensas a Nosso Senhor e vão-se com os navios carregados deles a vender as Antilhas no que a fazenda de V. A. perde por respeito dos escravos de Guine que se escusa com estes índios que lá vão.

E o que mais importa para o bem do Brasil é a perda dos homens e eles por esta porta travessa para as Antilhas tomados do amor do ouro que lá há onde há tantos portugueses que me atrevo a dizer que dos que são idos para o Brasil as duas partes estão nas Antilhas onde há muitas povoações cujos moradores as duas parte são  de portugueses e o proveito que eles fazem às conquistas deste reino Deus o sabe.
Todos os navios que não dobram o Cabo de S. Agostinho são forçados arribar nas Antilhas e muitos dos que vão para a Guiné o que não será tendo uma fortaleza nesta capitania por que podem ficar nela a qual é a mais perto terra que há no Brasil a este reino e mais breve e melhor viagem e povoando-se além dos benefícios apontados pode este Reino receber outros e se naquela terra há ouro pelo que a meu pai tem custado sei que por esta parte se pode melhor descobrir que por outra nenhuma e não digo isto por que o visse mas quando me perguntarem direi o que disso sei.  E o principal respeito que se deve ter é a obrigação que se tem em acudir aquela gentilidade que não seja cada dia destruída e roubada pelos nossos (?) dos quais muitos receberão água do batismo com povoar entre eles e muitos inocentes se salvarão no que R. M.

Mapa das capitanias hereditárias

quarta-feira, 12 de março de 2014

112 anos do Instituto Histórico.

Descendentes de Marica Pegado, a raiz dos Pegado Cortez no Seridó do RN.


Nesta foto, feita no Rio de Janeiro, em 1956, vemos Maria Natividade Cortez Gomes, Oton Osório de Barros, neto de Maria Senhorinha Dantas Pegado Cortez- "Marica Pegado", Inês Dantas Cortês, esposa e prima de Oton, Janira (filha do 1º matrimônio de Oton Osoório de Barros) e Terezinha Cortez (filha de Alfredo Dantas Pegado Cortez), que participaram do Congresso Eucarístico Internacional. Maria Natividade Cortez Gomes era a esposa de Manuel Genésio Cortez Gomes, neto de Marica Pegado e filho de José Gomes de Mello Júnior e de Maria Cantionilla Dantas Cortês Gomes (há informações de que Cantionilla seria uma palavra espanhola), conhecida como "Madrinha Nanú". Foto cedida por Eva Barros, esposa de João Eduardo, bisneto de Manoel Pegado Cortez Júnior e "Marica Pegado".
Sérgio Murilo Cortez - filho de Napiê Cortez
Eu sou neto de Alfredo Pegado D. Cortez e Aura Gomes Cortez, meus tios informaram-me que a origem da família de Manoel Pegado Cortez e de seu irmão que colonizou terras no agreste do RN era espanhola, irei conversar com Eva (que é casada com um dos bisnetos de Manoel Pegado - João Eduardo). Manoel Pegado comprou uma Ata de terra que compreendia da Serra do Doutor (proximidade de Ubaeira) ate a entrada de Cero Corá, a distribuição das terras foram feitas para os filhos e algumas fazendas existem até hoje: Fazenda Santa Rita, Fazenda Balas (tio Quincó - Joaquim: pai de Olavo casado com Pepita e fazenda São Luiz - sede da família Pegado que administramos até hoje. Tem muito assunto para ser explorado e compartilhado com todos primos e primas.
Extraído do Facebook.

terça-feira, 11 de março de 2014

Há 30 anos, seis sócios tomaram posse no Instituto Histórico e Geográfico do RN.


Numa solenidade muito prestigiada, na noite do dia 29 de março de 1984, no auditório do Instituto Histórico e Geográfico do RN, o seu presidente Enélio Lima Petrovich, empossou seis novos sócios efetivos, dentre eles Luiz Gonzaga Cortez, Oriano de Almeida, Valério Mesquita e José Octávio de Arruda Mello, este professor da UFPB.  Os novos sócios foram saudados pelo escritor potiguar Nilo Pereira, enquanto José Octávio em nome dos empossados.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Somos sefarditas ibéricos.

Poema dedicado a Ormuz Simonetti


Dos Oliveiras                   
sefarditas ibéricos
trago o sangue judaico
mas sou cristão
- nem novo nem velho –
por convicção.

Das margens do São Francisco
vejo as terras mais próximas
que lhes deu o sonho:
o planalto da Borborema
e o rio Espinharas
que bebe a seca dos sertões.

Dos Paivas                                    
que antes foram Baião
vem-me o sopro da poesia        
de João Soares de Paiva
o trovador primevo
que herdou do rio o seu nome.

Portanto posso dizer
que a dialética das águas
sempre me acompanhou
e que nem sempre sou o mesmo
embora meu destino
seja o mar.



                                   (Horácio Paiva, na ribeira do rio Pium)

quarta-feira, 5 de março de 2014

A Família Ribeiro Dantas de São José do Mipibú/RN

Carlos Alberto Dantas Moura possui uma ligação genealógica com a cidade de Macaíba; é descendente direto do Cel. Estevão Moura - senhor hereditário do Solar Ferreiro Torto e sobrinho do major Andrade - Antônio de Andrade Lima, chefe oposicionista em Macaíba, durante a República Velha.

Fechaspas. 

Abs. Chiq.


Segunda edição do livro A Família Ribeiro Dantas de São José de Mipibú

O meu amigo e confrade de Instituto de Genealogia, Carlos Alberto Dantas Moura, um dos pioneiros da pesquisa genealógica no RN, lança a segunda edição de seu livro genealógico e histórico: Família Ribeiro Dantas de São José de Mipibu, que vem a lume 25 anos após a primeira, publicada em Brasília. Nela o autor incorpora informações de outros livros de genealogia (principalmente de Famílias do Seridó, de Olavo Medeiros Filho e Villar & Cia 2, de Alcides Vilar. Os dois capítulos finais do livro Moreira Brandão, de meu tio paterno José Moreira Brandão Castelo Branco Sobrinho, geraram três apêndices do capítulo VIII : A-6.1) A descendência de Jerônimo Cabral da Câmara Filho, onde o material que ocupava apenas uma página foi expandido para onze, por causa das atualizações; A-6.2) A disposição do material sobre os Moura do RN na nomenclatura genealógica de filhos, netos, bisnetos, trinetos e tetranetos, com acréscimos e correções obtidos nos livros paroquiais de Natal; A-6.3) Descobertas sobre os Castelo Branco nos livros de São José de Mipibu.

Vários assentamentos antigos foram descobertos, documentando melhor a parte mais antiga da família, tanto pelo autor como por colegas genealogistas, aos quais foram dados os merecidos créditos.

Foi feita uma tentativa, com razoável sucesso, de estabelecer uma relação genealógica com os outros Dantas do Rio Grande do Norte, como os Dantas Correia do Seridó e os Dantas do Ceará-Mirim, que são primos dos do Seridó e dos de São José de Mipibu, com os Ribeiro Dantas.

Alguns capítulos foram ampliados com a ajuda de familiares dedicados, outros ficaram no mesmo estado, pelo desinteresse de parentes que foram consultados e não responderam.

Um apêndice sobre os Andrades Lima de Macaíba foi acrescentado, com base nas pesquisas do historiador e genealogista Anderson Tavares, e outro sobre os Azambuja do RS, colaboração de Helena Dantas Campello. A genealogia dos Tavares Guerreiro, que têm ligações com os Ribeiro Dantas e os Salles, foi bastante ampliada. Um capítulo dedicado aos Salles e aos Duarte de São José de Mipibu já existia na primeira edição.

Um novo capitulo (XII) foi escrito sobre os Messeder, família da esposa do autor, e de autoria de Octavio Henrique Coelho Messeder, com a contribuição de alguns primos para as gerações mais recentes.

Finalmente, um bom número de fotografias antigas foi anexado, com fotos dos álbuns de parentes zelosos das tradições familiares. Com estes acréscimos, o número de páginas da primeira edição mais que quadruplicou nesta segunda.

A escolha inicial de um meio da informática (DVD) para o lançamento foi feita motivada por seus custos muito mais baixos, o que não elimina uma futura edição em papel.
Carlos Alberto Dantas Moura possui uma ligação genealógica com a cidade da Macaíba; é descendente direto do Cel. Estevão Moura - senhor hereditário do Solar Ferreiro Torto e sobrinho do major Andrade - Antônio de Andrade Lima, chefe oposicionista em Macaíba, durante a República Velha.