terça-feira, 28 de maio de 2013

Genealogia, Matemática e existência




João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Cada indivíduo, que está na terra, neste momento, tem uma quantidade significativa de ascendentes, que a partir dos seus pais, cresce em progressão geométrica, se desprezarmos os casamentos entre parentes. Os pais são dois, os avós já são quatro, os bisavós, em número de 8, e os trisavós (ou terceiros avós) são 16.  É uma progressão geométrica de razão 2 que começa com dois e  que se expressa, em cada geração de ascendentes, como uma potência de 2. Assim, a quantidade de trisavós, que são dezesseis, é representada por 2 elevado a quarta potência. Quando você chega aos seus nonos avós, eles já são 1024 (2 elevado a 10 potência). Imagine a quantidade de ascendentes, em todo o mundo, se você recuar muitos anos atrás. Você, talvez, prefira que seu sobrenome seja Miranda Henriques, mas com certeza, você tem, através dos seus ascendentes passados, milhares de sobrenomes.

Qualquer que seja o evento acontecido anos atrás, você ou um seu ascendente estava vivo. Assim, quando Buda nasceu, existia em algum lugar do mundo, um ascendente seu, contemporâneo do mestre, que talvez até tenha convivido com ele. Da mesma forma quando Jesus foi crucificado, alguém, que está na sua ascendência, era vivo nesta terra, e talvez estivesse lá, naquela hora.

Em 1706, meus hexavós, João Machado de Miranda e Leonor Duarte de Azevedo, batizavam uma filha em São Gonçalo do Potengi, com o nome de Felizarda. Alguns dos ascendentes desses meus hexavós, podem ter presenciado o massacre de Uruassú, em 1645; Quando invadiram a Ilha de Manoel Gonçalves, em 1818, meu tetravô João Martins Ferreira, estava lá presente.

Acredito, pois, que carregamos dentro de nós, a história da humanidade desde o seu início. Muitas vezes, fico me perguntando se alguns fenômenos que ocorrem com algumas pessoas não são frutos desses conhecimentos que vão passando de geração a geração, através de suas descendências. A holografia revela que a parte contém o todo. Na Matemática descobrimos que um segmento de reta contém a mesma quantidade de pontos que a própria reta. Assim, creio que toda vez que um ser é gerado, traz consigo informações do mundo passado. Nosso DNA pode ser mais valioso do que pensamos!

Li durante muitos anos sobre diversos assuntos, sem nenhum preconceito científico ou de outra natureza. Mesmo como matemático que sou, li sobre astrologia, numerologia, quiromancia, rabdomancia, radiestesia e outras coisa mais. Interessei-me por espiritismo, reencarnação, zen, ioga, psicografia, e múltiplas personalidades. Sempre gostei de biografias, de estudar sobre gênios, escritores, pintores e músicos famosos. 

Muitos gênios falam de suas experiências relatando que alguns escritos, quadros, descobertas ou músicas surgiam como um todo nos seus cérebros. Por que algumas crianças se tornam geniais com poucos anos de vida? Como surge essa genialidade neles?

Quando Chico Xavier psicografava, o que acontecia de verdade dentro do seu cérebro? Quando alguém faz regressão de vidas passadas, que partes do cérebro são ativadas que dão acesso as informação por elas relatadas? Como elas conseguem descrever paisagens, costumes, roupas de uma certa época do passado?
Por que, de repente, uma pessoa, com múltiplas personalidades, acessa dentro de si, um indivíduo que fala inglês, se ela mesma não conhece nada dessa língua? O que de fato acontece lá dentro do seu cérebro que ativa um personagem, aparentemente, inexistente? De onde vêm tais informações ou ações?

O hinduísmo fala em Registos Akáshicos, uma espécie de Biblioteca Virtual, que cada indivíduo possui, onde estão registradas todas as ações pretéritas. Mas, os estudos genealógicos me convencem, a cada dia, que tudo que existia, na época dos nossos ascendentes, vai passando de geração a geração para seus descendentes. Mas, a nossa educação, ao contrário do que devia acontecer, vai podando nossas potencialidades e dificultando nossa capacidade para acessar essas informações. A ciência e a religião, muitas vezes, ao longo do tempo, mutilaram nossas capacidades naturais, tratando com desprezo e preconceitos nossas percepções. 

Acredito, também, que estamos em rede, uns com os outros. Quando alguém sente em uma determinada hora, que um parente ou amigo, que mora distante, faleceu, e depois isso se confirma, temos uma prova da existência dessa rede entre as pessoas. Por que algumas descobertas ocorrem simultaneamente em lugares distantes? Há plágio, sincronicidade, ou essas pessoas entram em rede? Por que gêmeos que foram criados em lugares diferentes tem as mesmas preferências?

A educação seria melhor se estimulasse nossas capacidades inatas. Pegue uma caneta ou um pincel, sem a menor preocupação, e, talvez você escreva uma bela poesia, um bom romance, ou pinte um quadro espetacular, sem precisar pegar carona em gente famosa que já faleceu.
Nossa existência não começou na vida presente. Estamos aqui desde o começo de tudo!


Dr.Genibaldo Barros, prof. João Felipe da Trindade e Luiz G. Cortez, durante a solenidade de criação do Instituto Norteriograndense de Genealogia,na Academia de Letras.



2 comentários:

  1. Que texto maravilhoso professor! Eu sinto saudades de um passado que não vivi. Tenho uma curiosidade infinda em conhecer pessoas que foram meus ancestrais.
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    1. Conhecer nossos ancestrais é conhecer uma parte de nós que ficou, aparentemente, para trás

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Os Pegado Cortez e Gomes de Mello de Currais Novos.

Caro Luiz Gonzaga.
Me permita um pequeno espaço neste seu excelente blog para tecer alguns comentários acerca desta foto, já publicada aqui mesmo em certa ocasião. É bom que saibamos todos que não se trata exclusivamente de uma fotografia comum e envelhecida em face aos tantos tons de cinza e rasuras esculpidas pelo tempo, nem porque foi clicada há 76 anos em pleno 1937, e muito menos porque se trata de meu trisavô/bisavô, respectivamente.
Estes dois senhores, velhinhos, harmoniosamente juntos, me fez refletir sobre várias coisas, das quais principalmente um forte laço de amizade fraterna. Mas talvez a mais importante delas seja que intrinsícamente eles sintetizam bem a força de duas das mais tradicionais famílias seridoenses, as quais migraram para a Currais Novos do inicio do século XIX e assim ajudaram a construir a historia da recém criada vila e depois município.
As apresentações de ambos já foram feitas em algum post anterior, mas resumidamente temos na esquerda o Sr. Manoel Pegado Dantas Cortez – Neco Pegado (1866 – 1950), filho de Manoel Pegado Cortez e Maria Senhorinha Dantas Cortez. O da direita é o Sr. José Gomes de Melo Junior – Zezinho Gomes (1868 – 1947), filho de José Gomes de Melo e Úrsula de Macedo Gomes de Melo. Essencialmente, cada um deles, a seu modo, representam a primeira geração legitimamente currais-novense dos descendentes dos troncos Pegado Cortez e dos Gomes de Melo que aportaram na terra da schelita.
O pai de Neco migrou para Currais Novos em fins de empreender atividades agropecuárias. É originário de uma família que ostentou livre acesso às cortes portuguesas nos séculos XVI e XVII, ao que parece tendo chegado ao RN no inicio do século XVIII, instalando-se na zona da mata sul do estado, sobretudo entre os atuais municípios de Arêz/Goianinha/São José de Mipibu/Espirito Santo, onde desenvolveram atividades ligadas ao fabrico de açúcar, cachaça, gadaria em geral e principalmente politica. Sua mãe, D. Maria Senhorinha Dantas Cortez - Marica Pegado -, mulher forte e empreendedora, descende da linhagem de Caetano Dantas Correa, fundador de Acari/Carnaúba dos Dantas e de Manoel Vaz Varejão, português de extrema influencia na colonização da Vila do Príncipe (hoje Caicó) e um dos lideres da Guerra dos Bárbaros.
Zezinho Gomes é  filho de um homônimo, Capitão da Guarda Nacional, homem deveras respeitado no Seridó pela sua firmeza e em prol da correção e justiça. Sua mãe era filha do Coronel Antônio Ferreira de Macedo, chefe politico de Picuí-PB, que por seu turno é descendente de Francisco de Arruda Câmara, Capitão-Mor das Vilas de Piancó e Pombal, localizadas no sertão da Paraíba, até então estes os principais centros urbanos dos sertão setentrional.
Neco e Zezinho por certo eram amigos desde a infância. Os pais de ambos se consorciaram por volta de 1850 para juntos comprarem a data de terra denominada Pitombeiras, localizada a leste da sede do município de Currais Novos, na região onde hoje se aproximam com as divisas de Campo Redondo a leste e Cerro Corá a norte. Como os dois se conheceram e o porquê de decidirem dividir a compra de terras em conjunto permanece incógnito. Assim, o clã Pegado Cortez edificou sua sede e moradia no sitio São Luiz, ao passo que os descendentes dos Gomes de Melo o fizeram no sitio São Miguel. Ambos construíram suas fazendas por volta de 1860-1866.
O que se processou a partir deste ponto foi uma sequencia de casamentos entre os descendentes das duas famílias, terminando por fundir os Pegado Cortez com Gomes de Melo. O caso é longo e merece ser contado em próxima oportunidade. O próprio Zezinho casou-se com Maria Camila Pegado Cortez no dia 10/11/1890. Ela irmã de Neco. Talvez como demonstração da coletividade ou mesmo externando a extrema amizade entre as famílias ou mesmo querendo fazer uma festança de arromba, no dia seguinte (11/11/1890) Neco casou-se com Úrsula Augusto de Araújo, irmã de Zezinho. Assim, tornaram-se cunhados duplamente. E parece que levaram isso muito a sério, a ponto de quando Zezinho enviuvou de Maria Camila, em seguida casou-se com uma cunhada chamada Ana, irmã da esposa falecida e do amigo Neco.
À parte nestas estórias curiosas ou mesmo trágica, ambos também foram proprietários rurais: Neco herdou o que hoje conhecemos como sitio Bugi e Zezinho o sitio Liberdade, ambos extraídos do espolio das terras da outrora data Pitombeiras. Neco parece ter tido um gosto mais apurado pelo servidorismo publico, tendo exercido cargos como delegado escolar, titular da coletoria estadual e federal, adjunto da promotoria e sub-intendente municipal. Este ultimo um cargo notoriamente politico. Neste quesito, Zezinho parece ter se dedicado mais exclusivamente às atividades agropastoris. Paralelamente, foi famoso rezador e ao que parece dedicado ao carteado e talvez outros jogos de azar.
Outras tantas peculiaridades dispensadas aos dois foi a extensa prole, tendo Neco deixado 14 filhos e Zezinho 13. Netos e bisnetos eu não sei precisar, mas estimo algo próximo a 100 para cada um. Ambos foram muito longevos, tendo Neco vivido 84 anos e Zezinho por volta de 79 anos. Por fim ambos defenderam, sempre juntos e ao lado de seus filhos, a bandeira do integralismo. Inclusive esta foto mostra os dois parafernados com as vestimentas típicas da ocasião.
Assim, creio que estudando e analisando estes dois indivíduos, podemos inferir o comportamento das famílias Pegado Cortez/Gomes de Melo como um conjunto, migrantes de origem, longevas e prolíferas, harmoniosas em seu convívio social, trabalhadoras e, sobretudo amigas em sangue e suor, como o legado que suas proles desempenharam e assim o fazem até hoje no desenvolvimento do município de Currais Novos e vizinhança.
Rodrigo Cortez.
Neto de Maria Anísia Gomes Cortez - "Pepita".


O Capitão José Gomes de Mello Júnior em foto de 12 de julho de 1945, na casa de Manoel Genésio, seu 1º filho do 2º casamento. Os dois meninos da direita são os seus netos Omar Sidrin Gomes e Miguel Archangelo. À esquerda, as netas Margarida, Carmela e Ana Maria. Atrás, Maria José segurando Cecília. Elda, irmã de Omar, filhos de Antonio Cortês Gomes, está na frente de "Padrinho Zézinho".O nome completo dele era José Gomes de Mello Júnior. Àlbum de família.
Em 1910, ele recebeu uma foto do sobrinho Tomaz Salustino Gomes de Mello, com a seguinte dedicatória: "Ao meu bom tio Cap. José Gomes de Mello, com especial estima, offerece Salustino".







Outra descoberta do professor Felipe Trindade sobre os Gomes de Mello.

O 2º casamento de José Gomes de Mello Junior, Thomaz Salustino e Francisco Umbelino

Por João Felipe da Trindade

Os registros da Igreja de Currais Novos, disponibilizados pelos mórmons, na Internet, não são tão antigos, e por isso, algumas informações não estão ao nosso alcance. Além disso, em muitos registros de casamento não foram colocados os nomes dos pais dos nubentes. Uma lástima! Mas, é possível, com outras informações, encontrar elos entre o passado e o presente. Há boas informações no livro " No roteiro dos Azevedos", mas faltam datas e os nomes não são sempre os originais. Os registros da Igreja nem sempre são confiáveis, pois, o rodízio que fazem dos nomes das pessoas, dá um nó em qualquer pesquisador genealógico.

José Gomes de Mello Junior casou duas vezes. Vejamos o 2º casamento dele:

Aos oito de outubro de mil oitocentos e noventa e dois, no Sítio São Luiz, perante as testemunhas Antonio Xavier Dantas, Francisco Vicente Dias de Araújo, assisti ao recebimento matrimonial de José Gomes de Mello Junior, viúvo por falecimento de Maria Camilla Gomes Cortez, com Anna Cantionilla Dantas Cortez, filha legítima de Manoel Pegado Cortez, já falecido, e Maria Senhorinha Dantas Cortez. Os nubentes são naturais e moradores nesta Freguesia, e já estão dispensados no 1° grau, eq,l,s. de afinidade lícita. Do que mandei fazer este assento que assino. O Vigário José Antonio da Silva Brito.

A dispensa acima revela que a segunda esposa, Dona Anna Cantionilla Dantas Cortez, era irmã da primeira, Maria Camilla Gomes Cortez.

Para exemplificar a falta de nomes dos pais dos nubentes no registro, vejamos o casamento de Thomaz Salustino:

Aos vinte e um de setembro de mil novecenteos e quatro, no Sítio Aba da Serra, desta Freguesia, casa do Sr. José Bezerra de Araújo Galvão, perante as testemunhas Juvenal Lamartine de Faria, e Napoleão Bezerra de Araújo Galvão, assiti ao matrimônio de Thomaz Salustino Gomes de Macedo e Thereza Bertina de Araújo, meus paroquianos. Do que para constar, mandei fazer este termo que assino. Padre Ignácio Cavalcanti, Encarregado da Freguesia.

Observamos que na família dos Gomes de Mello, os sobrenomes, nos registros,  aparecem como Gomes de Mello ou Macedo Gomes. Não sei quem decide essa variação.

Outro registro, que encontramos dos Gomes de Melo, é o que se segue:
Aos quatro de setembro de mil novecentos, e um, de minha licença, o vigário Joel Esdras Lins Fialho, uniu em matrimônio os contraentes Francisco Umbelino de Macedo Gomes e Leopoldina Gomes, ele filho legítimo de Francisco Umbelino Gomes de Macedo, e de Felismina Sidalina de Jesus, ela filha legítima de José Gomes de Mello,  e Maria Guilhermina da Conceição, sendo testemunhas Francisco Dias de Araújo e Francisco Rodrigues de Freitas Filho; do que para constar fiz este assento, que me assino. O Vigário Marcelino Rogério dos Santos Feire.

2º casamento de José Gomes de Mello
Casamento de um Francisco Umbelino

quarta-feira, 22 de maio de 2013


Maria Antonia Fontes Taylor, matriarca dos Tassinos


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Francisco Xavier de Menezes, que presidiu a Câmara Municipal de Angicos no período que vai de 1853 até 1855, era casado com Dona Maria Antonia Fontes Taylor. Segundo Aluízio Alves, no livro “Angicos”: angicano dos mais esforçados, e que, na época, desempenhou notável influencia, político-social no município. Filho de Francisco Alexandre Xavier, a quem não eram tão minguados os recursos financeiros, pôde cursar a Faculdade de Medicina da Bahia, até o 4º ano, deixando de concluir o curso por motivos ignorados. Foi ainda, segundo Aluízio, secretário da Câmara, Escrivão Público Judicial de Notas, Professor, Agrimensor, Vacinador Oficial, Capitão-cirurgião-mor do Comandante Superior da Guarda Nacional, em Angicos e Macau, e finalmente licenciou-se advogado pela Relação da Província.
Há um registro de batismo, faltando partes, onde encontramos a naturalidade de Maria Antonia. Nele este escrito: Gerôncio, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes e de Maria Antonia de Fontes Taylor, falecida, naturais, ela do Reino da Inglaterra, e ele, desta freguesia de Angicos, aqui falta a parte baixa do registro, mas no verso continua com, foi por mim batizado com os santos óleos nesta matriz de São José de Angicos, aos vinte e oito do mesmo ano; foram padrinhos Jerônimo Cabal Pereira de Macedo por seu procurador Antonio Bernardo Alves, casado, e Damásia Lopes Viégas, solteira, moradores nesta mesma freguesia. Do que para constar faço este assento que assino. O vigário Felis Alves de Sousa.
Pelos registros próximos, isso se deu no ano de 1854. Como no batismo, Dona Antonia já não existia, suspeitei logo, que tivesse falecido de parto, e fui atrás do seu óbito nesse ano, o que encontrei: aos dez dias do mês de maio de mil oitocentos e cinquenta e quatro, foi sepultado nesta Matriz do Glorioso São José de Angicos, acima das grades, o cadáver de Maria Antonia Fontes Taylor, falecida de parto, sem sacramentos, na idade de quarenta e seis anos, foi envolta em branco, por mim encomendada, do que para constar faço este termo e assino, o vigário Felis Alves de Sousa.
Pela informação acima, se não houve erros, Maria Antonia teve o filho com mais de 40 anos. Vejamos que outros filhos ela teve. Comecemos com os gêmeos João e Manoel.
João, branco, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes e de Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado, na matriz, a 27 de dezembro do dito ano, sendo padrinhos José Alves da Costa Machado e Constância Maria da Conceição, casados; Felis Alves de Sousa, vigário Colado de Angicos.
Manoel, filho legítimo de Francisco Xavier de Menezes, e de Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu a 23 de outubro de 1851, e foi batizado, na matriz, a 27 de dezembro do dito anos, sendo padrinhos Alexandre Xavier da Costa e Joanna Maria da Conceição, casados; Vigário Felis Alves de Sousa, vigário Colado de Angicos.
João Domício Xavier de Menezes, um dos gêmeos, casou, em 26 de agosto de 1876, com Anna Francisca de Azevedo, filha de Vicente Ferreira Xavier de Azevedo e Francisca Rosalina de Vasconcelos. Esse Vicente, meu tio bisavô, era filho de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e da sua primeira esposa Maria Francisca Duarte. Vicente, pai de Anna, faleceu moço, com apenas 30 anos, de febre amarela.
Adelaide, filha legítima de Francisco Xavier de Menezes, e D. Maria Antonia de Fontes Taylor, nasceu aos nove de agosto de mil oitocentos e quarenta e cinco, e foi batizado a vinte e um de dezembro do mesmo ano, em oratório privado, na cidade do Assú, sendo padrinhos o reverendo Vigário Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, e Francisca Rodrigues da Costa por procuração que apresentaram aquele do capitão Jacinto João da Ora, e esta de D. Rita Virgina de Santa Ana. Adelaide Angélica Xavier de Menezes foi a primeira esposa de José Paulino Teixeira de Sousa, filho de José Vitaliano Teixeira de Sousa e Urbana Teixeira de Sousa. Eles casaram em 12 de janeiro de 1874.
Emília, branca, filha legítima de Francisco Xavier de Menezes, e D. Maria Antônia de Fontes Taylor, nasceu a vinte e dois de junho de mil oitocentos, e quarenta e sete, e foi batizada, a vinte e três do dito mês pelo padre Francisco Theodósio de Seixas Baylon, in articulo mortis, recebeu os santos óleos, que lhe impôs, a dois de abril de quarenta e nove; foram padrinhos, o mesmo padre Baylon, e por procuração de José Joaquim Bezerra Cavalcanti. Emília Victorina Xavier de Menezes casou com Francisco Germano da Costa Ferreira, filho de Florêncio Octaviano da Costa Ferreira e Ignez Lucania da Costa Ferreira. O casamento foi em 31 de maio de 1874.
O Professor, Juvêncio Tassino Xavier de Menezes, natural da Vila de Imperatriz, outro filho do casal Francisco Xavier e Maria Antonia, casou, em 18 de setembro de 1864, com Theresa Maria de Jesus, viúva de Francisco Pedro Xavier da Costa. Dona Theresa faleceu de parto em 1869, com a idade de 36 anos. Com um mês faleceu a filha do casal, Maria, com um mês de idade. Thereza era irmã da minha bisavó, Francisca Rita Xavier da Costa. Em 7 de janeiro de 1855, o pai de Juvêncio, viúvo de Maria Antonia, tinha se casado com Bernarda Francisca da Costa, irmã de Theresa.
Juvêncio casou outras vezes. Eu conheci na Fazenda de Paulo Leitão de Almeida, em Lagoa Salgada, Maria da Conceição Tassino de Araújo, mais conhecida por Mary, filha de Luiz Tassino, e neta paterna de Juvencio Tassino e Marcolina Gouveia Varela. Dona Mary é a mãe de Marcos, Márcio e Maurício Tassino.
Fonte:www.putegi.blogspot.com

sábado, 18 de maio de 2013

Manoel Pegado Dantas Cortez, o neto. Deve ser a cara do avô.

 Eis aí José Gomes de Mello e o seu cunhado Manoel Pegado Dantas Cortez, o neto de Manoel Pegado Cortez, que saiu de Goianinha e foi para Currais Novos/RN, onde casou com Maria Senhorinha Dantas Pegado Cortez, conhecida como Marica Pegado, esta falecida em 1927. Dona Marica Pegado era a mãe de Olindina Pegado Cortez, a mãe de José Cortez Pereira de Araújo, falecido em 2004, em Natal. Olindina faleceu após o parto de José Cortez Pereira, governador do RN, no período de 1971-1975. A foto seria de 1937, último ano de funcionamento da Ação Integralista Brasileira. Ambos estão fardados com camisas verdes e calças brancas.
Notas: Rodrigo Cortez corrige esta matéria, pois, segundo ele, há um equívoco. Ele informa o seguinte:

Gonzaga,
Estava olhando a foto que voce postou dia 18/maio onde afirma se tratar de Manoel Pegado Cortez Filho e Zezinho Gomes. Pois bem, até onde sei e pesquisei, inclusive na foto original que existe nos pertences de minha avó Pepita e no versa encontra-se assinada e datada, trata-se de Neco Pegado, ou seja, Manoel Pegado Dantas Cortez, o filho primogênito de Manoel Pegado Cortez Filho e Maria Senhorinha Dantas (Marica Pegado). Inclusive, a foto é datada em 1937, e Manoel Pegado Cortez Filho faleceu em 1890.
Na verdade esses nomes são mesmo muito confusos, mas para tentar esclarecer, temos:
1° Manoel Pegado Cortez (Goianinha/Arês), Pai de Manoel Pegado Cortez Filho e Maria Camila Pegado Cortez (dona da faz. Bom jardim);
2° Manoel Pegado Cortez Filho (Goianinha/Arês), Casado com Marica Pegado e pai de todos os Pegado Cortez do Seridó;
3° Manoel Pegado Dantas Cortez (Currais Novos), Pai de Helio, Elias, Maria Rosa, Guilhermina, Hosana, Possidônia, Auta, Orestes, Itamar, Itamar, Hermes, Amarilio, Avanir, Alirio e Raul.
Rodrigo Cortez
Obrigado. caro Rodrigo. Mudei o título da postagem e corrigi o que estava incorreto, conforme as observações de Rodrigo Cortez. a)Gonzaga.
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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mais informações de Manoel Osório de Barros e Manoel Pegado Dantas Cortês.



Manoel Pegado Dantas Cortês, "Neco Pegado" filho de Manoel Pegado Cortês e " Marica Pegado", e sua esposa Ùrsula Augusta Gomes Cortez, filha do capitão da Guarda Nacional, José Gomes de Melo e Ùrsula Francelina de Jesus.
Graças as fotos de Manoel Osório e Guilhermina, enviadas anteontem, 7, conseguimos identificar a foto única, do casal, em arquivo da família, pois o verso da mesma é de cor preta e sem anotações.
Neco Pegado faleceu em Natal, no antigo Hospital Miguel Couto, no inicio dos anos 50.

Manoel Osório de Barros e Guilhermina Dantas Cortês.

 Casal Manoel Osório de Barros e Guilhermina Dantas Cortês  Barros (filha de Marica Pegado), pais de Othon Osório de Barros (primo e amigo de Manoel Genésio e Maria Anísia-Pepita).  Fotos sem datas que nos foram enviadas por Rodrigo Cortez, obtidas no saite My Heritage, através do pesquisador Manoel Pinheiro, que pesquisa 16 àrvores genealógicas. Provavelmente, as fotos sejam dos anos 30 do século passado.
Guilhermina Dantas Cortês Barros, filha de Marica Pegado, cujo inventário iniciado em janeiro de 1931, na página 66, dá como falecida, deixando seis filhos, todos arrolados como herdeiros da avó.

Os herdeiros foram: Maria Barros de Macedo, casada com Felix Augusto de Macedo, res. em Espirito Santo; Julita Barros de Morais, casada com Sebastião Batista de Morais, res. em Cerro Corá; Judite Barros Xavier, casada com Izaias Ferreira Xavier: Otavia Barros Gomes, casada com Manoel Benedito Gomes; Beatriz Barros de Araújo, casada com José Berto de Araujo; Oton Osório de Barros, casado com Inês Cortês ; José Augusto Dantas Cortez, casado, residente em Ubaieira; Francisca Dantas Cortez, falecida, casada que foi com José Frutuoso, deixando dois filhos: Thereza Cortez Gomes, casada com Cipriano Gomes, res. em Solidade e Beatriz Dantas Cortez de Lyra, , casada com Manoel Ferreira de Lyra., res. em Cerro Corá.


Graças a foto de Manoel Osório e Guilhermina, enviadas anteontem, 7, conseguimos identificar a foto única, do casal, em arquivo da família, pois o verso da mesma é de cor preta e sem anotações.

Neco Pegado faleceu em Natal, no antigo Hospital Miguel Couto, no inicio dos anos 50.

Hoje, 24.05.2013, encontrei com a professora aposentada Teresinha Barros, neta de Beatriz Barros , filha de Manoel Osório de Barros e Guilhermina Dantas Cortês Barros.



Manoel Osório de Barros e Guilhermina Dantas Cortês Barros, (foto) mãe de Othon Osório, de Beatriz,  era a bisavó de Teresinha Barros, casada com Judson Benévolo, ex-secretário municipal de Parnamirim/RN.








A placa e a cruz da Ilha que desapareceu e


Cleando Cortez Gomes Filho foi a Macau e fotografou a placa e a cruz que pertenceram à Ilha de Manoel Gonçalves, hoje desaparecida. Bancou o São Tomé: foi ver para crer. Para completar, fotografou a Igreja-Matriz de Macau. Parabéns, Cleando Filho.

O óbito de Manoel Rodrigues Ferreira

domingo, 5 de maio de 2013


Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com

Em 7 de novembro de 1963, o escritor Manoel Rodrigues de Melo escreveu para seu parente, em Recife, Ricardo Rodrigues Ferreira. Logo no início disse: Estou escrevendo um livro sobre a Família Rodrigues Ferreira, começando do velho "marinheiro"/Manoel Rodrigues Ferreira, da Boa Vista.
Você é neto do velho Manoel Rodrigues Ferreira, como eu sou bisneto. Gostaria que você me mandasse umas notas bem completas sobre o velho Manoel Rodrigues Ferreira, da Boa Vista, falando sobre a vinda dele de Portugal, a província em que nasceu, o ano que chegou a Ilha de Manoel Gonçalves, com quem casou, de que vivia, na Boa Vista, o caso da onça, quando nasceu, aonde, quantos filhos teve, se esteve em Recife se tratando do ferimento que sofreu na luta com a onça, em que hospital, enfim tudo o que você puder registrar será importante para o meu estudo.
Não sei se Ricardo tinha todas as informações que Manoel Rodrigues de Mello queria, nem muito menos se chegou alguma coisa para nosso escritor. Sei que o livro não foi publicado e, até agora, não tenho notícias onde foram parar os rascunhos do livro que estava sendo escrito. Já tentei localizar, mas sem sucesso. Nem no Solar João Galvão, onde estão algumas anotações de Manoel Rodrigues, deram notícias de tais documentos.
Mas, há pouco tempo, encontrei o registro de óbito do bisavô daquele que foi presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Nele aparece o nome de sua esposa, bem como a idade que tinha. Pela dados, ele deve ter nascido por volta de 1798.

Aos 2 de junho de 1850 foi sepultado na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Macau, de grades acima, o adulto Manoel Rodrigues Ferreira, branco, casado com Izabel Martins Ferreira, com 52 anos de idade; amortalhado em preto, e encomendado pelo Reverendo Silvério Bezerra de Menezes; do que para constar faço este assento que assino. Felis Alves de Sousa.

Pena, que no registro de óbito não tenha sido informado a causa da morte, pois nosso personagem, que está na lista dos moradores da Ilha de Manoel Gonçalves  que fundaram Macau, morreu relativamente moço. Talvez, consequência dos ferimentos da onça.
Igreja onde está sepultado Manoel Rodrigues Ferreira

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Uma vertente familiar oriunda dos Pegado Cortez + Gomes de Melo: os Simonetti e os Leitão .

Na foto exibida no Facebook, estão Ana Clara, Sérgio, Salete (Simonetti Gomes, a mãe de todos), Paulo Alfredo, José Alberto, Maria Amália (a mais velha) e Luiz Antonio (o mais novo). Grande família oriunda do casamento de Cleando Cortez Gomes com a assuense Maria da Salete Simonetti, viúva desde setembro de 2008. Você vê o carequinha? Pois bem, dizem que ele puxou os Pegado Cortez, conhecidos pela calvície precoce ( é o que dizem, eu não provo nada, assim como acham que Paulo se parece muito com Cleóbulo, seu tio, irmão de Cleando (pai) que, na infância dele, "Neco Pegado", filho de "Marica Pegado", dizia "esse tem a cabeça chata dos Pegado e vai ser careca também". E não é que é verdade. Em tempo: Cleando Cortez Gomes Filho não está na foto. Talvez tenha sido ele que clicou a câmera.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Francisco Xavier de Souza, lá do Sertão Central Cabugi (I)


segunda-feira, 29 de abril de 2013


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
No universo genealógico, alguns nomes se repetem com muita frequência. Entre as mulheres aparecem, entre outras, as Terezas de Jesus e as muitas Marias: da Natividade, do Espírito Santo, da Conceição, do Perpétuo Socorro, além de Delfina Maria da Conceição. Entre os homens temos João Batista, André Corsino, André Avelino, Felipe Santiago e Francisco Xavier.

Em artigos anteriores, vimos que Manoel Varella Barca Jr. casou com Thereza de Jesus Duarte, filha de Francisco Xavier de Sousa Jr, e neta de outro de mesmo nome. Este último era natural da Vila de Cachoeira, na Bahia. Lá, em Gaspar Lopes, Angicos, Afonso Bezerra e Santana do Matos, encontramos muitos registros de descendentes de um Francisco Xavier de Sousa, que não identificamos sua naturalidade, principalmente, por omissão da Igreja, embora haja vários registros onde ele está presente. Em 1859 ele aparece como tenente-coronel, em um desses registros. Desconfio que Josefa Francisca da Costa, esposa de Francisco Xavier de Sousa, seja neta do patriarca João Barbosa da Costa. Veremos que os descendentes de Francisco e Josefa se entrelaçam com muitos dos meus familiares.

Manoel Américo de Carvalho Pita, quando escreveu o livro “Monsenhor José Edson Monteiro – Do pé da serra aos pés da santa”, deu as seguintes informações: José Edson Monteiro nasceu a 28 de Setembro de 1927, na então Vila de São Romão, hoje cidade de Fernando Pedroza, no sertão central do Rio Grande do Norte. Filho do Sr. Zacharias Monteiro e D. Maria da Conceição Monteiro. São seus avós paternos Francisco Monteiro de Sousa, conhecido por Bembem, e D. Ana Amélia Cruz Monteiro, e avós maternos Vicente Verdeixa de Sousa e D. Francisca Verdeixa de Sousa, trabalhadores na agricultura, na fazenda São José, de Miguel Pinheiro, no Município de Angicos. São seus irmãos Vicente Monteiro e Maria Monteiro.

Vamos escrever sobre os descendentes do tenente-coronel Francisco Xavier de Sousa, a partir de Vicente, avô de Monsenhor Monteiro.  Vicente, filho de Francisco Xavier de Sousa e Josefa Francisca da Costa, nasceu aos 17 de junho de 1832, e foi batizado aos 30 de novembro do mesmo ano, e teve como padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra. Estes padrinhos casaram dois anos depois, aos 13 de agosto, na fazenda Carapebas, dispensados do impedimento de segundo grau duplicado de sanguinidade e, atingente ao primeiro, sendo ele filho de Antonio Barbosa da Costa e Claudiana Francisca Bezerra. Não aparecem os pais de Vicência.

O batizado que se assinava, posteriormente, como Vicente Verdeixa Xavier de Souza, casou pelo menos três vezes.

O primeiro casamento de Vicente Verdeixa foi, no Curral dos Padres, em 12 de novembro de 1856, com Elísia Francisca Solino Bezerra, filha dos seus padrinhos José Alexandre Solino da Costa e Vicência Francisca de Aquilar Bezerra, tendo como testemunhas José Pedro da Silveira e Antonio Valério da Costa Bezerra. Elisia faleceu em 1871 com 34 anos de idade, pouco mais ou menos.
Viúvo de Elísia, Vicente casou, na Fazenda Santa Luzia, em 13 de novembro de 1872, com Rosa Maria da Trindade, filha de João Miguel da Trindade e Maria Rosa da Conceição, na presença de Francisco Xavier de Jesus Maria e de José Bezerra Xavier da Costa. Rosa Maria da Trindade era irmã do meu bisavô, tenente João Felippe da Trindade. Francisco Xavier de Jesus Maria era irmão de Vicente. Rosa Maria faleceu em 1877, com 47 anos de idade.

Novamente viúvo, Vicente casa, em 7 de janeiro de 1883, na Matriz de São José de Angicos, com Francisca Maria Xavier da Costa, filha de José Pedro Xavier da Costa e Maria Ritta de Azevedo, sendo testemunhas João Felippe da Trindade e Manoel Carlos Xavier da Costa. José Pedro, pai de Francisca, era filho de Pedro Francisco da Costa e Joaquina Maria de Santana, esta última irmã de meus trisavós, Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Miguel Francisco da Costa Machado. Ele casou a primeira vez com Anna Xavier de Azevedo. Viúvo de Anna, José Pedro casa em 1860 com Maria Rita de Azevedo, que vem a ser a mãe de Francisca, terceira esposa de Vicente Verdeixa. Maria Rita era filha de José Honório Lopes de Azevedo e Francisca Maria Duarte. Talvez essa segunda esposa de José Pedro fosse irmã da primeira.

Vicente Verdeixa, embora tenha casado três vezes, teve poucos filhos. Somente encontrei, até agora, uma filha de nome Maria, já do terceiro casamento. Ela nasceu aos 25 de março de 1889, e foi batizada aos 12 de maio do mesmo ano, tendo como padrinhos o Barão e a Baronesa de Serra Branca. Talvez essa Maria seja, justamente, a mãe do Monsenhor Monteiro.

No próximo artigo escreveremos sobre outros filhos de Francisco Xavier de Sousa.