quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Manoel Jairro Bezerra.









Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Manoel Jairo Bezerra, sócio correspondente
Discurso de posse, na categoria de sócio correspondente  do IHGRN, proferido em sessão solene de 15 de dezembro de 1994.

Tinha razão o poeta norte-rio-grandense, Vicente Pereira, quando escreveu: “Só não é tempo de rosas para quem não planta roseiras...”.
Não tenho dúvida de que com meus 74 anos não estou mais no tempo de rosas, de homenagens e de distinções, como a de ser convidado para sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Felizmente plantei roseiras de estudos, trabalhos e correção de atitudes.
Procurei contar um pouco da minha vida, para tentar justificar o possível motivo do honroso convite que recebi.
Nasci em Macau.
Fiz meus estudos primários no Grupo Escolar Duque de Caxias, da minha cidade natal. Cursei os cinco anos do ginasial em Natal, no Colégio Marista – o velho Santo Antônio.
Pensava em ser padre...mas, no dia 6 de junho de 1936, após um retiro, realizado para os jovens da última série pensarem na carreira que deveriam seguir, disse ao meu colega Eugênio, que me perguntara o que tinha decidido: “Não vou mais ser padre... e você?”. Ele respondeu: “Vou ser agrônomo...”. Hoje ele é o cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales e eu, após muitas lutas e desenganos, tornei-me professor de Matemática.
Após decidir não ser padre, comecei a estudar, por correspondência, para ser aviador militar.
Ao terminar o ginasial, fui a Macau pedir autorização ao meu pai para seguir aviação militar (tinha 15 anos). Meu pai disse-me que não era do seu agrado, mas me daria autorização e minha mãe de criação declarou: “Se você for para a aviação, não precisa mais escrever para casa...” (Naquele tempo, aviação era suicídio...)
Decidi ir para o Rio disposto a não querer mais ajuda de meus pais.
Cheguei ao Rio de Janeiro no dia 6 de dezembro de 1936. Fiquei no cais do porto, cerca de quatro horas, sentado no meu baú...O representante da Instituição, que ficara de me esperar, não apareceu.
Soube, no dia seguinte, que tinha sido ludibriado. Conheci, com menos de 16 anos, o “conto do vigário”. Sofri muito...
Uma semana depois fui operado de apendicite supurada, gangrenada e mais ainda um abcesso no intestino. Quase morri...
Passei cerca de dois meses no hospital. Na cama, pensei muito e decidi cursar o complementar de Engenharia, na antiga Escola Politécnica, em 1937 e 1938.
Em 1937 e 1938, trabalhei e estudei à noite.
No final de 1938, resolvi tentar novamente a aviação. Fiz concurso para a Reseva Naval Aérea. Não existia Aeronáutica. Dos quase duzentos candidatos, foram aprovados apenas 13, no exame intelectual. Eu fui o décimo primeiro, mas fui reprovado no exame de saúde, em consequência da operação que fizera.
Desempregado e sem querer pedir ajuda à família, passei maus momentos...Duas vezes pedi dinheiro na rua.
Tive a sorte de encontrar um amigo de infância, que me levou para trabalhar no colégio de sua família: o Colégio Metropolitano de Adauto Câmara, Alexandre Dijesu do Couto e Vitoldo Zaremba.
Comecei a trabalhar no dia 1º de maio de 1939, na secretaria do colégio, onde cheguei com três níqueis de tostão. Era toda a minha fortuna...
Trabalhava e dormia no colégio. No convívio com os professores, assistindo aulas e estudando nos livros da biblioteca, fui adquirindo a vontade de ensinar. Fiquei em 1939 e 1940 no Colégio.
No início de 1941, fiz concurso para a Faculdade Nacional de Filosofia (Matemática) e me inscrevi no CPOR.
Em 1943, saí aspirante de Artilharia, pelo CPOR, e em 1944 concluí o Curso de Licenciado em Matemática, pela Faculdade. Continuava lecionando Matemática, no Colégio Metropolitano.
Em 1944, fui convocado para fazer o Curso de Artilharia de Costa. Concluí esse curso, de três meses, em 5º lugar, e fui promovido a 2º tenente. Em dezembro de 1944, fui transferido para uma bateria na Ilha do Mosqueiro.
Casei-me, em 1945, no Mosqueiro, com Vera, irmã da esposa de Adauto Câmara. ainda em 1945, fui promovido a 1º tenente.
Em 1946, deixei o Exército, apesar de ter sido consultado para continuar. Voltei ao Rio e ao Curso Metropolitano, ainda em 1946.
Daí para diante trabalhei e estudei muito. Encontrara minha vocação. Deus me ajudou e tive muita sorte.
Fui aprovado em nove concursos para professores, cinco dos quais em primeiro lugar. Ganhei concurso nacional e prêmio para estudar seis meses em Paris (1958). Fui convidado dos governos da França, Alemanha e Estados Unidos para viagens de aperfeiçoamento.
Mediante concursos, fui: professor fundador do Colégio Naval (1951), professor do Colégio Pedro II (1952) e catedrático do Instituto de Educação (1965). Lecionei 19 anos e meio na Escola de Estado Maior da Aeronáutica (1959/1979). Tive como alunos 6 generais, 19 almirantes e mais 60 brigadeiros.
Publiquei 52 livros. Um deles com mais de 60 edições e mais de um milhão de exemplares.
Em outubro de 1993, tomei posse na Academia Madureirense de Letras e escolhi para patrono meu ilustre conterrâneo Luís da Câmara Cascudo.
Para escrever o discurso sobre o meu patrono, procurei auxílio na biblioteca do Centro Norte-rio-grandense e consultei meu amigo de infância Oswaldo Lamartine, meu grande amigo Américo de Oliveira Costa e o presidente do Instituto Enélio Lima Petrovich.
Disse ao Dr. Enélio que escolhera Cascudinho, pelo que sabia sobre ele, desde 1935, quando o nosso conterrâneo escreveu na revista “Echos”, do Colégio Santo Antônio, o artigo “A exploração do vício pela virtude”.
Em homenagem à Cascudinho e a este Instituto, vou ler parte do pequeno discurso que escrevi, solicitado pela Academia, para apresentar o meu patrono aos outros sócios fundadores.
“O escritor norte-rio-grandense Nilo Pereira escreveu: “Antigamente, os mortos morriam; hoje encantam-se”.
Folclorista, historiador, jornalista, poeta, musicólogo, biógrafo, antropólogo, orador, etnógrafo, crítico literário, professor, humanista, poliglota, sábio.
Luís da Câmara Cascudo é nome de rua, biblioteca, escola, museu, centro de ensino, medalha, nota do nosso sistema monetário, memorial e viaduto, além de tema de dissertação e teses universitárias.
Pertenceu a todos os Institutos Históricos e Geográficos do Brasil e foi o mais antigo sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (30/07/1934). Fundador da Academia Norte-rio-grandense de Letras; hoje é seu patrono.
Condecorações, títulos honoríficos e honrarias o consagram cidadão do mundo.
Autor de mais de 150 publicações.
“Sem dúvida, Cascudinho é a Universidade mais antiga do Rio Grande do Norte”, escreveu Onofre Lopes.
Esse resumo, do resumo de sua biografia, seria suficiente para justificar a indicação que fiz do meu conterrâneo Luís da Câmara Cascudo, para meu patrono; mas, certamente, meu coração e minha memória acrescentariam outras lembranças para essa feliz escolha: as recordações das referências elogiosas que ouvia dos mais velhos, no meu tempo de criança interna no Colégio Santo Antonio (1932 a 1936); o artigo “A exploração do vício pela virtude”, escrito por Cascudinho na revista “Echos” do Colégio Santo Antonio, em 1935, que guardo com carinho entre os livros da minha biblioteca de Matemática; a conferência realizada no Rio de Janeiro, a convite da Cultura Inglesa, sobre “Os ingleses no Brasil!”, e que a todos causou admiração, porque Cascudo não consultou anotações.
Escreveu Américo Costa que, em virtude dos livros publicados por Cascudo, sobre o Rio Grande do Norte, o ex-prefeito de Natal e depois governador do Estado Sylvio Pedroza, outorgou a Cascudo, por decreto, o título de Historiador Oficial da Capital Norte-rio-grandense.
E Américo Costa finalizou sua palestra, realizada na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 31/10/1989, dizendo: “Daí porque, magnificamente, se justifica a indagação perplexa do escritor norte-rio-grandense Osvaldo Lamartine, em carta ao jornalista Woden Madruga: E Agora, sem Cascudo, a quem a gente vai perguntar as coisas?”
Concluo com mais duas citações. A do poeta Drumond, sobre Câmara Cascudo: “Doador de nascença, espalha aos quatros ventos o que foi recolhendo a vida inteira”. E com a sentença do escritor potiguar Enélio Lima Petrovich, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte: “O testemunho e a imagem do mestre são exemplos e lição, maiores e perenes, de sua imortalidade”.
Creio que o dr. Enélio me convidou ou pela minha vida que acabo de narrar, ou pela minha luta para vencer, ou pela minha decisão de escolher Cascudinho como meu patrono, ou pela bondade de meus conterrâneos. Não sei.
O certo é que me deram a grande honra e a imensa alegria de fazer parte de um pedaço do meu Rio Grande do Norte, que é o Instituto Histórico e geográfico, que, neste momento, me oferta as rosas da consideração e da amizade.
Muito obrigado a todos.

domingo, 18 de outubro de 2015

Roberto Grant Furley de Oliveira deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Faleceu hoje, em Currais Novos, a mulher que foi o...":

Boa tarde.
Achei bem interessante o blog falando sobre os Pegado Cortez. Não sou nem Pegado nem Cortez, mas um ramo de minha família o é. Eu sou Tavares de Oliveira, com ascendentes na Família França Tavares, pelo lado materno, e Grant Furley de Oliveira, pelo lado paterno.
Minha tia Rosalba de França Tavares casou-se (passou a se chamar Rosalba de França Tavares Cortez) na década de 40 com Godofredo Pegado Cortez (Natal/RN - 16/outubro/1923 - Natal/RN - 4/julho/2003), filho de Nehemais Pegado Cortez (Arêz/RN - 28/setembro/1888 - Natal/RN - 7/maio/1972) e de Maria Augusta Freire (Natal?/RN - 29/julho/1894 - Natal/RN - 14/agosto/1934). Tiveram 8 filhos: Eldio Luiz (1945), Eliane Edith (1952), Edson Augusto (1953), Eduardo Carlos (1954-1998), Edna Lúcia (1956), Elizabeth Christina (1958-2007), Eliete Rejane (1960_ e Eider Roberto (1962).
Se esses dados servirem para alguém de Arêz pesquisar ou se precisar entrar em contato comigo ou com algum dos Cortez que eu possa indicar, terei imenso prazer em fazer esse encontro, pois todos eles são meus primos e tenho contato frequente com ele, até porque nós, França Tavares, temos uma página no Facebook para o contato de todos da família.
Eu também faço pesquisa sobre a minha família, daí ter encontrado o seu blog.
Meu e-mail é bobsatoli@gmail.com e minha página no Facebook é https://www.facebook.com/robertograntfurley.
Estou a sua inteira disposição.
Grato pela atenção
Roberto

P.s: desconsidere o blog coisas do arco da velha, pois há muito tempo o abandonei.



Postado por Roberto Grant Furley de Oliveira no blog poetisanaticortez.blogspot.com em 18 de outubro de 2015 10:

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Foto relíquia.

Integralistas em Acari.

A foto que publico hoje tem uma importância histórica enorme. Trata-se do registro de uma reunião que aconteceu em Acari com alguns homens convidados, na companhia de alguns verdadeiros simpatizantes do Integralismo. Vamos logo reconhecendo o pessoal, de pé, da esquerda para a direita: Câmara Cascudo, Luiz Veiga, Walfredo Gurgel, Manoel José Fernandes (seu Bilé), Antônio Pio, um não reconhecido e Carlos Gondim. Sentados: Éwerton Dantas Cortes, Manoel Genésio Cortês e Manoel Lúcio Dantas Filho.
O Integralismo, leia-se Ação Integralista Brasileira (AIB), foi um movimento filo-fascista, de extrema direita, fundado em 8 de outubro de 1932 por intelectuais do Rio de Janeiro e de São Paulo, liderados por Plínio Salgado. Tratava-se um movimento baseado em preceitos morais e religiosos como seu próprio lema "Deus, Pátria e Família" evidenciava. Bom, atrás do original dessa foto que me foi doada por Chico Acari, pode-se ler o seguinte: “Ao grande companheiro Dr. Padre Walfredo Gurgel, para recordar o grande comício realizado em ACARI, à praça Tomaz de Araújo, em 14/ 8 / 37. Manoel Jenésio Cortes. Chefe Provincial.” O amor à pátria, ou seja o nacionalismo, era de extrema importância para os integralistas, embora estivesse mais referido, para os membros da AIB, o seu aspecto cultural e político do que econômico financeiro. Visava a reeducação do povo brasileiro para que seu espírito adormecido fosse despertado e o Brasil pudesse exercer a posição de destaque no cenário internacional a que acreditavam estar o país destinado e pela qual esse mesmo espírito seria o principal responsável; acordando o gigante de sua letargia, para ser grande no mundo. Após uma frustrada tentativa de golpe em 1938, a AIB foi extinta por Getúlio Vargas e seu líder, Plínio Salgado, exilado. Mas a foto mostra que Acari sempre contribuiu de forma considerável para a política estadual.

25/08/2005 Publicada por Jesus de Miúdo.

Athanásio Fernandes de Morais, lá de Flores.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015


Por João Felipe da Trindade
Em artigo anterior, sobre Cosme de Abreu Maciel, vimos que Athanásio Fernandes de Morais era filho, na verdade, de Manoel Antônio Fernandes de Morais e Angélica Mamede da Conceição, e que ele casou com Isabel Maria de Souza, gerando 22 filhos.

Os irmãos encontrados de Athanásio, Além de Claudiana Gomes e Ana Maria da Conceição, citadas no artigo anterior, foram: Manoel Antônio Fernandes de Morais, que foi casado com Ignácia Francisca Xavier; Antônia Martins de Morais, que foi casada com João de Melo Carneiro; Cosme Fernandes Morais que foi casado com Ana Maria; e José Lino de Morais, que foi casado com Januária Gomes de Lima.

Dos filhos de Athanásio e Isabel foram encontrados os seguintes registros.

Sabino Fernandes de Morais, casado às 9 horas do dia 29 de novembro de 1839 no Sítio Flores com Ana Carneiro de Jesus, filha de João de Melo Carneiro, falecido, e de Antônia Martins de Morais, perante as testemunhas Tomaz Justino de Morais e Francisco Xavier de Albuquerque, e o celebrante Padre Tomaz Pereira de Araújo.

Clemente Francisco de Morais, casado as 07 horas do dia 25 de dezembro de 1837, na Matriz, com a prima legítima Faustina Maria de Jesus, filha de José Luiz Barreto e de Claudiana Gomes de Lima (irmã de Athanásio Fernandes de Morais), perante o celebrante Padre Francisco de Brito Guerra, e as testemunhas  Miguel José das Virtudes e João Batista Carneiro.

Joaquim Fernandes de Morais, casado as 9 horas do dia 05 de junho de 1848, na Matriz, com Tereza Maria da Conceição, filha de João de Melo Carneiro, falecido, e de Antônia Martins de Morais.

           José Justino de Morais, casado as 9 horas do dia 06 de junho de 1849 nas Barrocas com Maria Josefa da Conceição, filha de José Gomes de Souza e de Ana Maria da Conceição (Irmã de Athanásio Fernandes de Morais ), perante as testemunhas Manoel Crisósotomo de Souza e Sabino Fernandes de Morais, e o celebrante Padre Félix Vieira da Silva.

 Antônio Fernandes de Morais, casado as 10 horas do dia 14 de janeiro de 1840, no Sítio Rossarabú, com Maria Francisca da Conceição, filha de José Lino de Morais e de Januária Gomes de Lima, perante as testemunhas Inácio Ferreira de Macedo e Tomaz Justino de Morais, e o celebrante Padre Tomaz Pereira de Araújo.

  Manoel Fernandes de Morais, casado em 03 de setembro de 1849 com Adriana Carneiro de Jesus, filha de João de Melo Carneiro, falecido, e de Antônia Martins de Morais, perante as testemunhas Firmiano Carneiro de Melo e Joaquim Fernandes de Morais.

  Athanásio Fernandes de Morais Júnior, casado as 8 horas do dia 22 de junho de 1854 na Matriz com Josefa Maria da Conceição, filha de Tomaz Justino de Morais e de Maria Isadora Carneiro.

   Rita Maria da Conceição, casada em 08 de junho de 1849 com o primo legítimo Joaquim José de Santana, filho de José Luiz Barreto e de Claudiana Gomes de Lima (irmã de Athanásio Fernandes de Morais), perante as testemunhas João Batista Carneiro e Sabino Fernandes de Morais, e celebrante Padre Félix Vieira da Silva.

Francisca de Paula da Conceição, casada em 07 de janeiro de 1840 com o primo legítimo Manoel Clementino de Souza, filho de José Gomes de Souza e de Ana Maria da Conceição (irmã de Athanásio Fernandes de Morais) , perante as testemunhas Francisco Xavier de Melo e Joaquim de Medeiros, e o celebrante Padre Antônio Tomaz de Medeiros.
 Inês Maria da Conceição, casada aos 21 de novembro de 1836, no Sítio Flores, com Antônio Carneiro de Vasconcelos, filho de João de Melo Carneiro, falecido, e de Antônia Martins de Morais, perante o celebrante Padre Manoel Cassiano da Costa Pereira e as testemunhas Inacio Ferreira de Macedo e Alexandre Batista dos Santos.

Joana Maria da Conceição, casada em 07 de janeiro de 1840 com Firmiano Carneiro de Melo, filho de João de Melo Carneiro e de Antônia Martins de Morais, perante as testemunhas Joaquim de Medeiros e Luiz do Rego Brito.

Vicência Maria de Souza, casada as 8 horas do dia 07 de junho de 1838, no Sítio Flores, com João de Melo Carneiro Júnior, filho de João de Melo Carneiro, falecido, e de Antônia Martins de Morais, perante as testemunhas Alexandre Batista dos Santos e Francisco Xavier de Albuquerque.

Dos registros acima, se observa que seis filhas de Athanásio e Isabel casaram com seis filhos de João de Melo Carneiro e Antônia Maria de Morais; duas filhas de Athanásio e Isabel casaram com dois filhos de José Gomes e Ana Maria; duas filhas casaram com dois filhos de José Luiz e Claudiana.  

A fim de clarear mais as informações sobre personagens de Flores, saliento que Gervásio Pereira Morais, morador no sertão das Piranhas, em 7 de janeiro de  1719 requereu e lhe foi concedida sesmarias, entre o riacho olho d’água e o riacho da milharadas dos gentios, que confrontam com terras de Nicolau Mendes, Francisco Marques e Manoel do Vale. Cosme tinha um filho de nome Ignácio Pereira Boaventura e uma das pessoas que fez requerimento junto com ele era Ignácia Francisca Fernandes, e, ainda mais, o pai de Athanásio tinha no sobrenome Fernandes e Morais, tudo isso leva a hipótese de Gervásio ter sido sogro de Cosme, avô de Manoel Antônio Fernandes de Morais e bisavô do dito Athanásio. Se encontrássemos mais documentos, tipo inventário, essas dúvidas poderiam se resolver. Talvez, lá em Acari ou em Caicó haja mais informações.
No Centro, Severina Cláudia, minha avó, que nasceu na Fazenda Fechado, em Flores.


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Um pouco da história de Florânia/RN.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Notícias de Cosme de Abreu Maciel, lá de Flôres.

Por João Felipe da Trindade
jfhipotenusa@gmail.com
Sócio do IHGRN, do INRG
No Livro “Florânia”, editado pela Fundação José Augusto, como em vários sites na internet, Cosme de Abreu Maciel aparece como fundador de Florânia. Mas, há umas informações desencontradas nesses lugares, e, por isso, traga informações novas para todos, a bem da verdade.

Nos registros que consegui fotografar, encontrei, em um assentamento de praça, de 1806, um filho de Cosme. O nome desse filho que me foi possível ler, até por conta da qualidade do registro, era Ignácio Pereira de Boaventura, branco, casado, de idade de trinta e dois anos.

Nos livros de Sesmarias do Rio Grande do Norte, da Coleção Mossorense, encontro dois registros onde ele e outras pessoas fazem requerimentos de terras. Esses documentos já são transcrições e, por isso, algumas vezes confusos. O primeiro data de 1754, e os requerentes são Cosme de Abreu Maciel, sua filha Jennaria (?) Gomes de Abreu e Gregório Carvalho de Deus, moradores na Ribeira do Seridó, sendo que o dito Cosme se diz proprietário de um sítio chamado Passaribú, há mais de onze anos, tendo lá, currais de gado e casas, nas proximidades das terras requeridas. O segundo requerimento data de 1756 e os requerentes são Cosme de Abreu Maciel e Ignácia Francisca Fernandes, no lugar Patacurá, que fica entre o dito Patacurá, e o riacho Mosarita e Piriquito e o riacho da Luzia. Cosme, nesse novo requerimento se diz morador do lugar há mais de trinta e quatro anos. Nesse último documento, de 1756, aparecem citados nas proximidades das terras requeridas, o capitão Domingos da Silveira, Miguel de Abreu Maciel, e o padre José Freire, além do capitão Rimetro (?) da Cunha Bezerra.

No livro “Florânia” consta, ainda, que Cosme de Abreu Maciel era casado com Angélica Mamede Maciel, e, deste casal nasceram Athanásio Fernandes de Morais, Manoel Antonio Fernandes e Claudiana Fernandes de Morais. Diz mais que Manoel Antonio Fernandes casou pela região, mas foi embora, sendo desconhecido seu paradeiro; e Claudiana Fernandes de Morais faleceu solteira e Athanásio casou com uma paraibana de nome Izabel Maria de Souza, tendo o casal gerado 22 filhos, que são listados no dito livro.

Segundo um amigo genealogista, que andou pesquisando documentos de Florânia, há um equivoco com relação a Athanásio Fernandes de Moraes. Esse nosso amigo encontrou o seguinte registro de casamento de Athanásio que esclarece a sua filiação, onde ele, na verdade, era filho de Manoel Antonio Fernandes de Moraes. Segue o registro.

Aos oito dias do mês de setembro de mil oitocentos e quinze pelas onze horas da manhã nesta Matriz de Santa Anna do Seridó, tendo obtido dispensa de sanguinidade, corridos os banhos, precedendo confissão, comunhão sacramental e exame de doutrina cristã, em minha presença e das testemunhas Manoel Pereira Bolcont e José Lino de Moraes, casados, moradores nesta Freguesia, se receberam em matrimônio por palavras de presentes meus fregueses Athanásio Fernandes de Moraes, natural da mesma Freguesia, e Isabel Maria de Souza, natural da de Mamanguape, ele filho legítimo de Manoel Antônio de Moraes, já falecido, e Angélica Mamedes da Conceição, e ela filha legitima de Cipriano Rodrigues de Souza, também falecido, e de Joanna Francisca do Rego, e logo lhes dei as bênçãos nupciais de que para constar fiz este assento, que com as ditas testemunhas assino. O Vigário Francisco de Brito Guerra, Manoel Pereira Bolcont e José Lino de Morais.

Informa, mais ainda, o nosso genealogista, que Claudiana Gomes de Lima, irmã de Athanázio, também casou como escrito no registro a seguir.

Aos cinco dias do mês de setembro de mil oitocentos e dezesseis anos pelas sete horas e meia da manhã, nesta Matriz do Seridó, feitas as denunciações sem impedimento em minha presença, e das testemunhas Alexandre de Araújo Pereira, e Manoel Pereira da Silva Castro, casados moradores nesta Freguesia, se receberam em matrimônio por palavras de presentes José Luiz Barreto, filho legítimo de José Severo da Silva, e de Anna Maria de Meira, natural da Freguesia de Pombal, e Claudiana Gomes de Lima, filha legítima de Manoel Antônio Fernandes, já falecido, e de Angélica Mamede da Conceição, natural desta Freguesia, donde são moradores, e logo lhes dei as benções nupciais. De que tudo para constar  mandei fazer este acento em que com as ditas testemunhas me assinei. Vigário Ignácio Gonçalves de Mello, pro-pároco, Manoel Pereira da Silva Castro, Alexandre de Araújo Pereira.

Pelos dois documentos acima, Manoel Antonio aparece com dois sobrenomes, mas seu nome completo era Manoel Antonio Fernandes de Morais, como veremos abaixo, e que a Angélica, tão comentada nos livros e sites, era na verdade esposa do dito Manoel Antonio e não de Cosme.

Vejamos outro registro onde aparece mais uma irmã de Athanásio: Aos vinte e sete dias do mês de julho de mil oitocentos e doze anos,  pelas dez horas da manhã nesta Matriz do Seridó em minha presença e das testemunhas João Baptista Soares, e Bento Antonio Fernandes, moradores nesta Villa, tendo sido feito as denunciações sem impedimento, precedendo confissão, comunhão sacramental, exame de doutrina cristã, se receberam em matrimônio por palavras de presente José Gomes de Souza, e Anna Maria da Conceição, ele natural da Freguesia da Beira, Bispado do Porto,  donde justificou menor idade, filho legítimo de Bento Gomes, e Maria Josefa, e ela natural da freguesia da Sé, filha legitima de Manoel Antonio Fernandes de Morais, já falecido, e de Angélica Mamede da Conceição, moradores nesta Freguesia, e logo lhes dei as benções nupciais, de que para constar mandei fazer este assento, que assino. O vigário Francisco de Brito Guerra, João Baptista Soares e Bento Antonio Fernandes.

O genealogista que me passou as informações encontrou o óbito de Cosme. Segundo ele, o capitão Cosme de Abreu Maciel faleceu aos 23 de maio de 1790, com a idade de 86 anos, pouco mais ou menos. Na certidão de óbito constava com sendo sua esposa Maria Tereza de Jesus.

Meu interesse por Flrânia vem do fato de meu bisavô Alexandre Garcia da Cruz tem vindo de lá,


Alexandre Garcia da Cruz, meu  bisavô