terça-feira, 28 de abril de 2015

HISTORIADOR CAICOENSE LANÇOU LIVRO SOBRE MONSENHOR WALFREDO GURGEL

Após o lançamento do livro, Adauto promoveu a sessão de autógrafos
Após o lançamento do livro, Adauto promoveu a sessão de autógrafos
O professor e historiador caicoense Adauto Guerra lançou neste sábado (25), às 20h, o livro “Monsenhor Walfredo Dantas Gurgel”, em memória deste personagem histórico que, como define o autor, “marcou sua presença em todo o estado”, especialmente no Seridó, “e que deixou na nossa história memórias inapagáveis”.
O evento no prédio da antiga prefeitura de Caicó contou com a presença de lideranças políticas, sociais e religiosas, educadores, familiares do sacerdote homenageado e interessados pela história local. “Monsenhor Walfredo é um exemplo de vida, dignidade e respeitabilidade, que conseguiu unir todas essas qualidades inerentes aos grandes homens”, disse o professor Francisco Garcia, que foi convidado a apresentar a obra aos convidados.
No campo político, Walfredo Gurgel (1908/1971) foi eleito vice-governador do Rio Grande do Norte na chapa de Aluizio Alves, em 1960, cargo ao qual renunciou após ser eleito senador em 1962. Em 1963 venceu a disputa pelo governo potiguar, última disputa pelo voto direto até 1982. “A grande importância do livro é levar as pessoas a se espelharem nele. Monsenhor foi ícone em áreas como sacerdote, político, poeta e educador. Por isso, é importante conhece-lo”, destacou Adauto Guerra.

terça-feira, 28 de abril de 2015

São Romão no século XIX


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Há muitos desencontros nas informações dessa localidade, que hoje recebe o nome de Fernando Pedroza. No próprio site da Prefeitura, encontramos a seguinte informação: Vila de São Romão era assim chamada devido a uma antiga moradora por nome Crináuria que doou a imagem de São Romão para a 1ª capela, que fica ao lado da estação ferroviária, que hoje funciona como armazém. Outros disparates aparecem em vários textos sobre Fernando Pedroza.

 Por isso, resolvi escrever algumas linhas sobre São Romão, usando principalmente registros da Igreja do século XIX. Meu interesse por São Romão vem do fato de alguns ascendentes meus terem vivido por lá.

Manoel Ferreira Nobre, em suas “Breves Notícias Sobre a Província do Rio Grande do Norte, não menciona São Romão, mesmo escrevendo sobre Angicos; Nestor dos Santos Lima quando escreveu, sobre o esse mesmo município, disse o que se segue sobre São Romão: novo e florescente povoado, a 10 km da Vila, sobre a estrada de Lages-Angicos, fica à margem direita do Rio de Angicos, tem grande número de casas e uma capela, recentemente construída e dedicada a São Romão. Tem escola rudimentar (1925) e feira semanal. Mais adiante, quando tratou da Fazenda São Romão, informou como pertencente a Joaquim Firmino Filho. Fala também sobre um serrote de mesmo nome.

Aluízio Alves, em “Angicos”, fala sobre o distrito de  Fernando Pedroza, a partir da construção da estrada de rodagem Lages-Santana do Matos: São Româo era, a esse tempo, uma extensa mata, propriedade de vários agricultores, entre os quais Fernando Pedroza, Joaquim Firmino e Miguel Trindade.

Minha avó, Maria Josefina Martins Ferreira, por exemplo, embora tenha nascido na Fazenda Cacimbas do Vianna, hoje localizada em Porto do Mangue, foi batizada em São Romão, como podemos ver do registro a seguir: Maria, filha legitima de Francisco Martins Ferreira, e Francisca de Paula Martins Ferreira, moradores nesta Freguesia, nasceu aos quatro de dezembro de mil oitocentos e setenta, e foi por mim solenemente batizada, no sítio São Romão, desta mesma Freguesia, aos 10 de agosto de mil oitocentos e setenta e um; foram padrinhos, o major José Martins Ferreira (avô paterno da batizada), por seu procurador Vicente Ferreira Xavier da Cruz, e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira; Vigário Felis Alves de Souza. Dona Crináuria, citada acima, minha tia, era filha de Miguel Francisco da Trindade e Maria Josefina Martins Ferreira. Foi casada com Joaquim Firmino de Deus Gonçalves Filho.

Minha bisavó, Francisca de Paula Maria de Carvalho (nome de solteira), também foi batizada na mesma localidade da filha: Francisca, branca, filha legítima de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, nasceu aos 13 de fevereiro de 1848, e foi batizada, no Sítio São Romão, aos 30 de março do mesmo ano, pelo Reverendo Felis Alves de Sousa, sendo padrinhos João Luis da Rocha, solteiro, e Izabel Francisca de Sousa, viúva, do que para constar mandei fazer este assento, em que me assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos.

Minha tia bisavó, Maria Ignácia Teixeira do Carmo (nome de solteira), também foi batizada em São Romão, como podemos ver do registro a seguir: Maria, branca, filha legítima de Vicente Ferreira (Xavier) da Cruz, e de sua mulher Maria Ignácia Rosalinda (Brasileira), naturais e moradores neste lugar, nasceu a 28 de fevereiro de 1846, e foi por mim solenemente batizada, no Sítio São Romão, a 17 de junho de mesmo ano, sendo eu mesmo padrinho, digo = Procuração que dei a José Thomas Pereira, e Rita Teixeira da Conceição; do que para constar, faço este assento, em que assino. Felis Alves de Sousa, Vigário Colado de Angicos. Maria Ignácia, quando casou com José Francisco Alves de Souza, passou a se assinar como Maria Ignácia Alves de Souza. Era a mãe do capitão J. da Penha, de José Anselmo e de Maria das Neves, esposa do jornalista Pedro Avelino.

A maioria dos registros que encontro da época, em São Romão, está ligado ao meu trisavô Vicente Ferreira Xavier da Cruz, e, por isso acredito que ele era o proprietário da Fazenda ou Sítio São Romão. Vejamos mais um registro de filho de Vicente: Manoel, branco, filho legítimo de Vicente Ferreira Xavier da Cruz e de sua mulher Maria Ignácia Rosalinda Brasileira, nasceu aos 21 de novembro de 1850, e foi por mim solenemente batizado, no Sítio São Romão, desta Freguesia, aos 10 de dezembro do mesmo ano, sendo padrinhos Nossa Senhora da Conceição e Hermenegildo Pinheiro de Vasconcellos, branco, casado, do que para constar fiz este assento, em que assino. Felis Alves de Sousa; Pouco tempo depois, Manoel, em 27 de janeiro de 1851, foi sepultado, tinha pouco mais 2 meses. No registro consta que seus pais eram moradores da Fazenda São Romão.

O registro mais antigo da Freguesia de Angicos, de um sacramento em São Romão, foi do casamento de Ignez, escrava de Vicente Ferreira Xavier da Cruz, com Manoel Antonio, no dia 30 de outubro de 1844, na presença de Joaquim Ignácio Pereira e João Luis da Rocha.

Aos dez de outubro de 1872, quem casava no Sítio São Romão, com dispensa de afinidade ilícita, e na presença de Francisco Martins Ferreira e Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, era Marcolino de Freitas Gogó, com Vicência Maria da Conceição, ele do Assú e filho de Alexandre Nogueira da Silva e Ana Maria da Conceição, falecidos, e ela de São José de Angicos, e filha de José Teixeira Branquinho e Generosa Maria da Conceição. Essas testemunhas estavam ligadas ao meu trisavô Vicente Ferreira Xavier da Cruz: o tenente-cirurgião Francisco Martins Ferreira, meu bisavô, era genro dele, e Cosme Teixeira Xavier de Carvalho, meu tio bisavô, era filho.

Quando José da Penha falou: “Tabuleiros, onde minha infância perseguiu borboletas. O meu coração tem a dureza daquelas pedras. E com este rochedo de carne, hei de esmagar a oligarquia dominante”, talvez estivesse falando daquelas pedras que circundam São Romão, terra de sua mãe, Dona Maria Ignácia Alves de Souza.

Ass. de Vicente Ferreira Xavier da Cruz

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Um vialejo soprado pela inocência varonil

Por João Bosco de Araújo
Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com

Sair assoprando àquela gaita foi uma alegria fascinante, uma experiência ainda não vivida. A não ser em sonho. “Ei, ei, menino, traga isso de volta”. Eu já estava perto de dobrar a esquina da bodega de Abraão, no cruzamento da Seridó com a Augusto Monteiro. O grito do vendedor ambulante não me alcançava, esforço que ele fez saindo ligeiro de seu ponto comercial, em frente ao consultório dentário de Dr. José Dantas, perto do açougue.

O som mágico extraído do pequeno instrumento me deixava flutuando em imaginações, só percebendo sua presença ao ser segurado pelo braço: “Garoto, me devolva esse vialejo”, repetia com voz áspera,  surpresa que me constrangia e me embaraçava, ainda entrelaçado pelo som do instrumento na boca.

Sem negócio, ele retorna empunhando a gaitinha que sumiu em sua mão. Eu sigo no caminho de casa, pertinho dali, sem compreender àquela cena inusitada, do impulso imediato de pegar aquele vialejo dentro do balaio e sair, livremente, a tocar, naquele dia de feira livre em Caicó.

O preço foi a decepção de perder a liberdade daquela conquista e saber que aquilo tudo tinha um valor a pagar; além da norma mercadológica, inocência estampada ao pegar o vialejo e sair tocando, em alto som, rua afora, para espanto daquele pobre comerciante de bugigangas.

Santa inocência, justiça seja feita, mas aqueles poucos segundos de instrumentação executados no pequenino vialejo foram de muita felicidade, sensação de puro êxtase musical.

Quer apostar?

©2015 www.AssessoRN.com | Jornalista Bosco Araújo


Vídeo com Bernardo Prata:

quinta-feira, 23 de abril de 2015

quarta-feira, 22 de abril de 2015

José Gomes Camello e Elena da Paixão


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Nem todos os registros do passado são confiáveis. Vários deles contêm erros de transcrição. Alguns assentos da Igreja eram baseados em termos que vinham dos padres que celebravam as cerimônias. Estes já continham erros e aqueles transcritos, mais equívocos ainda. Em cada registro de um filho de determinado casal, encontramos informações diferentes. Nos registros referentes ao nosso personagem de hoje, José Gomes Camello, encontramos informações diferentes sobre sua naturalidade ou sobre a legitimidade de sua filiação. Vamos começar, inicialmente, com o casamento de José e Elena.

Aos nove de junho de 1766 anos, na capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiahi, filial desta Matriz, corridos os banhos nesta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, naturalidade da nubente, e na Capela do dito Jundiahy, (ilegível) da naturalidade por parte do nubente, de licença minha, se casaram, pelas três horas da tarde, Joseph Gomes Camello, natural da Cidade de Olinda, filho ilegítimo de João Gomes Camello, e de Cosma de Olanda, já defuntos, naturais da mesma Freguesia, com Elena da Paixão, e Souza, natural desta Freguesia, filha legítima de Theodósio de Mendonça Luna, e de sua mulher Joanna Gomes de Oliveira, todos naturais desta Freguesia, na presença de Reverendo Padre Joseph Rodrigues Ferreira, e logo lhes deu as bênçãos nupciais, conforme os Ritos da Sagrada Igreja, sendo presentes por testemunhas que na certidão vieram assinadas, e que fica em meu poder, o tenente Bartholomeu Peres de Gusmão, e Manoel Carvalho de Paiva, do que mandei fazer este termo pelo Reverendo Padre Coadjutor João Tavares da Fonseca, por me achar enfermo, pelo teor do dito assento, em que por verdade me assino. Pantaleão da Costa de Araújo, Vigário do Rio Grande.

O primeiro filho do casal acima foi Manoel, que nasceu em 1 de novembro de 1767 e foi batizado aos 21 de dezembro do mesmo ano, na Capela de São Gonçalo do Potigi, tendo como padrinhos José Gomes de Mendonça e Maria José da Conceição, mulher de João da Silva. Nesse documento, José Gomes aparece como exposto e natural da Freguesia de  Nossa Senhora do Rosário da Várzea, e os avós paternos não são citados. Em um assentamento de praça, encontro que: Manoel dos Santos Camello, pardo, solteiro, morador no Ferreiro Torto, de idade de vinte e oito anos, filho legítimo de José Gomes Camello, senta praça, por ordem do governador interino, e intervenção do Doutor Vedor Geral, em 27 de dezembro de 1788. Mais adiante, encontro registros de filhos de Manoel dos Santos Camelo, com sua mulher Francisca da Conceição, moradores da Mangabeira, já nos anos de 1800.

Em 5 de julho de 1769, era batizado Floriano, na Capela de Jundiahy, tendo como padrinhos o capitão Francisco Costa Teixeira e sua filha Josefa, não disseram o dia do nascimento, nem os nomes dos avós paternos.

Em 20 de dezembro de 1771 nascia Domiciano, mesmo nome do avô. Seu batizado foi no dia 17 de janeiro de 1772, na Capela de Jundiahy, e teve com padrinhos o capitão Francisco da Costa Teixeira e sua filha Dona Francisca Bezerra.

Francisco nasceu aos 14 de janeiro de 1774, e foi batizado aos 5 de fevereiro do mesmo ano, na Matriz, tendo como padrinhos Theodósio de Mendonça e a filha Leocádia. Sua naturalidade é dada como sendo a Cidade de Olinda.

Miguel nasceu aos 11 de outubro de 1874, e foi batizado, não diz em qual Igreja,  aos 13 de novembro do mesmo ano, sendo padrinhos o alferes Domingos João Campos, e dona Maria Joanna, filha de Bartholomeu Peres. Nesse batismo José e seus pais são dados como naturais de Apipucos, em Pernambuco.

Bonifácia nasceu aos 4 de janeiro de 1781 e foi batizada, em São Gonçalo,  aos 11 de fevereiro do mesmo ano, tendo como padrinhos o capitão Francisco da Costa Jr., solteiro, e Anna Rosa, filha de Thomé de Sousa.

Elias nasceu aos 26 de novembro de 1784, na Capela da Senhora de Santa Anna do Ferreiro Torto, tendo como padrinhos o tenente-general José da Costa, filho do coronel Francisco da Costa de Vasconcellos, e Josefa Maria. Não é citado o dia do batismo.

José foi batizado aos 20 de junho de 1886, na Capela da Senhora de Santa Anna do Ferreiro Torto, tendo como padrinhos José Fernandes, filho de Nicácio Sousa, e Anna Antonia, mulher do dito Nicácio. Nesse batismo José Gomes Camello é dado como natural do Recife, filho de João Gomes Camello e Luisa Cavalgante.

Maria Angélica da Conceição, filha de José Gomes Camello e Elena da Paixão, casou com Luiz Gonzaga de Freitas, natural da Freguesia de São Pedro Gonçalves do Recife, filho legítimo de José Gomes Pinheiro e sua mulher Josefa da Paz de Freitas, aos 18 de maio de 1803, na Matriz, na presença do Padre Simão Judas Tadeu, e tendo como testemunhas, o  sacristão Gonçalo José Dornelles e o tenente Alexandre de Mello Pinto.

Agora, o registro de um neto do casal, José e Elena: Pedro, branco, filho de João Gomes de Oliveira e de Rita Francisca Tavares, nascido em 31 de março de 1798, foi batizado na Capela de Santa Anna do Engenho Ferreiro do Torto, em 22 de abril do mesmo ano, neto paterno de José Gomes Camello e de Elena da Paixão, e pela materna de João Cardoso e Anna Tavares. Foram padrinhos Balthazar de Souza e sua esposa Joanna Batista. Sua naturalidade é dada como da Freguesia da Sé.

Theodósio de Mendonça Luna, pai de Elena, era filho natural de Domiciano da Gama Luna e de Francisca da Costa, e casou, em 1 de setembro de 1739, na Matriz, com Joanna Gomes de Oliveira, que era filha de David Rodrigues de Oliveira e Narcisa Gomes da Costa. Domiciano era filho de Francisco da Gama Luna e de Paula Barbosa. José Barbosa de Sousa, irmão de Domiciano, foi casado com Maria de Oliveira e Mello, filha de Francisco de Oliveira e Mello e de Leonor de Mello e Albuquerque. Em 1710, Francisco da Gama foi padrinho de um filho de Manoel da Costa Bandeira. Suspeito que Francisco da Gama Luna era filho de Antonio da Gama Luna e Maria Borges.
 
David Rodrigues de Oliveira e sua mulher Narcisa Gomes faleceram no mesmo ano de 1771, ele com cerca de 80 anos, e ela com mais de 70 anos. Entre os irmãos de Joana Gomes de Oliveira, encontramos, através de assentamentos de praça, Antonio Rodrigues Sepúlvida, Eugenio Gomes Sepúlvida e Agostinho Rodrigues Gomes. Antonio Rodrigues Sepúlvida foi casado com Thereza Antonia de Jesus, filha de Maria José de Mello, segundo o batismo de David, filho do casal. Uma irmã de Joana, de nome Thereza Maria, foi casada com João da Cruz, filho de João Lins da Silva e Leonor Lins da Silva, todos de Olinda. No registro do filho Felis, consta que David Rodrigues de Oliveira (também Sepúlvida), era natural de Igarassú.

Não encontrei irmãos de José Gomes, mas de Elena da Paixão, sim: Francisco Gomes de Mendonça que era casado dom Ignácia Gomes da Anunciação, filha de Nicácio Gonçalves e Joanna Francisca Gomes (Tracunhaém); Maria Gomes, casada com Bernardo Gonçalves, também filho de Nicácio e Joanna; José Rodrigues Gomes, que casou com Joanna Francisca, filha de Nicácio Gonçalves e Joana Francisca; Manoel da Costa de Mendonça, que casou com Maria Felipa, filha de Agostinho Cardoso Batalha e de Thereza de Jesus. Ainda, em 29 de junho de 1754, nascia Joana, filha Theodósio e Joanna Gomes.
Domiciano Gama Luna

quarta-feira, 15 de abril de 2015

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Nasa prevê descoberta de vida alienígena até 2025

Fonte: BBC de Londres.
  • 9 abril 2015
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Crédito: Science Photo Library
Existe vida além da Terra? Cientistas da Nasa acreditam que encontrarão sinais dela em dez anos
Existe vida fora da Terra? Aparentemente sim, e poderíamos descobrir sua existência na próxima década. Segundo a cientista-chefe da Nasa, Ellen Stofan, teremos registros de alienígenas que vivem em outros planetas até 2025.
Stofan acredita que serão encontrados sinais de vida fora da Terra em até 10 anos, e provas definitivas disso em até 20 anos. "Nós sabemos onde procurar. Então sabemos como procurar", disse, em um debate transmitido na Nasa TV sobre a possibilidade de encontrar outros "mundos habitáveis".
"Na maiorida dos casos, nós temos a tecnologia e estamos no processo de implementá-la. Então acreditamos que estamos definitivamente no caminho certo para isso."

O que estamos procurando? E onde?

As primeiras descobertas de vida fora da Terra provavelmente estão mais perto do que imaginamos, mas não serão homenzinhos verdes em naves espaciais e, sim, alguma espécie de plâncton ou de alga.
Existe muita água no Sistema Solar. É quase certo que existam oceanos de água salgada sob as conchas geladas das luas de Júpiter, Europa e Ganymede, assim como na lua de Saturno, Enceladus.
A água é mantida líquida pela gravidade intensa dos planetas gigantes onde as luas orbitam, que os deforma e contribui para o aquecimento de seus núcleos.
Acredita-se que Enceladus tenha atividade vulcânica nas profundezas de seu oceano, o que manteria a água aquecida a uma temperatura de 93º.
Acredita-se que todas as três luas têm mais água em seus oceanos do que todos os oceanos da Terra juntos. Ainda não é possível saber se há vida lá, mas são ótimos lugares para começar a procurar.
E também há Marte, é claro. É quase certo que o planeta vermelho teve oceanos algum dia, e há evidências fotográficas sugerindo que ainda existe muita água escondida sob a superfície. Às vezes ela borbulha e forma rios temporários.
O rover Curiosity da Nasa – veículo destinado a explorar a superfície de Marte – recentemente descobriu "moléculas orgânicas que contêm carbono". Isso significaria "blocos de vida em construção". É deles que nós somos feitos.
No entanto, água e moléculas não significam vida.
Crédito: Nasa
Cientistas acreditam que luas de Júpiter e de Saturno podem ter ambientes propícios para a formação de vida

Confiança na descoberta

O próximo rover que será lançado com direção à Marte em 2020 irá buscar sinais de que pode ter existido vida no planeta.
A Nasa também tem como objetivo enviar astronautas para Marte em 2030, um passo que cientistas como Ellen Stofan acreditam que será "chave" para procurar sinais de vida, porque mesmo com câmeras ultratecnológicas, encontrar fósseis usando o veículo é muito difícil – às vezes é preciso procurar embaixo da pedra, não nela em si.
"Sou uma geóloga Eu saio a campo e abro rochas para procurar por fósseis", disse Stofan no painel.
"Isso é difícil de encontrar. Então eu acredito fortemente que será necessário, em algum momento, colocar humanos na superfície de Marte – geólogos, astrobiólogos, químicos – para buscar provas da existência de vida que eles possam trazer de volta para a Terra para cientistas analisarem."
Telescópio que será lançado em 2018 buscará sinais de vida
A Nasa também está planejando uma missão para a Europa, uma das luas de Júpiter, que deverá ser lançada em 2022.
O principal objetivo dessas missões,que custarão cerca de US$ 2,1 bilhões (R$ 6,4 bilhões), é estudar se a lua congelada tem potencial habitável e, ao fazer isso, procurar também sinais de vida nas nuvens de vapor de água que aparentemente irrompem do polo sul da Europa.
E a vida em torno de outras estrelas? O telescópio espacial James Webb, que será lançado em 2018 e custará US$ 8,8 bilhões (R$ 26,8 bilhões), é tão poderoso que pode analisar gases na atmosfera de planetas em volta de outras estrelas, buscando sinais de vida.
Arte mostra Curiosity rover em Marte | Foto: NASA
Missões a Marte pretendem explorar melhor a superfície do planeta em busca de resposta sobre a possibilidade de vida no planeta

quarta-feira, 8 de abril de 2015

As dúvidas do Dr. Pares

As dúvidas do Dr. Pares


quarta-feira, 8 de abril de 2015

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Recebi do Dr. Pares Ferreira Pompeu de Sousa Brasil, o seguinte e-mail: Caro Professor João Felipe da Trindade. Lí com especial interesse seu artigo sobre o testamento de D.Clara Joaquina escrito pelo Senador Thomaz Pompeu de Sousa Brasil. Causou-me grande surpresa o comentário sobre a avó do senador que seria Joanna de Melo, casada com o Cel. Antonio José de Sousa Oliveira, filho de Francisco de Sousa e Oliveira e Tecla Rodrigues Pinheiro.Em todos os trabalhos sobre o assunto sempre vejo como esposa de Antonio José a senhora Ana Teixeira de Melo. Gostaria de saber de seu estudo sobre o nome de Joana de Melo, com sobrenome muito parecido com o de Ana Teixeira de Melo, seriam filhas do mesmo casal?

Para resolver as dúvidas de Pares, enviei imagens do casamento de Antonio José com Joanna Ferreira, como também do batismo de Thomas de Aquino, filho desse casal, e pai do senador.

Pelo registro de casamento, Antonio José de Souza e Joanna Ferreira contraíram matrimônio, em 21 de maio de 1779, sendo ele filho de Francisco de Souza e de Tecla Rodrigues, e ela de Francisco Pinheiro Teixeira e Dona Bonifácia Antonia de Mello. Foram testemunhas o tenente e capitão-mor José Baptista Freire, solteiro, e Antonio Carneiro Gondim de Albuquerque.

O registro de batismo de Thomas de Aquino traz os nomes mais completos: Thomas, filho legítimo de Antonio José de Souza e Oliveira, e de Joanna Ferreira de Mello, neto pela parte paterna de Francisco de Souza e Oliveira, e de Tecla Rodrigues Pinheiro, pela materna de Francisco Pinheiro Teixeira e Dona Bonifácia Antonia de Mello, viúva, todos naturais desta Freguesia, nasceu aos sete de março de 1780, batizado pelo Vigário de Extremoz Francisco Nunes de Souza (o mesmo que casou Antonio e Joanna), na Matriz; foram padrinhos o Padre Bonifácio por procuração do Vigário desta Freguesia, Pantaleão da Costa de Araújo, e Bonifácia Antonia de Mello, aos 20 do mesmo mês e ano.

O nome Joanna Ferreira de Mello foi herdado da avó, mãe de Dona Bonifácia, que era casada com Estevão Velho de Mello. Dona Bonifácia faleceu aos 4 de fevereiro de 1807, com 80 anos. Pouco tempo depois, em 2 de abril de 1807, falecia o capitão Antonio José de Souza. Maria Joaquina de Souza, que nasceu em 1782, uma irmã de Thomas de Aquino, casou em 1804, com Estevão José Dantas, filho do coronel Miguel Ribeiro Dantas e de Antonia Xavier de Barros. Getrudes Tereza de Souza, outra irmã de Thomas de Aquino, foi casada com o primo, Antonio Bezerra Cavalcante, filho de João Cavalcante Bezerra, natural de Olinda, e de sua segunda esposa, Getrudes Tereza Ignácia de Oliveira. Esta Getrudes era irmã de Antonio José de Souza e Oliveira.

Escreveu depois Pares: consta no diário do senador Pompeu que seu pai Thomaz de Aquino faleceu, se não me engano em Guaraciaba do Norte-Ce em 23 de novembro de 1839. Saberia algo mais sobre Francisco de Sousa Oliveira, pai de Antonio Jose de Sousa e Oliveira que alguns colocam ainda o Catunda como último sobrenome.

Em seguida, encaminhei para Pares a imagem do casamento de Francisco de Sousa e Oliveira, que transcrevo para cá: Aos dezessete de janeiro de mil setecentos e trinta e cinco anos, na capela do Senhor Santo Antonio do Potegy, desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações nesta Matriz, e na dita Capela, e na do Senhor São Gonçalo, lugares próximos aonde são moradores os contraentes, e na Matriz de Nossa Senhora do Rosário de Jaguaribe, onde foi morador o contraente, sem se descobrir impedimento, sendo presentes por testemunhas o coronel João Pereira de Veras, casado, o capitão Theodósio da Rocha, viúvo, Dona Theodósia da Rocha, filha do dito, e Paula Barbosa, dona viúva, pessoas todas conhecidas, e moradores desta dita Freguesia, de licença minha, o padre Miguel Pinheiro Teixeira assistiu ao matrimônio que entre si contraíram o tenente Francisco de Sousa de Oliveira, morador que foi na Ribeira do Jaguaribe, viúvo, que ficou da defunta Izabel da Costa, filho legítimo do capitão Felis de Souza e de sua mulher Antonia Leite de Oliveira, já defuntos, e Tecla Pinheiro de Barros, filha legítima de Francisco Pinheiro Teixeira e de sua mulher Maria de Barros da Conceição, natural desta Freguesia e nela todos moradores, e lhes deu as bênçãos, guardando-se em tudo a forma do Sagrado Concílio Tridentino, e pelo assento que veio do dito Padre, mandei fazer este assento em que por verdade assinei. Manoel Correa Gomes.

Valéria Ferreira, uma filha do tenente Francisco de Souza e de Tecla, casou com Antonio Teixeira Coelho, filho do português Antonio Teixeira Coelho e de Ignácia de Abreu. Em 1765, nasceu Mariana filha desse casal, que teve como padrinhos o tenente Francisco Pinheiro Teixeira, casado, e Antonio José de Sousa, solteiro. O padre Pantaleão reclamou do fato de serem padrinhos duas pessoas de mesmo sexo o que contrariava o disposto nos Concílios e Constituição.

Vamos encontrar Felis de Sousa, o pai de Francisco, em 1692, como padrinho de Antonia, filha do capitão Manoel da Costa Bandeira e de Anna Gomes da Costa, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

Em 14 de julho de 1697, Felis de Souza e sua esposa Antonia Leite batizaram o filho Felis, tendo como padrinhos João de Souza Pereira Catunda e Antonia Ferreira; em 16 de maio, batizaram, na Capela Santo Antonio do Potengi, João, sendo padrinhos o padre Francisco Bezerra de Góis e D. Margarida da Rocha, filha do capitão Theodósio da Rocha; em 22 de agosto, na mesma capela, batizaram Pascácio, sendo padrinhos Francisco Barbosa e Joanna de Freitas, filha do capitão João da Costa de Almeida.

Esse João Pereira de Souza Catunda, em 14 de dezembro de 1692, foi padrinho, junto com Dona Antonia Leite de Oliveira, de Lautério, escravinho de Jerônimo Cesar e Águeda de Albuquerque; em 1697, foi padrinho de Maria, filha de Paschoal de Freitas Costa e Anna Gomes de Almeida.
Thomas de Aquino, pai do senador Pompeu, era primo legítimo de Frei Miguelinho.
Jazigo de Thomaz Pompeu de Souza Brasil