sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Município do Seridó abriga a partir desta quinta-feira (16) uma mostra sobre a história e cultura do Rio Grande do Norte, inspirada na obra do escritor Luís Câmara Cascudo.

A exposição Descobrindo o Rio Grande do Norte com Luís da Câmara Cascudo estará aberta ao público seridoense, de segunda à sexta, das 8h às 16h30, no Centro de Educação José Augusto-Ceja.

A exposição exibe peças que revelam detalhes da linha do tempo do Estado e seu contexto no Brasil e no mundo, com destaque também para aspectos fundamentais da cultura seridoense.

Haverá uma recepção onde estão instalados textos sobre a história da região, com ênfase em canções alusivas a região e na exibição de figuras rupestres.

Para ilustrar a mostra foi produzido um catálogo especial com 46 páginas com ilustrações, informações sobre a vida social, o folclore, a formação étnica, entre outros temas relativos ao Rio Grande do Norte.

CÂMARA CASCUDO E A HISTÓRIA POTIGUAR DESDE A CHEGADA DOS PORTUGUESES

Recortes da obra literária do etnógrafo conduzem o passeio pela história, desde a chegada dos portugueses.

A tradição indígena, a invasão holandesa, a fundação de Natal e seu desenvolvimento, o papel da capital norte-rio-grandense na 2ª Guerra Mundial, até o panorama atual.

A mostra toma como base o livro História da Cidade do Natal, do autor potiguar.

A iniciativa consiste em um passeio entre corredores históricos e galerias do Memorial, guiado pelo próprio Câmara Cascudo, através de recortes da sua obra literária.

Composta por grandes painéis, bonecos em tamanho real de personagens ilustres e heróis potiguares, artefatos, livros, miniaturas, além de uma diversidade de objetos museológicos, a Mostra também traz painéis com textos de Câmara Cascudo, mapas, cartas náuticas, pinturas, fotografias.

Tudo para despertar no visitante o interesse e valorização pela história potiguar e pela obra de Cascudo.

A exposição é promovida pelo Governo do Estado, através da Fundação José Augusto. Visitas de escolas e entidades podem ser marcadas pelo telefone 3417 1715. [Agenda Substantivo Plural]
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Tomislav relembra seu amigo Assis Amorim.



O tempo e o espaço dos amigos
Tomislav R. Femenick – Historiador

Algumas ocorrências recentes provocaram em mim sentimentos daquilo que antigamente se costuma chamar de “emoção existencialista”. Explico. Essa atitude se caracteriza pela mistura do conceito do mundo real com especulações sobre a busca da racionalidade, por meio de um conceito abstrato da existência. Não, não é nada filosófico e chato. No meu dia-a-dia “pão-pão, queijo-queijo” não há espaço para Kierkegaard, Heidegger, Sartre, Espinosa, Descartes e Leibniz. Isso eu deixo para os momentos de ócio absoluto, quando os pensamentos voam livres, desapegados da vida.
Foi assim que descobri algo que muitos outros já devem ter descoberto antes de mim: quando nascemos tem inicio um período em que pessoas, fatos e lembranças vão se agregando à nossa existência em uma velocidade e quantidade imensas. Pai, mãe, parentes, vizinhos, as brincadeira da infância, colegas da escola e do trabalho, as namoradas, as farras, as viagens, o que aprendemos nos estudos e pelo simples fato de viver. Alguns desses elementos permanecem vivos em nossa consciência, outros parecem desaparecer para inesperadamente reviverem, despertados por um incidente inesperado qualquer.
Em certa etapa da vida tem inicio um processo reverso. Começamos a perder lembranças de acontecimentos que no passado foram importante pera nós, nos distanciamos dos antigos vizinhos e colegas da escola e do trabalho e, o mais duro, começamos a perder para sempre parentes e amigos, ceifados pela inexorabilidade da morte.
Os últimos anos foram pródigos nessas perdas. Lá se foram minha mãe e minha tia Albinha, os últimos viventes de uma prole de vinte e um nascidos do casal José Rodrigues e de Dona Mariquinha, meus avós maternos. Da família de meu pai croata, nunca tive notícia a não ser de um primo, isso há quase sessenta anos. Perdi também vários amigos, entre eles Dorian Gray Caldas.
E agora recebo a notícia do falecimento de Assis Amorim. Esse um amigo especial. Tornamos-nos próximos nos encontros casuais havidos no coreto da Praça Antonio Joaquim, lá em Mossoró, quando discutíamos tudo, até o que não sabíamos nada de nada. Lá estava Assis e pontificar, com um vocabulário esmerado – depois descobrimos que ele se preparava para esses encontros e encaminhava a discussão para ai distribuir conhecimento. Pequenos pecados da juventude, mas que serviram para espalhar saberes.
Francisco de Assis Freitas Amorim (FAFA para os íntimos) era um ser com características variadas e peculiares. Idealizador e planejador de prédios sem ser arquiteto, construtor sem ser engenheiro, bancário do Banco do Nordeste – ocasião em que trabalhamos junto –, vereador, deputado estadual, economista, advogado e juiz. Acima de tudo era um ser de uma inteligência rara que só aqueles que desfrutaram de seu convívio podem aquilatar.
Lembro-me de uma série de conversa que uma vez tivemos. Nós, dois jovens inquietos intelectualmente, resolvemos entender a tal lei da relatividade de Einstein. Sempre empacávamos nos fatores “tempo” e “espaço”, os quais entendíamos como inseparáveis. Até que um dia resolvemos, por conta própria, separa-los e os projeta-los no curto e longo prazo. Isso sem ajuda de ninguém, nem do Padre Sátiro – nosso eterno professor e diretor –, pois éramos jovens e, como tal, autossuficientes. Trazendo nossa especulação para nosso terreno, resolvemos que “tempo” era uma questão de escolha pessoal e que o espaço era coisa de Deus. Simples assim. Como era bom ser jovens e descompromissados; compromisso só com nós mesmo.
Lamento bastante não ter me encontrado com Assis mais vezes nos últimos anos. Mesmo recentemente quando fui a Mossoró proferir palestra na UFERSA, na Universidade Estadual ou na Maçonaria não tive tempo de visita-lo. Agora me penitencio e vejo que desperdicei o meu tempo ao não encontra mais vezes o meu amigo e com ele jogar conversa fora.
Tribuna do Norte. Natal, 15.02.2017

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

HISTÓRIA

Fonte: dw.de

O alemão que mapeou o Brasil

Há dois séculos, Carl von Martius chegou ao país junto com a imperatriz Leopoldina. Partiu após três anos, deixando como legado um meticuloso levantamento da flora brasileira: o maior já realizado até hoje.
Ausstellung Carl Friedrich Philipp von Martius - Lithografie Brasilien (Moreira Salles Institut)
Von Martius retratou as paisagens em litografias, compiladas na obra "Flora brasiliensis", até hoje uma referência
Há 200 anos, Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) chegava ao Brasil como um dos integrantes da Missão Austríaca – que acompanhava a imperatriz Leopoldina por ocasião de seu casamento com dom Pedro 1º. A aventura do jovem botânico alemão, que percorreu mais de dez mil quilômetros por um Brasil inóspito, marcaria um dos mais importantes momentos para o conhecimento da flora nacional até então exótica e inatingível no imaginário mundial.
Carl Friedrich Philipp von Martius (public domain)
Von Martius ajudou a decifrar o Brasil
Durante os três anos em que passou no país (entre 1817 e 1820), Von Martius fez um meticuloso levantamento da flora brasileira – o maior já realizado. E a partir deste estudo, ele dividiu o Brasil em cinco biomas (Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Selva Amazônica e Pampas), uma divisão usada até hoje.
Para marcar a data, foi aberta no último fim de semana, no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio, a exposição "O mapa de Von Martius ou como escrever a história natural do Brasil". A exposição tem justamente como ponto de partida o mapa criado em 1858, em que o botânico propõe uma divisão regional para o país a partir dos biomas detalhados em sua expedição.
"Von Martius não foi o único a fazer uma proposta de regionalização do Brasil, mas teve essa visão de tentar compreender o território todo", explica a coordenadora de iconografia do IMS e curadora da exposição, Julia Kovensky. "Com o levantamento das plantas, ele visualizou esses grandes conjuntos, definiu biomas, e transferiu isso para uma divisão territorial do país."
Ausstellung Carl Friedrich Philipp von Martius - Lithografie Brasilien (Moreira Salles Institut )
Cachoeira do Rio São Francisco, chamada então de Paulo Afonso (c.1840)
Em companhia do zoólogo Johann Baptist von Spix, Von Martius fez expedições pelas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, colhendo e catalogando uma vasta quantidade de espécimes vegetais. Ele retratou as paisagens em litografias, compiladas na obra Flora brasiliensis (até hoje uma referência), reunindo 20 mil espécimes vegetais em 40 volumes. A exposição reúne 50 dessas paisagens, além do mapa.
"Estamos apresentando um pequeno conjunto de obras do primeiro volume da Flora brasiliensis, que são dedicados às paisagens brasileiras com as plantas inseridas", explica Julia. "São litografias com paisagens de diferentes regiões do Brasil, além do mapa com os biomas e algumas obras complementares."
Ausstellung Carl Friedrich Philipp von Martius - Lithografie Brasilien (Moreira Salles Institut )
As árvores que nasceram antes de Cristo na floresta às margens do Rio Amazonas (c.1840)
O mapa dá um pouco da dimensão da aventura de se lançar pelo interior do país naquela época, até a região da atual fronteira com a Colômbia, saga relatada pelo naturalista nos três volumes do livroReise in Brasilien ("Viagem pelo Brasil"), publicado entre 1823 e 1831. O trabalho vai além da questão da flora e retrata um país em transformação, que se tornara a capital do Império português poucos anos antes e se abria para o mundo.
 "Ele tinha um grande interesse por ciências naturais, mais especificamente por botânica", conta Júlia. "Mas, como muitos outros homens de sua época, tinha uma visão muito ampla e atuou em diferentes frentes."
De acordo com a historiadora Iris Kantor, da Universidade de São Paulo (USP), que também participou da curadoria da exposição, o levantamento feito por Von Martius produziu uma imagem do Brasil que até hoje está incorporada ao imaginário das elites. Para ela, analisar criticamente essa imagem é um desafio importante para compreender o país.
Ausstellung Carl Friedrich Philipp von Martius - Lithografie Brasilien (Moreira Salles Institut)
Floresta que sombreia as encostas das montanhas da Serra dos Órgãos, na Província do Rio de Janeiro (c.1840)
"Ele foi sem dúvida um dos pais fundadores da historiografia brasileira e de uma certa maneira de se fazer história", afirma Iris.
Em 1843, de Munique, Von Martius encaminhou uma proposta de como se deveria escrever a História do Brasil para um concurso organizado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Seu programa de estudos incluía, pela primeira vez, a incorporação da participação popular na grande narrativa sobre a formação da nacionalidade.
"Assim, além dos indígenas e dos portugueses, ele sugeria a inclusão das populações de origem africana", diz Iris. "Algo muito atual como, por exemplo, o estudo da história do tráfico negreiro e das feitorias portuguesas no continente africano. Ele também chamou a atenção para a necessidade de investigar os mitos e tradições indígenas, por meio da incorporação da documentação oral."
A exposição no IMS pode ser vista até 16 de abril.

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domingo, 5 de fevereiro de 2017

A freira do Convento Emáus, Iaponira Dantas Cortez, faleceu ontem, em Natal, vítima de complicações respiratórias , e foi sepultada na manhã de hoje, 5, no cemitério de Currais Novos, onde nasceu.
Iaponira pertencia a família pioneira da presença dos Pegado Cortez, oriunda de Arês/Goianinha/RN, na região do Seridó potiguar. Como freira, era conhecida por Irmã Maria Ambrosina. Trabalhou em Goiás e Brasília (Taguatinga) durante quase 50 anos, retornando ao RN após adoecer de um CA. Além de Everton, foram seus irmãos: Walter, Mauro, Olavo, Olivier, Iaponam ( pai de Cláudio e outros ), Euzébia e Nazaré. Segundo Iaris Cortez, filha de Everton e Genura, Iaponira era a filha caçula. Todas as três filhas de Joaquim Pegado Dantas Cortez/Guilhermina, tinham nomes compostos, como Maria Euzébia, Maria Nazaré e Maria Iaponira.

Na foto de 2002, no convento de  Emaús, em Parnamirim, vê-se Maria José Cortês Caldas, sua filha Galganny com filha Isabella, nos braços, e Irmã Maria Iaponira Dantas Cortês.Foto gentilmente enviada por Galganny, nossa sobrinha.


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Foto do casamento Eusébia Dantas Cortês- Zebinha, uma das irmãs de Iaponira. A maioria das moças são filhos de Everton Dantas Cortez e Alfredo Pegado Cortez.
À esquerda, Joaquim Pegado Cortez, conhecido como Tio Quincó, patriarca da família. Atrás do monsenhor Paulo Herôncio de Melo, vê-se Genura Ramalho Cortez, esposa de Everton, dentre outros familiares. Arquivo do blogue.

Dados extraídos do inventário de Maria Senhorinha Dantas Cortez-Marica Pegado, cujo inventariante foi Alfredo Dantas Pegado Cortez, pelo pesquisador Rodrigo Cortez.
  1. Joaquim Pegado Dantas Cortez (30/10/1881  03/05/1963casado em 27/02/1908 com Guilhermina Dantas Cortez (xx/xx/xxxx - 13/12/1973),(sitio Balas, Currais Novos)
    1. Ewerton Dantas Cortez cc Genura Ramalho Cortez
    2. Maria Euzebia Cortez de Souza cc Antônio Elias de Souza
    3. Olivier Dantas Cortez cc Izaura Morais Cortez
    4. Walter Dantas Cortez cc Marly de Melo Cortez
    5. Olavo Dantas Cortez cc Maria Anísia Gomes Cortez
    6. Mauro Dantas Cortez (irmão Ricardo)
    7. Maria Nazaré Cortez
    8. Maria Iaponira Dantas Cortez (irmã Maria Ambrosina)
    9. Iaponam Dantas Cortez cc Almira Tinoco Dantas