quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O almirante potiguar: Theotônio Coelho Cerqueira de Carvalho.

Almirante Theotônio Coelho Cerqueira de Carvalho
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
Ele nasceu aos dezenove de novembro de mil oitocentos e trinta e oito, e foi batizado aos treze de janeiro do ano seguinte, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação. Era filho de Theotônio Coelho Cerqueira, natural de Portugal, e D. Izabel Maria de Lacerda. Teve como padrinhos Simão Antonio Gonçalves e sua mulher D. Maria Quitéria da Purificação.
Parte de sua carreira encontrei nos antigos jornais, da Hemeroteca Nacional. No final de 1858, após prestar exames para Escola da Marinha, foi aprovado, iniciou em 1859 e concluiu no final de 1860, tornando-se apto para ser contratado como Guarda Marinha, tendo participado nessa condição, já no ano de 1861, na corveta Bahiana. Em 1864, como segundo tenente, foi promovido a 1º tenente por merecimento.
Em 1876, o Ministro da Marinha mandou louvar o 1º tenente Theotônio Coelho Cerqueira de Carvalho pela apresentação do manuscrito intitulado “Viagem de exploração ao Alto Paraná e Iguassú”, feito na Canhoneira Fernandes Vieira, de que era Comandante. Nessa viagem, uma canoa, que usava para fazer as explorações, virou, morrendo um homem e uma criança, escapando ele e mais cinco tripulantes, depois de lutar contra a correnteza das águas por mais de 25 minutos.
Em 23 de setembro de 1890, após participar da eleição como candidato ao senado pelo nosso estado, fez um agradecimento ao eleitorado independente do Estado do Rio Grande do Norte.
Escreveu o capitão de fragata: Elevado pela brilhante votação, com que sufragou o meu nome, no último pleito eleitoral, o povo do Rio Grande do Norte, meu berço natal, venho oferecer-lhe a expressão de meus sentimentos, assegurando-lhe profunda gratidão, e eterno devotamento de minha vida.
Desprotegido, embora, meu nome pelo bafejo oficial, nem por isto arrefeceu o honroso acolhimento com que me distinguiu o independente eleitorado do Rio Grande do Norte, circunstância especialíssima que mais obriga o abaixo assinado para com seus dignos conterrâneos.
Foi com orgulho, que muito me penhora, que soube de quanto apreço, e quanta consideração cercaram aí os fracos serviços que, com lealdade e nobreza, hei prestado ao país, e especialmente ao Rio Grande do Norte, a quem dediquei a alma, o coração, e o braço.
E esta justa compensação será abençoado incentivo para que, se possível é, se ative em mim, fulgure mais a centelha do amor pátrio, talismã sagrado que tem sido e será a estrela polar de todos os atos de minha vida.
Acompanhando o digno eleitorado, a quem sou reconhecido em extremo, penso corresponder a sua alta confiança, assegurando-lhe que, como ele, só conheço uma religião – a do dever – só conheço uma liberdade – a que conduz ao caminho da honra. Theotônio Coelho C. Carvalho.
Em 1890, foi nomeado para inspetor do Arsenal de Marinha do Estado do Pará, e nessa época era capitão de fragata e exercia o cargo de capitão do Porto desse mesmo Estado. Em 1891 foi nomeado para comandar a Flotilha Amazonas e, em 1893, para comandar o Cruzado Guanabara, já como capitão de mar e guerra. Em 1898, era nomeado para inspetor do Arsenal de Marinha de Mato Grosso. Assumiu o comando da Flotilha, em Mato Grosso, em 1900. Recebeu medalha de ouro, de mérito militar, em 1902. Em 1904 era nomeado para assumir o cargo de administrador da praticagem da Barra do Rio Grande do Sul, e comandar o vapor Jaguarão.
Nesse mesmo ano de 1904, faleceu no Município de São Gonçalo, Justa Coelho Cerqueira de Paiva, esposa de Luiz Ignácio Freire de Paiva, sogra do capitão José Coelho Pereira de Brito e irmã do capitão de mar e guerra Theotônio.
No ano de 1906 esteve em Natal, visitando parentes. Em 1909, o governador informa, em seu relatório, que a casa do almirante Theotônio Coelho Cerqueira de Carvalho foi desapropriada para adaptação do Palácio e residência dos governadores.
O Jornal do Brasil de 1904 anunciou: Questão de máxima importância para a Armada Nacional foi ontem resolvida pelo Supremo Federal. Tratava-se da interpretação de legalidade de promoção do capitão de mar e guerra Alexandrino Faria de Alencar. Os capitães de mar e guerra, Theotônio Coelho de Cerqueira de Carvalho, Miguel Antonio Pestana, José Ignácio Borges Machado e José Pedro Alves Barros, reclamaram contra a promoção a contra-almirante do capitão de mar e guerra Alexandrino de Alencar. Alegavam que não foi ouvido o Conselho Naval, e nem Alexandrino de Alencar tinha cumprido o tempo de 2 anos no cargo de capitão de mar e guerra. O Supremo Tribunal Federal negou a solicitação.
Segundo Adauto Câmara, Theotônio casou com Cecília de Carvalho Coelho, em Uruguaiana, RS, tendo desse casamento um filho, Joaquim de Carvalho Coelho Cerqueira, nascido em 1878. Casou em segundas núpcias com Eugênia de Gouveia Coelho de Cerqueira, de Areia, PB, filha do desembargador Epaminondas de Souza Gouveia, nascendo desse casamento Maria Eugenia, Horminda, Isabel. Tinha cinco irmãos: Rosa, Justa, Vulpiana, Maria Honorina e José Coelho de Cerqueira. Faleceu em 14 de fevereiro de 1930, no Rio de Janeiro.
Segundo o Diário Oficial da União, foi reformado compulsoriamente, em 21 de novembro de 1904, no posto e com o soldo de Vice-Almirante, e graduação de Almirante, com 48 anos, 10 meses e 27 dias de serviço, na idade limite de 62 anos. Informa Adauto, que a data de nascimento foi alterada para 19 de novembro de 1842, para entrar na Marinha.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Quem foi Laíre Rosado.


Lahyre Rosado

Posted by Lúcia Rocha

Por Lúcia Rocha
Publicado em 2002, na Gazeta do Oeste 


Lahyre Rosado


Laíre, Ilná, Lairson e Laete com os pais:Lahyre e Francisca

Francisca, Lahyre e Ilná

Lahyre já octagenário

              
                Entrevistar o doutor Lahyre Rosado, sempre foi um desejo, desde os tempos de estudante de jornalismo, em Natal, quando frequentava sua casa, no bairro Petrópolis, acompanhada da colega de turma e sua filha, Ilná, também advogada. Isso há uns quinze anos, quando entrei na UFRN. Homem sábio, que exerceu a medicina numa Mossoró que só tinha um médico, o doutor Almeida Castro.
        Algo me marcou nossas conversas. Já que ele praticara a medicina natural, uma vez quis tirar uma dúvida. Queria saber por que minha garganta doía quando comia melão. Do alto de sua sabedoria explicou que ‘quem tem problema de garganta ou osso, não pode comer melão’. Pronto! Resolvi dois problemas de uma vez. Nunca mais tive dor de garganta e curei uma bursite.
         Prometi que um dia o entrevistaria contando essas coisas. Acabei de fazê-lo agora, quando ele está lúcido com noventa e dois anos de idade, mas suas receitas infalíveis ficaram no fundo do baú de memórias.
         Reencontro doutor Jerônymo Lahyre de Mello Rosado e sua esposa, dona Francisca Gurgel Frota Rosado, de volta a Mossoró, ela enferma, após acidente durante assalto em Natal. Nossa entrevista vira uma conversa, onde ele conta que conheceu alguns presidentes da República, fala sobre clonagem humana, o desenvolvimento da cidade, conta que pertence a uma geração de cinco médicos: o avô, seu pai, ele, três filhos – Laíre, Laete e Lairson – além do neto, David, cirurgião vascular, com residência médica no Rio de Janeiro, exercendo a profissão em Natal. Fala de Mossoró como se ainda estivesse em Natal e, de vez em quando, solta: “Lá em Mossoró”.
          Define-se como um camarada que não sai de casa, que conversa pouco: “Nunca mais gostei de rádio. Acho que já passei da conta”, brinca.  Em Natal o neto Dave – lê-se Dêive – filho de Ilná, lia para o avô diariamente as notícias dos jornais e da Internet, além de bulas de remédios. Dave que fazia a ponte com o mundo exterior ficou em Natal. Mas morre de saudades do avô: “Diariamente eu o visitava e bom era ouvir os comentários dele após contar as notícias mais importantes do Brasil e do mundo. Cada vez que eu entrava no seu quarto ele perguntava logo as novidades. Era como numa novela e cada dia eu contava um novo capítulo”, conta Dave.  “Amo meu avô pelo que representa na minha vida. Sempre gostei de conversar com ele, uma pessoa íntegra, inteligente, culta e com uma visão muito ampla da vida. Torce sempre por mim e faz de cada vitória minha uma sua também. Ele mora no meu coração”, emociona-se o neto engenheiro.  
           Doutor Lahyre nasceu em 18 de setembro de 1910, é único filho homem do médico Jerônimo Rosado Filho e da professora Ilnah Sousa Mello Rosado. Seu pai era o primogênito de Jerônimo Rosado - seu Rosado - por quem foi criado após perder o pai prematuramente. Então, viveu em meio aos tios Dix-sept, Dix-huit, Vingt, Vingt-un, num tempo em que Mossoró era uma cidade pequena, pacata, carente de tudo: “Água, nem se fala, as ancoretas, as pipas... Seus problemas se resumiam a água e energia. Se tivesse isso, tudo estaria resolvido”, resume.  A Mossoró de hoje, ele lembra que desde criança ouve dizer que é a cidade que mais cresce no Nordeste: “Hoje eu digo, só faltava água e energia, aí disparou. Agora vem Medicina, já tem Agricultura  - Esam -  já tem a universidade – Uern. Pois é, Mossoró vai ser uma cidade grande. E pode ser até uma grande cidade, quem sabe? Depende dessa velocidade que ela vai. Tem também a Petrobrás...”, completa ele que morou uns tempos em Macau e outros em Catolé do Rocha: “Que eu me lembre, só”, ri.  Esqueceu Natal.  
           Calmo, culto, inteligente, fino, de educação polida, poliglota, vernáculo e bem humorado, doutor Lahyre conta que estudou farmácia “Pelas contingências do tempo”, na Faculdade de Farmácia do Recife, na década de 1930. Formou os três filhos homens médicos longe de Mossoró e, talvez por isso, ao iniciar o nosso papo ele foi logo soltando: “Mossoró vai ter faculdade de Medicina”. Faz uma pausa e depois completa: “Dona Sandra que puxou o cordão”, diz se referindo a nora, deputada estadual, Sandra Rosado, autora do projeto de lei que cria a Faculdade de Medicina de Mossoró, casada com seu filho mais conhecido, o deputado federal, doutor Laíre Rosado Filho.
           Doutor Lahyre sente-se satisfeito com os netos que concluíram curso superior e dos que estão cursando. O semblante muda. Um riso alegre de quem tem a certeza do dever cumprido. Lembra que formou todos os filhos com a ajuda de dona Francisca: “Se não fosse ela...”, diz pensativo.  “Sozinho eu não podia”, reconhece. “Mas minha filha com muita garra se formou e também os seus três filhos”, gaba-se.
                Ilná garante que o pai sempre esteve presente na educação dos filhos: “Embora mais a cargo de minha mãe, ele aconselhava sobre a vida, mas nunca impunha sua opinião. Durante o ano letivo se interessava pelos assuntos escolares dos filhos e estava sempre pronto a nos ajudar. Juntava durante o ano inteiro amostras grátis de remédios para distribuir nas férias em Tibau com pessoas carentes que faziam romaria para se receitar com ele”,  lembra a única filha mulher.
               Depois de trinta e oito anos residindo em Natal, doutor Lahyre  explica o retorno: “Voltei agora por uma emergência. Não tenho mais amigos aqui. Já se foram. A maior parte dos conhecidos e amigos já ‘viajou’. Então, tem a família”, comemora.  Diz que é um homem de poucos amigos: “Não era cheio de muitas amizades, não! Era meio cético, meio esquisito, mas tinha alguns amigos. Agora tem uma coisa na minha vida que acho muito importante. Nunca briguei com ninguém. Nem nunca ninguém se atreveu a brigar comigo. É uma coisa boa, limpa”, regozija-se.    
               Sabe que a rua onde morou durante muito tempo, a Bezerra Mendes, em frente ao Mercado Municipal, não tem mais casa: “Chamava-se Rua das Flores. Os vizinhos iam para a calçada conversar. Depois tudo virou comércio. Acabou-se”, reclama.
           Lamenta também as tragédias da família: perdeu o pai aos treze anos de idade; a mãe, aos dezessete; o sobrinho Carlos Augusto, falecido ainda criança, desidratado: “Tão gordinho, apliquei muita injeção na barriguinha dele. Mas não adiantava nada”, recorda. O acidente aéreo que ceifou a vida do tio e amigo de infância, o então Governador Dix-sept Rosado foi traumático para ele, pois eram bastante unidos. Um acidente automobilístico encerrou a vida do filho caçula Lairson, com quase trinta anos de idade; e mais recentemente o neto, Vingt Neto, com pouco mais de vinte anos.      
          Quando terminou a faculdade doutor Lahyre veio direto para a farmácia do tio Duodécimo Rosado, localizada à Rua Coronel Vicente Sabóia, onde atuou por trinta anos e guarda boas recordações desse tempo: “Eu era muito ocupado e nesse tempo a farmácia não tinha feriado. Abria até no dia de Santa Luzia. A procissão passava em frente a farmácia, o comércio todo fechado e a farmácia aberta. Quando a procissão apontava na rua o pessoal dizia: ‘Feche a porta!’. Quando passava diziam: ‘Abra a porta!’.  Ela ficava aberta até às 21 horas. Meu tio queria assim, né?” ,  graceja.         
           Nesse tempo Mossoró não tinha hospital, ambulatório, nada disso: “Tudo era resolvido na farmácia com medicamentos de manipulação. Só havia um médico em Mossoró, Almeida Castro”, conta. A doença mais comum era desinteria - diarréia - em criança. Depois surgiu a tuberculose, mas logo apareceu a cura: “A tuberculose era uma doença horrorosa. O doente sabia que a doença era grave, mas enquanto tomava a medicação, tinha uma esperança, pensava que seria curado, ficava mais alegre. Mas não tinha jeito”, lamenta.    
         Hoje ele ri da Aids. Porque é uma doença que não tem sintoma: “De vez em quando ouço: ‘Fulano é portador do vírus da Aids’. Eu pergunto: quais são os sintomas dessenegócio? Eu não sei. Não sei se os médicos têm uma idéia do que a Aids faz na gente. Porque ninguém sabe o que é. Eu estava conversando com meu filho Laete e falei que um dia poderia aparecer um remédio para curar o câncer. Ele disse: ‘Aí aparece outra doença pior’. Essa Aids tem muita propaganda alertando. Tem durado muito. Parece que é um enfraquecimento no organismo. Agora, de onde veio, não sei”, comenta.       
         Avesso a política conta: “Uma vez me empurraram e fui eleito vereador”, foi na década de 1930, durante um golpe de estado com Getúlio Vargas.  Mas o mandato foi cortado na metade. Não quis retornar depois.  Conheceu Getúlio Vargas quando este veio a Mossoró com seu guarda-costas, Gregório. Hospedaram-se na casa onde hoje reside a viúva do seu tio Dix-neuf. Esteve com Juscelino Kubitscheck e João Goulart num banquete oferecido na ACDP: “Depois teve o doido do Jânio Quadros, com aquele olhar vesgo”,  que em campanha eleitoral, participou de um comício numa noite chuvosa na cidade.                       
          Uma neta, Larissa, filha de Sandra e Laíre, acaba de ser eleita deputada estadual e ele comenta satisfeito: “A mãe dela é deputada agora noutro degrau. Doutor Laíre deixou. Daqui uns dias termina o mandato e estará desligado completamente”, acredita, sem saber dos planos do filho.   
          Sobre o presidente eleito Lula: “É um sujeito muito voluntarioso, persistente e preparado, também. É um camarada que tentou uma, duas, três e aí me lembro daquele ditado ‘água mole em pedra dura tanto bate até que fura’. Taí, Lula. Tem muita coisa esquisita. Ele não tem faculdade, mas dizem que tem certo preparo. Vai ficar muita gente desempregada... E vai empregar muita gente que está desempregada”, adverte.       
          Com problemas de osteoporose e na visão, doutor Lahyre não vê mais televisão, diz que enxerga pouco: “Tenho duas cataratas do Niágara”, brinca. “E a vista cada vez vai fechando. Eu peço a Deus que dê para eu enxergar ao menos dentro de casa até morrer. Não me aperreio, não! Se meu destino é esse... Ninguém sabe como vai morrer ou se fica sabendo de antemão”, brinca.  Lembra que viu entrevista de um geriatra na televisão dizendo que a média dos antigos romanos era de vinte anos de idade: “Tão pouquinho, não dá nem para tomar gosto. Aí perguntaram: ‘Com que idade o senhor acha que começamos a envelhecer?’ Ele respondeu: ‘Depois dos trinta estamos deixando a vida’. Eu aperreei meus netos dizendo: ‘Vocês já estão descendo’, diz soltando uma boa risada.  “Já estão descendo a escada. Ah! Ah! Ah!”, continua.
               Ele fala também sobre clonagem humana: “Mas já estão fazendo até gente”, solta uma grande risada e depois fica sério: “Ah! Meu Deus, eu não sei como ficou a história daquele italiano que fez uma ovelha, não sei o quê”, esquece. Informado que nesses dias foi anunciado o nascimento do primeiro bebê clonado: “Mas não come, não bebe. Não vai, não! Isso aí, não dá para fazer, não! Já achei muita coisa quando fizeram nascer de proveta. Junta o germe masculino, o feminino, bota na proveta, quando dá-se fé: a fecundação. Pega o óvulo e implanta de novo na mulher. O útero toma conta. Até aí vai. Tá bom! Está compreensivo. Mas esse negócio aí... Tanta peça que a gente tem, tanta coisa... não dá!”, comenta negando aceitar.
         Longe das notícias no mundo diz que de rádio ele gostava de ouvir música e notícias: “Mas não boto mais, não! Botei muito, li muito. Por toda vida. Ah! Ah! Ah! O rádio não tem imagem, mas tem mais notícia do que a própria televisão, não é? Mas me desinteressei”. Informado que na emissora de rádio de seu filho Laíre, a FM 93, tem um programa político diariamente, que conta  com a participação do filho e do neto, o jornalista Cid Augusto, ele gosta da informação e diz: “Não escutei nenhuma vez. Eu podia me acostumar a ouvir rádio de novo. Tem mais notícia. Não se vê imagem, mas tem muito mais notícias. Cid tem a vocação do bisavô materno dele, Jeremias da Escóssia, fundador de O Mossoroense, juntamente com meu bisavô materno, Alfredo de Sousa Mello, que era português.       
        Leitor voraz, diz que lia tudo, romance, policial e cita autores franceses: “Gostava demais de ler, viu? Uma leitura variada. Meu pai gostava muito também. Não fui empurrado para gostar, não! O que essa cabeça aqui já leu...”, fica pensativo: “Meus olhos já podem pedir licença”, se entrega.                                        Além de farmacêutico, doutor Lahyre também trabalhou como inspetor escolar federal durante trinta e cinco anos. Ainda guarda de recordação o título da nomeação. A partir de 1938 trabalhou no Ginásio Sagrado Coração de Maria, o famoso colégio das irmãs, quando ali funcionava somente o primário. Desse tempo uma ex-aluna, hoje setentona, tem boas recordações do rapaz educadíssimo, que só andava de paletó, gravata e um sapato que parecia de borracha, pois entrava na sala de aula sem ninguém perceber: “Ele não perturbava ninguém, era o rapaz mais bonito da cidade e as alunas avançadasfaziam comentários do tipo: ‘Esse homem é bonito demais. Quem dera poder dar um cheiro nele. Não tem namorada, né? Com quem será que ele vai se casar? Feliz a moça que se casar com um rapaz desses, pois tão fino e bonito...”, recorda.
         Doutor Lahyre acha graça porque Tibau se emancipou e hoje é cidade: “Tibau era um morro. Comecei a frequentar desde menino. Tibau eram umas casinhas de palha. E na beira da praia era bem   movimentada, tinha uns trapiches para estender as redes. Eu puxei muita rede...”, lembra.  O velho Rosado uma vez mandou até vaca para lá. Era muito complicado chegar ali, mas hoje tem todo um conforto”, encerrou o papo rindo porque nunca deu uma entrevista, essa foi a primeira da sua vida.
        Uma vez a filha Ilná, o entrevistou sobre Lampião em Mossoró. A entrevista foi publicada no O Mossoroense e depois na Coleção Mossoroense, em livreto, onde doutor Lahyre relata que cuidou da mãe doente, inclusive ficando com ela no sítio, munido de espingarda, quando o bando de Lampião entrou em Mossoró.   
  
 * Lahyre Rosado faleceu em Mossoró no dia 22 de agosto de 2003.

                

Angicos, antiga vila do rio Pata-chó.

1881, descrição de Angicos (II)

João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN e membro do IHGRN e do INRG
Vista a parte histórica, no artigo anterior, vejamos agora como foi descrita a Vila de Angicos nas suas outras partes, pela Câmara Municipal. Antes disso, um pequeno comentário sobre essa parte histórica. Alguns desses vereadores descendiam dos primeiros habitantes daquela Região de Angicos. Entretanto, não mencionam outros personagens que contribuíram para o nascimento de Angicos. O presidente da Câmara Manoel Fernandes da Rocha Bezerra que casou com minha tia-bisavó, Maria Xavier da Costa Torres, era neto de Balthazar da Rocha Bezerra, mas não fez menção que a Fazenda Angicos, antes de ser vendida ao tenente Antonio Lopes Viégas, pertenceu ao Coronel Miguel Barbalho Bezerra, como provou Aluízio Alves. O vereador, cadete José Avelino Martins Bezerra, tetraneto de João Barbosa da Costa, não contribuiu com nenhuma informação sobre seu tetravô, ascendente da maioria dos angicanos daquela época. Aliás, a História de cada município do Rio Grande do Norte precisa ser revista, pois ela é contada por pessoas que não se dedicaram ao exame mais detalhado dos documentos mais antigos. Para exemplificar, boa parte dos documentos do Assú, tanto dos cartórios como da Igreja, estão perdidos. Mais ainda, os que restaram continuam esquecidos e descuidados pelos seus responsáveis, que não se preocupam nem em digitalizá-los.

Topografia: Esta Vila está situada à margem esquerda do Rio Pata-chó (em vários documentos mais antigos da Província, tenho encontrado o nome do rio com sendo Pata-choca). Nome de antiga tribo de índios, que pararam por estes Sertões (vários autores contestam a passagem dos Pataxós, por aqui). A Vila ocupa a maior parte de um terreno plano e arenoso de 800 metros em quadro.

Conta-se duas pequenas ruas, largas e bem arejadas, e mais três alinhamentos de boas casas que formam o Adro da Matriz, bonito e decente edifício. Ao Nordeste confronte a mesma acha-se a cadeia pública ainda em obra, tendo boa sala livre, onde funciona a Câmara Municipal. Ao Sueste (Sudeste), no mesmo quadro está a Casa do Comércio, edificada ultimamente as expensas dos socorros públicos, que embora não concluída, de muito tem servido, não só para cômodo dos viajantes, como aos negociantes do lugar e seus subúrbios. Ao Levante, vê-se o alto e majestoso Pico do Cabugi, que semelhante ao antigo telégrafo nos anuncia as chuvas pelos cúmulos de nuvens em sua mais elevada extremidade, onde por singularidade, com dificuldade, foi colocado um poste com o respectivo para raio. Ao Leste Setentrião e Ocidente, observam-se diversos serrotes de granito que concorrem ao longe para formar-se da pequena Vila mais avultada ideia. Do centro da situação observam-se diversas casas de telhas, dos maiores Altos Monte Alegre, Favela, Espírito Santo, Coração de Jesus, e Fazenda Nova, propriedades e benfeitorias dos mais abastados do lugar. Finalmente ao Oeste, 100 metros das últimas casas, encontra-se o açude do Glorioso Senhor São José Padroeiro da Freguesia, edificado pelo Reverendo Ibiapina, nas Missões de 1862, obra atualmente em ruínas, que serve apenas para conservar a frescura do terreno, útil aos plantadores de vazantes.

População – Segundo o último recenseamento, consta a população livre de 5. 500 almas, e a escrava de 180. Desta população, apenas habitam a Vila, 300 almas, compreendidas 13 escravos.

Agricultura – Lavoura – Consiste na cultura de mandioca, algodão, milho, arroz, feijão melão e melancia, além de diversos legumes. Criação – A grande criação consiste de gado vacum, cavalar, lanígero, e cabrum. A pequena criação limita-se às aves domésticas.

Indústria Fabril – A indústria fabril é de pouca importância atualmente, consistindo apenas em pouca farinha de mandioca, obras de olaria, como sejam louças de barro, telhas e tijolo de alvenaria; há também tecidos grossos de algodão.

Comércio – A exportação é pouco e limita-se ao algodão e gado vacum; devida esta escassez aos efeitos da calamitosa seca de 1877 e 1879. A importação também é de nenhuma importância, limitando-se a pequena negociação de molhados e fazendas.

Instrução – Para a instrução primária há duas escolas, sendo uma do sexo masculino criada por Resolução Provincial no ano de 1833, e uma do sexo feminino criada por Lei Provincial nº 497, de 4 de maio de 1860.

Divisão eclesiástica – Pertence este Município à Diocese de Olinda, e contem uma só Paróquia denominada São José dos Angicos, a qual desmembrada da de Santana do Matos, foi criada por Resolução Provincial no ano de 1836; e tem sido administrada por três Vigários, sendo dois encomendados e um colado, os Reverendos Manoel Antonio dos Santos Morais Pereira Leitão, Manoel Januário Bezerra Cavalcanti, e Felis Alves de Sousa, pelo primeiro de 1836-1839, pelo segundo de 1839-1844; e pelo terceiro de 1844 até o presente.

Obras públicas – Paço da Câmara Municipal, a Casa do Comércio e o Cemitério.

Distâncias – Dista esta Vila da capital da Província de 42 léguas; as distâncias às Vilas e Cidades dos Municípios confinantes são as seguintes: à Vila de Santana do Matos, 8 léguas ao Sudeste; à cidade do Assú, 8 léguas ao Noroeste; à cidade de Macau, 14 léguas poucos graus abaixo do Norte.

Agora, duas sugestões: que nossas universidades e faculdades ajudem os municípios na reconstituição de suas verdadeiras histórias; que os municípios digitalizam os documentos antigos, ainda existentes em suas sedes. Educação é muita mais que prédios, merenda escolar, bolsas, e bibliotecas.

domingo, 10 de novembro de 2013

Toques de tambores, de emoções e da alegria das crianças.

Por João Bosco de Araújo
Jornalista  boscoaraujo@assessorn.com  
 
Foto arquivo Google/Escultura de Geicifran Assis Azevedo
Tem um dia na vida que ninguém espera e vem, de repente, àquela emoção! Foi o que me aconteceu na rua em que nasci e me criei como criança e na adolescência.
 
Sábado de manhã. Caicó, outubro, férias do trabalho, véspera de encerramento da Festa de Nossa Senhora do Rosário deste ano de 2013. O grupo dos Negros do Rosário saiu da igreja, formado por crianças, a menor de 5 anos, de estandarte nas mãos, e as maiores corriam e desciam, pisando levemente as pedras nuas da rua, ao som de tambores e, aqui e acolá, de aplausos de transeuntes admirados, numa coreografia espetacular, circulando sua majestade - o rei e a rainha - e toda a corte da tradição negra.
 
Fazer parte deste momento histórico foi uma experiência lúdica, com minha irmã Socorro realizando o sonho de ser Rainha da Irmandade do Rosário. Completando a “Corte Real”, meu irmão Gilberto, como Juiz, e eu, como Escrivão.
 
O outro momento estava por vir. Por mera coincidência, o trajeto do cortejo se desvia para passar na Rua Augusto Monteiro. Ninguém me avisara do inesperado itinerário. Também não esperava voltar no tempo, quarenta e mais anos atrás. Memórias representadas por brincadeiras de circo, bandinhas de lata, puro teatro de rua.
 
A corte negra seguia em frente. O homem assoprava sua pequena flauta ou pífano. Pequenos guerreiros seguravam suas lanças e em ritmo gigante pareciam sobrevoar como anjos sobre o calçamento quente da rua de minha memória.
 
Àquela mão se levanta, acenando da porta da casa. O dedo polegar levantado para cima, a se movimentar firmemente à mão fechada, sinalizando que me reconhecera. Nem uma palavra, apenas sorrisos. E nem precisava falar. Paulo Afonso, filho de Manoel Dantas, compartilhara de nossas brincadeiras no palco da nossa infância feliz. Emoção a tocar o semblante marcado pelo tempo.
 
Os tambores a retumbar, roncando e acelerando a energia dos Negros do Rosário, de 240 anos de tradição, paixão e fé nas ruas da nossa cidade.
 
©2013 www.AssessoRN.com | Jornalista Bosco Araújo

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Pinto Martins, piloto herói no Brasil.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Exupéry e Pinto Martins


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, membro do IHGRN e do INRG
Se Exupéry esteve aqui em Natal, não sei dizer, mas, com certeza, Natal não esteve nele, como se vê dos vários livros que escreveu, mesmo nossa cidade sendo parte estratégica da travessia aérea do Atlântico. Com vários colegas transitando por aqui, é estranho que nenhuma importância teve esta cidade para ele, nos seus escritos. Muitos estrangeiros que por aqui passaram ao longo dos anos da existência de Natal, quando escreveram, fizeram algum comentário, favorável ou desfavorável. Será que ele esteve aqui e ficou traumatizado por algum acontecimento?

O piloto Euclides Pinto Martins é considerado herói do primeiro raid aéreo Nova York - Rio de Janeiro, 1922/1923. Ele nasceu em Camocim, foi batizado em Macau, mas alguns dos seus irmãos nasceram aqui em Natal, depois que sua família veio para cá, por volta de 1900. Aqui, ele estudou, trabalhou e, foi aqui, também, que nasceu sua filha Céres. Vamos conhecer os registros, aqui encontrados, dos seus irmãos.

Aos trinta de outubro de mil novecentos e quatro, na Igreja Bom Jesus, de minha licença, Pe. Manoel de Carvalho batizou solenemente Esther, nascida a vinte e um de julho deste ano, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo de Araújo Martins, padrinhos Dr. Francisco Gomes do Valle Miranda e D. Maria Amélia do Valle Miranda. Do que faço e assino este termo. O Pároco João Maria Cavalcanti de Brito (Pe. João Maria).

Esther Pinto Martins, que usou o nome de Sóror Maria Armanda Pinto Martins, da Congregação Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, faleceu em 1939. Uma irmã de Ester, de nome Guiomar Pinto Martins, entrou para essa mesma Congregação, em 1927, usando o nome de irmã Ester Pinto Martins. Foi professora laureada pela Escola Normal de Natal, e, em 1913, aparece como professora em Currais Novos. Faleceu em São Paulo, no ano de 1945.

Aos dezesseis de abril de mil novecentos e nove, foi por mim solenemente batizada, nesta Matriz, Lucarda, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo de Araújo Martins, nascida aos vinte e três de outubro deste mesmo ano, foram padrinhos Avelino Alves Freire e Antonia de Medeiros Freire; do que mandei fazer este que assino. Vigário Moysés Ferreira do Nascimento.

Lucarda Pinto Martins, em 1931, foi aprovada em um concurso de datilografia da Escola Royal, em 1936 era nomeada como servente de 2ª classe das escolas elementares do Departamento de Educação do Distrito Federal. Foi membro do Partido Proletário do Brasil, e por esse partido foi candidata a vereadora no ano de 1941. Em 1948, encontramos Lucarda como Diretora do Departamento Social e Cultural da Federação Brasileira de Escolas de Samba.

Aos quatro de outubro de mil novecentos e três na Matriz de Natal, batizei, solenemente, Raymundo, nascido em três de fevereiro do corrente, filho de Antonio Pinto Martins, e Maria do Carmo de Araújo Martins, padrinhos Francisco Justiniano Cascudo e D. Anna Maria da Conceição Cascudo. Do que faço e assino este termo, o pároco João Maria Cavalcanti de Brito.
Raymundo foi assistente técnico do Núcleo de Serviço Técnico de Aviação, cargo que abandonou. Em 1959 aparece como capitão da Marinha de Guerra. Em 1960 como Comandante da Marinha Mercante. Em 1968 era superintendente geral da Frota Comercial Marítima e de Cabotagem do Brasil S/A.

Maria, filha legítima de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo Martins, nasceu aos nove de setembro de mil novecentos e cinco e foi pelo Coadjutor Reverendo José solenemente batizada, na Igreja Bom Jesus, desta Freguesia, aos seis de janeiro do ano seguinte; foram padrinhos Dr. Arnobio Marques e Maria do Carmo Marques. Do que mandei fazer este que assino. Vigário Moyses Ferreira do Nascimento. Não sei o destino dessa Maria.Sei que em 1917, partindo de Natal, chegava a Recife, Antonio Pinto Martins, sua esposa, suas filhas Dina Pinto Martins, Esther Pinto Martins, Maria de Lourdes Pinto Martins (Em 1929, ela casou no Rio de Janeiro com Dr. Antonio Henrique José Gatti Edler Von Campofiore), Maria do Carmo Pinto Martins, Antonieta Pinto Martins e mais cinco filhos menores.

Um filho de Antonio e Maria do Carmo, que não encontrei o registro, foi Christalino Pinto Martins. Era escrevente da Prefeitura do Distrito Federal, participou do raid Rio de Janeiro/Maranhão/Rio de Janeiro, em um pequeno barco, com dois amigos. Casou em 1929 com Rosa Carlos Magno, irmã do Embaixador Pascoal Carlos Magno. Faleceu em 1932. Um dos filhos de Christalino e Rosa foi Armando Nicolau (homenagem a um tio e a um avô) Pinto Martins, que teve um relacionamento com Bibi Ferreira. Deste casal, Armando e Bibi, nasceu, em 1954, Teresa Cristina Ferreira Pinto Martins (atriz e diretora Tina Ferreira). Como Bibi, Armando casou várias vezes. Com Vera Greenhalgh teve Lu Martins (Luciana Martins).

Outro, do qual não encontrei registro de batismo foi Armando. No Jornal do Brasil, de 7 de abril de 1927, encontro a notícia: faleceu ontem, nesta capital o preparatoriano Armando Pinto Martins, de 13 anos, irmão do aviador brasileiro Pinto Martins.

Antonio Pinto Martins faleceu, subitamente, em 1931. Segundo o jornal “A Batalha” era um patriota exaltado que muito trabalhou pela revolução, sendo um dos membros proeminentes da Legião Brasil Novo. Deixou órfãos dois filhos. Quando morou em Macau foi tesoureiro da Loja Maçônica “Amor e Serenidade”.
Maria do Carmo Pinto Martins, que faleceu em 1950, em 16 de janeiro de 1945, mandou celebrar missa pelo óbito de sua neta, filha de Euclydes, Céres Pinto Martins Kenney e marido Edward T. Kenney, falecidos no desastre de Clipper, em 8 de janeiro de 1945 em Port Spain.

O piloto Euclydes Pinto Martins tem muito mais relação com Natal do que Exupéry.



domingo, 3 de novembro de 2013

Francisco Xavier Soares Olavo Montenegro.

Na pesquisa desenvolvida por Alcides Villar sobre a família CARRILHO ( Revista do INRG, Ano I, Nº01, está o informe sobre o casamento do médico Olavo Montenegro, amigo da nossa família e tio da minha esposa, que conheci na década de 1970, no bairro de Neópolis, onde residíamos. Na página 66, está registrado o seguinte: Livro de Casamentos do Ceará-Mirim (nº 17-B) - 1936: 
(*) Casamento em 14/02/1936 de Francisco Xavier Soares Olavo Montenegro com Yvone Carrilho de Sá. Ele, com 27 anos, filho de Manoel Xavier da Cunha Monenegro e Maria Francisca Soares Montenegro; ela, com 17 anos, filha de Waldemar Dias de Sá e Dulce Carrilho de Sá.
O casal teve três filhas que foram morar no Rio de Janeiro, após a separação. Dr. Olavo faleceu no Rio de Janeiro, após uma cirurgia e foi sepultado no Cemitério do Alecrim. Yvone faleceu em Paris. Foto do álbum da família Montenegro Pegado. Minha sogra, Antonia Iolete, era irmã de dr. Olavo Montenegro, cuja última esposa chamava-se Milca.

Dantas, o homem que conheceu os cacimbões da praia de Búzios.

Foto: Luis Alberto Dantas meu Vovô lindoo!!!!!Vovô eternas SAUDADES.O senhor partiu para casa de Deus no dia 03/11/ 2005,deixando um grande vazio em nossas vidas....A casa ficou muito vazia.... As saudades são muitas,dói,machuca....É muito difícil viver sem o senhor....É muito ruim não ver o senhor no portão,ou sentado na área de casa....É muito ruim não ouvir mais a sua voz....É muito ruim não poder + lhe abraçar....É muito ruim não poder mais lhe beijar.....É muito ruim não poder mais cuidar do senhor....Aprendi muitas coisas com o senhor,tudo que aprendi vou levar comigo para o resto da vida.Nunca vou te esquecer.Cuida de mim ai de cima.Protege-me de todo o mal,guia meus passos hoje e sempre.Te AMO eternamente!!!*Celinha*Luiz Alberto Dantas(14.08.16 a 03.11.2005) e a neta Maricélia, postou hoje, 3, data do 8º ano do seu falecimento em Natal. Dantas era conhecido por "Lucas", entre os seus amigos e colegas de trabalho. Ele foi a minha primeira fonte sobre a presença das cacimbas que o Exército brasileiro construiu ao longo do litoral sul do Rio Grande do Norte durante um período da II Guerra. Dirigindo caminhões de suprimentos, Dantas, diariamente, percorria as praias de Ponta Negra, Pirangi e Búzios, abastecendo os acampamentos militares. Faleceu em 03 de novembro de 2007, deixando viúva Célia de Lima Dantas e as filhas Margarida e Marinalva e Maricélia (falecida), médicas residentes no Paraná. Do Facebook, transcrevo abaixo:

E lá se vão 8 anos de saudades....
Tem horas que tenho a impressão que faz mais tempo..
Luis Alberto Dantas meu Vovô lindoo!!!!Vovô eternas SAUDADES.O senhor partiu para casa de Deus no dia 03/11/ 2005,deixando um grande vazio em nossas vid...Ver mais
Luis Alberto Dantas meu Vovô lindoo!!!!!Vovô eternas SAUDADES.O senhor partiu para casa de Deus no dia 03/11/ 2005,deixando um grande vazio em nossas vidas....A casa ficou muito vazia.... As saudades são muitas,dói,machuca....É muito difíci...Ver mais