terça-feira, 30 de junho de 2015

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Notas de um amigo para Gustavo de Vasconcelos

Recebi de um amigo informações genealógicas que interessam, em particular, a Gustavo  e complementam o artigo anterior.

 Prof. João Felipe,

            O Coronel CARLOS DE AZEREDO DO VALE era natural de Guimarães, Portugal, filho do Desembargador Carlos de Azeredo Leite, falecido em 17 de setembro de 1716 em Quintião, Bispado de Viseu, Portugal, e de Maria Luíza Pereira de Carvalho, veio para o Brasil, onde contraiu matrimônio com Isabel de Barros de Oliveira, filha de Mariana da Costa Travassos, e dos filhos do casal Carlos de Azeredo do Vale e Isabel de Barros de Oliveira pode-se citar outra ISABEL DE BARROS DE OLIVEIRA, falecida aos 17 de julho de 1799 casada em 19 de junho de 1741 na Capela de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga com Manuel Gonçalves Rabelo, natural da Freguesia de Santa Justa, Lisboa, Portugal, morador no Piancó – PB, filho de Antônio Gomes e de Joana Maria, e as testemunhas do casamento foram o Sargento Mor Antônio dos Santos Guimarães, morador no Sertão das Piranhas, e o Capitão Antônio de Faria Leite.
              

          FILHOS DE MANUEL GONÇALVES RABELO E DE ISABEL DE BARROS DE OLIVEIRA:

           1- JOANA MARIA DA CONCEIÇÃO, casada em 11 de fevereiro de 1777 na Fazenda BAATALHA COM O Mestre de Campo Antônio Fernandes Jales, nascido por volta de 1735, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Assunção, Arcebispado de Braga, Portugal, filho de Antônio Fernandes Jales e de Isabel da Cruz, neto paterno de Domingos Fernandes e de Catarina Fernandes, o casamento foi celebrado pelo Padre Manoel Nunes da Silveira, e as testemunhas Sargento Mor Manoel Fernandes Jales e Francisco de Sá Cavalcanti.
           2- ISABEL DE BARROS DE OLIVEIRA FILHA, casada em 07 de janeiro de 1775 com Joaquim Gonçalves Lages, natural de Santo Amaro de Jaboatão-PE, filho do Capitão Mor José Gonçalves Lages e de Joana Maria Xavier, neto paterno de Bernardo Gonçalves Lages, natural de Lisboa, Portugal, e de Maria da Conceição, e neto materno de Diogo Antunes Barroso, natural do Porto, Portugal, e de Antônia de Brito, o casamento foi celebrado pelo Padre Estevão Velho de Melo, e as testemunhas Mestre de Campo Antônio Fernandes Jales e João de Oliveira.
          3- JOANA BATISTA DE SANTANA, casada em 08 de janeiro de 1771 na Capela de São Francisco do Bonito filial de Tracunhaém com Amaro Gomes Coutinho, natural de Igarassu-PE, já viúvo de Feliciana Ferraz da Silva, e filho do Capitão Francisco Gomes Pedrosa e de Ana Coutinho da Costa, neto paterno de Manoel da Cunha e de Maria da Luz, e neto materno de Estevão Fernandes Coutinho e de Domingas Gomes, o casamento foi celebrado pelo Padre Francisco Machado Portela, e as testemunhas  Manoel de Lima e Melo e Manoel Martins Campos.
          4- MANUEL GONÇALVES RABELO JÚNIOR, casado em 11 de novembro de 1778 com Ana Joaquina, natural de Aquiraz-CE, filha de João de Oliveira Maciel e de Rosa Maria de Assunção, o casamento foi celebrado pelo Padre Joaquim de Santana, e as testemunhas Mestre de Campo Antônio Fernandes Jales e Antônio Monteiro.
          5- MARIANA DA COSTA DE OLIVEIRA, falecida em 24 de novembro de 1829 com 80 anos de idade, casada com Leonardo Bezerra Cavalcante, falecido em 24 de dezembro de 1812 com 80 anos de idade.
          6- FRANCISCO GONÇALVES RABELO.

          MARIANA DA COSTA TRAVASSOS, outra filha do casal Carlos de Azeredo do Vale e de Isabel de Barros de Macedo, ela contraiu matrimônio em 05 de maio de 1740 na Capela de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga com o Capitão José Pedro de Vasconcelos, natural da Freguesia de Nossa Senhora do Alecrim, Atual Freguesia da Encarnação, Lisboa, Portugal, batizado em 27 de abril de 1715, filho de Carlos José de Vasconcelos, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Assunção, Torre de Moncorvo, Distrito de Bragança, Portugal, e de Micaela da Conceição de Seabra, casados em 06 de setembro de 1708, neto paterno de Francisco Madeira Campos e de Maria Pinto da Mota, e neto materno de João dos Santos Nabo e de Joana Ribeiro, e as testemunhas do casamento foram o Coronel Carlos de Azeredo do Vale ( Pai da Noiva ), Lourenço Correia de Melo, Joana Gomes, Viúva, e Angélica de Azeredo do Vale, esposa de Pedro Gonçalves da Nóvoa, e o celebrante foi o Padre Manoel Correia Gomes.


         CARLOS JOSÉ DE VASCONCELOS E MICAELA DE SEABRA: Pais de José Pedro de Vasconcelos.

         Casados em 06 de setembro de 1708.

         Aos seis do mês de septembro de mil sette centos e oito com banhos corridos em prezença do Rdº Pe. Paulino Correa da Foncª de minha licença se receberão por marido e molher por palavras de prezente como manda a Stª Mde Igreja Romana CARLOS JOSEPH PEREIRA, natural da Torre de Moncorvo, baptisado na fregª de N. Srª da Assunção filho de Francº Madeira Campos e de sua molher Maria Pinta da Motta com MICHAELLA DA CONCEIÇÃO DE SIABRA natural desta Cde baptizada na fregª desta ... filha de João de Santos Nabo e de sua m.er Joanna Ribrª ambos os contrahentesm.es nessa fregª. ... forao testemunhas Berndº de Vascº Szª,  o Captªm Jozeph da Silva Azdº Costa, e outras mtªs, dia, e era ut spra.
                                                O Vig Francº ( ? ) ...


          Do casamento de Carlos José de Vasconcelos e Micaela de Seabra nasceu em Portugal o filho JOSÉ PEDRO DE VASCONCELOS, que foi batizado aos 27 de abril de 1715, e que veio para o Brasil, onde casou em 05 de maio de 1740 com Mariana da Costa Travassos.

        “ Aos vinte e sette dias do mes de abril de mil sette centos e quinze baptizei JOZEPH filho de Carlos Joseph Perª e sua m.erMicaella Siabra da Conseição, foi padrinho Joseph Francº Xavier Telles Castro e Silveira, e madrinha Joanna Mª Jozepha de Menezes e tocou com procuração sua o Rdº Conigo Luis de Misquita.

                                           O Coadjutor Raimundo Ferª da Costa. “


          O português JOSÉ PEDRO DE VASCONCELOS e a esposa MARIANA DA COSTA TRAVASSOS foram pais dos seguintes filhos, citados logo abaixo:

            
          1- ANGÉLICA MARIA DE SEABRA, casada com José Silvestre de Morais Navarro, já viúvo de Escolástica Barreto de Mesquita e filho de Sutério da Silva de Carvalho e de Helena de Morais Navarro.
          2- CARLOS JOSÉ PEREIRA DE VASCONCELOS, casado em 27 de fevereiro de 1772 com Josefa Maria da Conceição, filha de Luiz Pinheiro de Oliveira e de Rita Maria da Conceição, neta paterna do português José Pinheiro Teixeira, nascido em 14 de janeiro de 1693, e de Maria da Conceição de Oliveira, batizada aos 08 de dezembro de 1695, e neta materna de Antônio Batista Espínola e de Francisca do Rosário de Melo.

          CARLOS JOSÉ PEREIRA DE VASCONCELOS E JOSEFA MARIA DA CONCEIÇÃO foram os pais de JOANA EVANGELISTA SEABRA, que por sua vez casou com José Alexandre Gomes de Melo, batizado em 01 de novembro de 1763, filho de Antônio Teixeira da Costa e de Tereza Antônia de Melo. O casal José Alexandre Gomes de Melo e Joana Evangelista Seabra deram origem a FAMÍLIA SEABRA DE MELO em território potiguar, e foram os pais do CapitãoJOSÉ ALEXANDRE SEABRA DE MELO.

Um comentário:

  1. Opa, que maravilha!

    Dados e mais dados reveladores, pelos quais agradeço muito.

    Algumas dúvidas persistem (pena o Familysearch.org não possuir os registros de nenhum dos antepassados nominados no artigo):

    - Por que Carlos José de Vasconcelos também fora chamado, em outros registros, de Carlos José Pereira? E por que seus pais não tinham nem Vasconcelos nem Pereira no sobrenome (Francisco Madeira Campos e Maria Pinto da Mota)?

    - Por que meu tataravô Antônio José Seabra de Vasconcelos não consta como filho de José Pedro e Mariana (são citados apenas Angélica e Carlos José)?

    Muito obrigado. Aguardo retorno.

    Gustavo Maximiliano Sieben de Vasconcelos

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nova denominação.

Aviso
Informo que o blogue familiasdoseridópotiguar.blogspot.com substitue a denominação anterior, que era osdantascortezgomesdemelo.blogspot.
Atenciosamente.
O Editor.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Esboço biográfico do Barão de Ipojuca

João Felipe Trindade


Esboço biográfico do Barão de Ipojuca
Je me viens pas pleurer sur sa cendre; Il me faut pleurer que sur celle des méchants: car ils ont fait le mal, et peuvent plus le reparer. M. Thomas (Elog. De Marco A.)
A morte de um homem notável por serviços e qualidades assinala a época de um grande infortúnio para a geração que o perde. O finamento de uma existência que avultou nas lides políticas de seu tempo, que adquiriu o direito de cidade pela importância do papel que lhe coube representar na área em que floriu é um fato que não deve passar indiferente aos olhos da sociedade contemporânea.
“No meio de lutas microscópicas, das transações interesseiras, das cóleras artificiais, dos antagonismos pigmeus, das ciladas e ardis, das rivalidades e egoísmos, das argúcias e futilidades”, seria requintar o quadro de nossas misérias sociais o olharmos com indiferença para a lápida que cobre as cinzas de um cidadão benemérito, a quem a pátria deveu sacrifícios, os princípios, dedicação, os amigos, lealdade, a lei os cultos do respeito. Valeria tanto como desdenhar a poética religião dos espíritos, grave e saudosa como a do túmulo, piedosa e grata como a do berço. O elogio dos finados é a apologia da civilização, da moralidade de um povo; é a voz de natureza que se exalta na crença do seu destino mortal.
O sepulcro acaba de engolir o invólucro caduco de um grande espírito, de um lidador infatigável, à um soldado destemido da pátria. O barão de Ipojuca, outrora João do Rego Barros, já não vive; cedeu por fim aos direitos da morte! Lutou; mas nesse lutar, sublime de resignação cristã; provou quanto valia a rigidez de seu ânimo! o combate ardeu em campo desigual; a sua luta era com o destino: devia sucumbir!
Apreciar as feições deste grande caráter; designar-lhe os dotes que o enobreceram, as qualidades que o recomendaram à estima pública, é  empenho nimiamente delicado. Ele viveu até ontem. Se numerosas afeições o circundavam, e diziam nele um tipo completo de virtudes cívicas; do outro lado, ódios pequenos, emulações obscuras, calunias, anônimas, que são o limbo expiador das vocações enérgicas, dos méritos superiores, e incompreensíveis à turba dos maldizentes, não raro procuram desbotar-lhe os matizes que realçavam a teia de suas ações.
Mas, em honra de seus êmulos, entre os quais os houve leais e cavaleiros, é força dizer que eles próprios, se no calor das porfias se irritavam com os arranjos de seu  gênio altivo e fogoso, eram os primeiros a fazer justiça aos timbres de seu belo caráter.
João do Rego Barros, homem deveras homem na tempera e na segurança da palavra, era ao mesmo tempo daqueles de quem dizia Sá de Miranda:
De um peito aberto e limpo e fé lavada!
No momento da contrariedade arcava como Leão, e, no medir das armas, muitas vezes saia de si, e irrompia como o raio! Mas, esvaecida a fervura do sangue e apaziguada as paixões que turbilhonavam naquela grande alma, ei-lo tão outro e tão longe do que parecera, quanto vai do Leão ao Cordeiro! Era tão pronto em assomar-se quanto fácil em arrefecer. Não sabia deixar sem perdão qualquer ofensa sofrida, e sem arrependimento qualquer excesso a que seu gênio o arrastava.
Houve uma época em que os sucessos políticos da província nos aproximaram e nos puseram em quase intima convivência. Foi nesses dias de negregada memória, de provocações acerbas, em que os ânimos incendiados no fogo das rivalidades estragavam  em muitas represálias a seiva dos mais nobres instintos, que eu tive ocasião de conhecer de perto os invejáveis predicados de João do Rego Barros. Testemunhei alguns rasgos seus em matéria de beneficência, que incontestavelmente o colocam na gloria dos beneméritos da humanidade.
Ninguém lhe levou a melhoria nas práticas da virtude hospitaleira. Seu engenho era o asilo de quantos, batidos do infortúnio, buscavam os auspícios de seu padroado. Dessa facilidade em acolher desvalidos a malevolência de desafetos seus buscou pretextos  para caluniar suas intenções, inculcando-o como apaniguador de díscolos; mas, no correr dos tempos, logrou convencê-los de que um sentimento mui diverso o guiava, e que jamais o crime encontrou guarida em sua sombra.
Este sistema de proverbial aquiescência a todos que o procuravam; o bom ânimo e singular liberalidade com que abria os cofres de sua benevolência aos seus vizinhos e conterrâneos; o ar de simpática e prazenteira familiaridade que transluzia em sua face para com todos; a pronta e decisiva identificação com os interesses e empenhos de seus amigos; o zelo com que os promovia e sustentava; a probidade austera com que se havia em  todos os seus negócios;  a singeleza expansiva de seus atos e maneiras, o tornaram dentro em pouco o ídolo estimado da população. Seu nome tornou-se o símbolo da popularidade, mas da popularidade espontânea, afetuosa, não mentida e violentada. O povo o amava e o temia. Amava-o porquê tinha nele o patrono de seus infortúnios; temia-o porquê ele em suas afeições, pelo povo, era antes de tudo e mais que tudo homem de justiça, incapaz de transigir com erros e crimes.
Ide a esta hora à Comarca de Cabo! Que vozes sentidas e magoadas não rompem de todos os tugúrios! Por ali andei em dias de janeiro deste ano: testemunhei o vivo interesse em que toda a gente inquiria melhoras  de João do Rego, e a expressão de intima angústia que se lhe divisava no rosto pelo estado indeciso  de seu restabelecimento.
João do Rego nasceu com disposição para viver larga vida; mas seu gênio inquieto e laborioso lhe não permitia resguardo, nem descanso diante da imagem dos deveres, a que o chamava a qualidade de pai de família extremoso e desvelado pela sorte de seus filhos, cujo  futuro procurava abrigar das precisões da indigência. Ele não reconhecia legitimidade na fortuna  que não fosse adquirida com o suor do rosto. Esse lidar incessante, esse arrostar de intempéries em todas as horas do dia e da noite, esse desprezar de sintomas que lhe indicavam uma causa mórbida que cumpria combater, lhe foram manso e manso lacerando os estames da vida. Chegou, porem, um dia em que o cansaço e a fadiga o prostaram enfraquecido.
Forçado então pela dureza das circunstâncias a cuidar de si, entrou em tratamento que, interrompidos a todos os instantes por viagens forçadas, lhe foram completamente ineficazes. Já quase moribundo, procurou nesta cidade, onde esperava que a medicina coletiva operasse o milagre de restituir-lhe o vigor dos músculos, alquebrados pelo longo roçar da enfermidade latente. Tudo, porem, foi baldado. As mais doces esperanças se resolveram em fumo; e a arte se declarou vencida! Ela fez o que pôde; mas ao impossível não se resiste! Os dias do grande lidador se tinham escoados na ampulheta do tempo!  Os médicos lhe aconselharam, como recurso extremo, que procurasse os climas do Ceará, que é hoje o vasto hospital dos inválidos da medicina.
 O ilustre enfermo, conhecendo que sua derradeira hora se achava prestes a soar, e que nenhum abrigo lhe era mais lícito esperar dos esforços humanos, volveu seus olhos ao Supremo Médico das nossas enfermidades espirituais! Com a resignação de homem verdadeiramente cristão, e tão rara nestes dias de materialismo prático, pediu e recebeu os sacramentos de igreja com a mais exemplar edificação! Preenchidos estes santos deveres, João do Rego, mais por condescender com os seus, do que por confiar no resgate dos seus dias, seguiu o destino que lhe indicaram os médicos, em companhia de sua querida esposa símbolo do amor conjugal e um dos seus filhos.
O vapor Igarassú recebeu essa desolada comitiva, e com ela demandou as regiões apetecidas. Até o Rio Grande do Norte o estado do enfermo não apresentou diferenças notáveis, e como que em sua fisionomia luziu por instantes um tênue lampejo de esperança. Eram os derradeiros e pálidos clarões que a luz irradia ao aproximar-se a sua extinção total!
Sua esposa e seu filho desejando pô-lo o mais pronto possível sob a influência e ação dos ares do sertão, resolveram subir pelo Rio Assú, e dali ao interior da província; mas ao chegaram à Ilha  das Cobras, sete léguas acima de Macau, correndo o dia 18 do passado, João do Rego, tendo tomado uma ligeira refeição, exalou o último alento, com a serenidade e placidez de um espírito ungido pelo ósculo do Senhor! A piedosa esposa, o extremoso filho cerralham-lhe as pálpebras e depositaram suas cinzas em um tosco, mas decente jazigo de um pequeno cemitério de Macau, servindo-lhes de eternas sentinelas uma pedra e uma cruz!
Assim acabou um dos mais belos caráteres de Pernambuco, cujo vácuo tarde ou nunca será preenchido no município de sua residência! Na idade de pouco mais de cinquenta e três anos. João do Rego Barros poderia ter cometidos faltas, mas não crimes. Assinalou-se por serviços importantes à sua pátria; ela que o chore, e o seu choro é um justo tributo à sua memória! E eu, que fui quinhoeiro, em sua lidas, em suas glórias e revezes, não poderia eximir-me de pagar-lhe também este último feudo de perenal saudade.
Recife, 4 de março de 1860. P. de C. (Diário de Pernambuco)
Transcrito do Correio Mercantil de 4 de abril do mesmo ano.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte | Assessoria de Imprensa
24.06.2015 - 16h08m

Vivaldo Costa assume vaga de deputado na Assembleia


Crédito da foto: Eduardo Maia

O suplente Vivaldo Costa (PROS) será empossado como deputado estadual em sessão de posse nesta quinta-feira (25), às 10h, conduzida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira (PMDB). Vivaldo assume a vaga deixada pelo deputado Agnelo Alves (PDT), que faleceu no último domingo (21).

Essa é a nona vez que Vivaldo Costa assume a cadeira de deputado estadual: sendo duas vezes como suplente e sete vezes eleito parlamentar. Nas eleições do ano passado, o parlamentar teve votação de 34.457 votos, ou 2.08% do coeficiente eleitoral, ficando como primeiro suplente da coligação União pela Mudança II.

Médico, caicoense, Vivaldo Costa tem uma longa trajetória política, iniciada nos anos 1970. Foi vice-governador do Estado entre 1991 e 1994, ocasião em que assumiu o Governo. Vivaldo foi também deputado federal e prefeito de Caicó.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Minha irmã, AnaMaria, que mora em Paris, me mandou esse imeio:Botei meu nome inteiro no Google: Ana Maria Cortez Gomes

e me deparei com a ancestralidade e fiz esta copia abaixo.

Quantas pessooas não poderão fazer o mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

abs ana maria





familiasdoseridópotiguar.blogspot.com





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A ancestralidade de José Gomes de Mello, oriundo da Paraíba.

Gonzaga,
Repentinamente me bateu a curiosidade de pesquisar o nosso ancestral Cap. José Gomes de Mello, pai de Zezinho Gomes de Mello.
Fiz algumas descobertas, que seguem:

Celestino Alves diz que ele e o irmão Francisco Gomes de Mello eram oriundos de Caraubas-Apodi, filhos de Manoel Fernandes Pimenta. Ora, de cara desconfio disso pois como os filhos poderiam ser Gomes de Mello e o pai Fernandes Pimenta? Mas deixando isso de lado, resolvi pesquisar a familia Fernandes Pimenta. A mesma existiu de fato e foi importante colonizadora do oeste Potiguar, sobretudo Apodi, Caraubas, Campo Grande etc. Foram os proprirtários da Faz. Sabe Muito, cuja sede é um dos mais importante monumentos históricos da atual Caraúbas-RN.
Inúmeros membros dos Fernandes Pimenta foram pessoas destacadas nesta região no seculo XIX, tais como Maj. Manoel Fernandes Pimenta (chefe politico em Apodi entre 1824 a 1832), Cel. Luiz Manoel Fernandes (Intendente de Caraubas de 1876 a 1871), Manuel Fernandes Pimenta (Intendente em Campo Grande em 1859 a 1886) etc.

Consegui a genealogia da esposa de Manoel Fernandes Pimenta, D.
Antonia Senhorinha de Jesus (possiveis pais do Cap. José Gomes de Mello - segundo Celestino Alves!):



trisavós



 ?
 ?
 Carlos Vidal Borromeu (Portugal)
 Isabel de Araujo (India de Alagoas)



bisavós



 Antonio da Mota Ribeiro (1710-1796)
 Josefa Ferreira de Araujo
 ?
 ?

avós

 ?
 ?
 Cap. José Ferreira da Mota
 Florência Maria de Jesus

pais

 Cap. Manoel Fernandes Pimenta
 Antonia Senhorinha de Jesus

filho

 Cap. José Gomes de Mello (1820-1900)







Porem, tanto na tradição oral como no texto sobre "Os Umbelino" (blog Utinga), consta a versão que Cap. José Gomes de Mello é filho de outro José Gomes de Mello e de Anna Maria Gomes de Mello, primitivos donos da fazenda São Miguel em Currais Novos. Se assim for, a versão de Celestino cai por agua. E a ascendencia provavel seria:

pais

 José Gomes de Mello
 Anna Maria Gomes de Mello

filho

 Cap. José Gomes de Mello (1820-1900)





Ainda segundo o blog Utinga (Gente da Freguesia de Santa Rita da Cachoeira), vemos que José Gomes de Mello de fato era casado com Úrsula de Macedo, e que em 1859 morava na freguesia de Cuite-PB:


"...Aos vinte quatro de Novembro de mil oitocentos e cinqüenta e nove, pelas nove horas da manhã, no lugar denominado Santo Antonio, desta freguesia, havidas as cerimônias canônicas, e exame de Doutrina Cristã, confissão, Juxta Sac. Conc. Trid., não constando impedimento, uni em matrimonio, e dei as bênçãos nupciais, aos contraentes Candido José Meira e Maria Avelino de Faria, ele natural e morador na Freguesia de Cuité, e ela natural e moradora nesta Freguesia, aquele filho legitimo de Antonio Ferreira de Macedo, e Thereza Maria de Jesus, e ela filha legítima de Miguel Rodrigues do Nascimento e Virginia Francelina de Jesus, em presença das testemunhas José Gomes de Mello e João Amâncio de Macedo moradores nesta Freguesia, do que para constar, fiz este termo que assino. Antonio Dias da Cunha, Vigário da Freguesia. José Gomes de Mello era casado com Úrsula de Macedo, filha de Antonio Ferreira de Macedo e Thereza Maria de Jesus..."



Sobre a ascendencia de Úrsula de Macedo, esposa do Cap. José Gomes de Mello e mãe de Zezinho G. de Mello, apurei o seguinte:



bisavós

 Manoel Ferreira de Macedo
 Rosa Maria Ferreira de Macedo
 Cap-Mor Francisco de Arruda Câmara
 Maria Saraiva da Silva Arruda Câmara



avós

 Antonio Ferreira de Macedo
 Anna Arruda Câmara Ferreira de Macedo
 ?
 ?

pais

 Cap. Antonio Ferreira de Macedo
 Tereza Maria da Conceição de Macedo

filho

 Úrsula de Macedo Gomes de Melo





Por enquanto é isso. Deixo você digerir e destrinchar um pouco a historia e depois quero ouvir seus comentários. Arrumei mais um monte de tatatataravós para nós!!!
OBS - Caso você seja amigo do Genealogista João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com), sugiro consulta-lo pois o blog Utinga é dele e me parece que ele sabe muita coisa sobre os Gomes de Mello.
Preciso trabalhar agora, afinal genealogia é bacana mas não vai pagar as minhas contas...
Abs,


Rodrigo Cortez

Veja neste artigo uma das ascendentes do escritor Afonso Bezerra. Há nele, uma árvore genealógica do referido escritor, desenhada em Carapebas, com destinação para o Distrito de Epitácio Pessoa.

domingo, 21 de junho de 2015

Agostinha Monteiro de Souza


João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG.
Meus trisavós, Alexandre Avelino da Costa Martins e Anna Francisca Bezerra, tinham uma filha de nome Agostinha Maria Martins Bezerra, que foi casada com Manoel Antonio da Costa Monteiro, filho de Antonio Caetano Monteiro e Olímpia Maria da Conceição. Deve ter recebido seu nome em homenagem a mãe de Anna Francisca, que se chamava Agostinha Monteiro de Souza. Esta, que foi casada com o tenente-coronel Antonio Francisco Bezerra da Costa, era filha de João Manoel da Costa e Angélica Maria da Conceição. Faleceu nova, com 33 anos, de parto, aos dois de julho de 1827.

Esse nome Agostinha Monteiro de Souza, aparentemente, não tem nada a ver com o nome dos pais. De onde surgiu, pois? Entre seus irmãos, listamos Manoel Vieira da Costa, João Manoel da Costa e Mello, e Vicente Ferreira da Costa e Mello do O’. Como de costume, esse “e Mello” denuncia junção de duas famílias, e, portanto, o Mello deve ter vindo dos pais de Angélica Maria da Conceição. Nos registros, encontrados até agora, um casal que gerou Antonio de Souza Monteiro foi José Antonio de Mello e Mathildes Quitéria Xavier da Cruz. Ela, filha de Francisco Xavier da Cruz e Lourença Dias da Rosa, e prima legítima de Agostinha. Quanto a José Antonio de Mello, na árvore genealógica desenhada do escritor Afonso Bezerra, ele aparece com filho de Thomaz e F. de Tal. Pode ser que o pai de José Antonio fosse um Thomaz Vieira de Mello.

Aqui na Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, encontramos uma Agostinha de Souza Monteiro. Vamos aproveitar esse problema, na minha família, que ainda não foi resolvido, para apresentar seu casamento.

Aos sete de janeiro de mil setecentos e cinquenta e dois, na Matriz de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande, feitas as denunciações nesta Matriz e nas partes necessárias, sem haver impedimento, como dos banhos que se acham correntes, consta, de um mandado nas partes do Reverendíssimo Senhor Doutor Visitador, se casaram solenemente em face da Igreja, por palavras de presente, Joam Martins de Sá, filho legítimo de Francisco Pires de Macedo, e de sua mulher Maria do O’, já defuntos, e Agostinha de Souza Monteiro, filha legítima do capitão José Monteyro, e de sua mulher Hylena de Souza, moradores na Ribeira de Mipibú, desta Freguesia, e logo lhes deu as bênçãos conforme os ritos da Santa Madre Igreja, do que mandou o muito Reverendo Senhor Doutor Visitador fazer este assento em que assinou. Marcos Soares de Oliveira. Nesse registro, meio confuso, não aparecem as testemunhas.

Segue o casamento de uma irmã de Agostinha: Aos dezessete de dezembro de mil setecentos e cinquenta e um, na Capela de Nossa Senhora do O’ do Papari, da Ribeira do Mipibu, da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande, feitas as denunciações costumadas, nas Igrejas necessárias, sem haver impedimento algum, como dos banhos, que se acham correntes, consta, de licença do Muito Reverendo Senhor Doutor Visitador Frey Manoel de Jesus Maria, em presença do Reverendo Padre Antonio de Araújo e Souza, capelão da dita capela, e das testemunhas o capitão-mor  Joam de Oliveira e Freitas, casado e morador na dita Ribeira, o sargento-mor Domingos Pinto Zório, casado, e morador na dita Ribeira, pessoas conhecidas, se casaram solenemente em face da Igreja, por palavras de presente, Felizardo Vieira de Mello, filho legítimo de Manoel Vieira, e sua mulher Thereza de Jesus, já defuntos, e Florência Pires de Macedo, filha legitima do capitão Joseph Monteiro, e sua mulher Hylena de Souza, todos naturais desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação, e logo lhes deu as bênçãos na forma dos ritos da Santa Madre Igreja, de que mandou o Muito Reverendo Visitador, fazer este assento em que assinou. Marcos Soares de Oliveira, Visitador.

É estranho que uma filha de José Monteiro e Helena de Souza seja Florência Pires de Macedo. Na verdade, o marido de Agostinha era filho de um Pires de Macedo. Nos livros de registros há outra pessoa com o mesmo nome dela, que foi casada com Agostinho de Souza.

Desse casal, encontramos os batismos de dois filhos: Thereza de Jesus que foi batizada aos 15 de junho de 1756, tendo como padrinhos Simão Vieira de Mello, e a viúva Joana da Rocha; e Antonio, batizado aos 29 de setembro, de 1754, tendo como padrinhos o capitão José Monteyro e sua mulher Elena de Souza.

Há alguma relação entre essas duas Agostinhas, ou temos somente meras coincidências?
Árvore Genealógica do escritor Afonso Bezerra

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Uma poesia para meu bisavô.

Uma poesia para meu bisavô
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG
Escreveu Aluízio Alves em “Angicos”: Manoel Geminiano Teixeira de Souza foi outro poeta humilde, em que a poesia era menos rasgo de inteligência e mais alegria íntima, suprindo uma vocação infelizmente perdida. Filho de José Vitaliano Teixeira de Souza e D. Urbana Matins de Souza, teve, apenas, as letras minguadas de uma escola rudimentar. Nascido em 1848, em Angicos, viveu sempre na penumbra, entre os afazeres suaves de sacristão, e, por algumas vezes, promotor interino da capela.
No livro, Aluízio apresenta algumas poesias do poeta Manoel Geminiano. Aqui, eu apresento uma poesia que ele mandou para o jornal “Brado Conservador”, que foi publicada em 7 de dezembro de 1877, e que tinha o título “Ao prematuro passamento de meu amigo, o tenente Francisco Martins Ferreira”.
O tenente-cirurgião, Francisco Martins Ferreira, meu bisavô, faleceu jovem, de hidropisia, faltando dois dias para completar 36 anos. Com essa morte abrupta, minha avó ficou totalmente órfã, faltando alguns meses para completar 7 anos de idade. Foi, por isso, criada por sua tia Maria Ignácia Alves de Souza (Maria Ignácia Teixeira do Carmo, nome de solteira).
Nessa poesia, feita pelo seu amigo, temos a oportunidade de conhecer melhor como era meu bisavô.
Ontem...qual astro de fulgor brilhante
Hoje...na campa esquecido jaz!
Não dos amigos, que chorando o lembram
Porém da glória, quando do mundo  apraz.

A parca ingrata, por demais cruel,
Sempre insensível, e sem ter clemência,
Roubou aos filhos extremoso pai,
E à sociedade uma inteligência.

Tranquilo dorme o funerário sono,
Tendo por leito a regelada lousa,
E o seu espirito de fiel cristão,
Junto ao Deus Trino lá no céu repousa

Banhada a face do sentido pranto,
Opresso o peito de pungente dor...
Prantear venho do amigo a perda,
Pois do meu pranto é merecedor.

Afável sempre conquistou estima,
De Deus cumprindo o salutar preceito, 
Entregando seu espirito ao mesmo.
Viu por amigos rodeado o leito.

E da terra mesquinha desprendeu-se,
e voou à celeste eternidade,
É justo, pois verter sobre o seu túmulo
Uma lágrima de dor e de saudade.



Abraços 
João Felipe da Trindade
Natal, Rio Grande do Norte

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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Genealogia Seridoense.

Por Fernando Antonio Bezerra*

Foto reprodução/divulgação
O Seridó é terra fecunda em dissertações, artigos, publicações de livros, enfim uma significativa e qualitativa produção literária. Dentre vários temas abordados, a genealogia se apresenta com destaque. O Seridó gosta de falar sobre genealogia, o que é muito bom! A genealogia é a ciência do parentesco. É um ramo auxiliar da história que se dedica a estudar a origem e as várias gerações de uma família e seus ramos paralelos.

A pesquisa genealógica não é fácil. Exige um esforço pessoal dos interessados no que se refere a frequentar arquivos de cartórios, secretarias paroquiais e de outras instituições. Algumas vezes, infelizmente, os arquivos estão desorganizados e ilegíveis pela ausência de cuidados ou, simplesmente, foram destruídos pela insensibilidade dos que não acalentam respeito à memória. Com a internet, evidentemente, os pesquisadores ganharam nova ferramenta, entretanto, existem muitos dados incompletos ou equivocados que somente as fontes primitivas elucidam. Também, na genealogia, sobretudo no passado, existia a transmissão oral de informações. Os mais velhos, de fato, conheciam e ministravam verdadeiras aulas de genealogia para os mais moços que, por sua vez, reconheciam e respeitavam os parentes, mesmo os mais distantes. Hoje, infelizmente, alguns sequer sabem os nomes de seus avós... Mas, este tema é para outro dia e sob a luz de outras investigações sociais.

Mesmo assim, o Seridó é a mais estudada, das regiões potiguares, em relação à sua genealogia. Das obras importantes que tratam do tema, seguramente, “Famílias Seridoenses”, de José Augusto Bezerra de Medeiros, “Homens e Fatos do Seridó Antigo”, de Dom José Adelino Dantas, “Velhas Famílias do Seridó”, de Olavo Medeiros Filho” e “Os Álvares do Seridó e suas ramificações”, de Sinval Costa, são fontes obrigatórias de pesquisas.

Outros livros também se referem a genealogia, alguns dos quais já publicados por novos escritores que, mesmo em menor número, também se dedicam a pesquisar as origens e ramos do parentesco. Seria um grande risco mencionar um ou outro nome pela possibilidade de uma involuntária omissão, mas, em torno do Instituto Norte-Riograndense de Genealogia, do Encontro anual de Genealogia realizado em Caicó e das pesquisas do Departamento de História do Centro de Ensino Superior do Seridó-UFRN, muitos dos novos pesquisadores e autores serão encontrados.

Em todas as lições, contudo, uma é muito presente: Tomaz de Araújo Pereira é o “Adão do Seridó”. Não foi o primeiro desbravador, mas é considerado um dos primeiros a construir uma família a partir do Seridó. Tomaz de Araújo Pereira (1º.), natural de Viana, Portugal, recebeu a sua primeira data de terra no Brasil em 1734. Tomaz era casado com a brasileira Maria da Conceição Mendonça e, com ela, gerou 08 filhos: Thomaz de Araújo Pereira, João Damasceno Pereira, Cosme Soares Pereira, José de Araújo Pereira, Josepha de Araújo Pereia, Joanna de Araújo Pereira, Helena de Araújo Pereira e Ana de Araújo Pereira. José Augusto diz que “entre as famílias que povoaram o Seridó, e ai se fixaram, a família Araújo, se não é a mais antiga, é das mais antigas, e certamente a que mais proliferou, sendo hoje a mais numerosa dentre quantas se contam radicadas naquele trecho do território norte-rio-grandense. Não é exagero afirmar que raro será o seridoense que não tenha sangue de Araújo.”

Outros muitos ramos são estudados pela genealogia seridoense: Dantas Correia; Azevedo Maia; Batista; Medeiros; Lopes Galvão; Fernandes Pimenta; Bezerra; Pereira Monteiro; Faria; Garcia; Alves dos Santos; Gonçalves Melo; Teixeira; Fontes Rangel; Silva e Souza, dentre outros. Em todos, versões comuns que dignificam os que fizeram a história de superação, resistência e trabalho do Seridó de todos nós!

*Fernando Antonio Bezerra é potiguar do Seridó

- Com post na página do Bar de Ferreirinha


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 6/08/2015 04:46:00 PM

terça-feira, 2 de junho de 2015

Manoel de Carvalho Tinoco, Antonia de Freitas e Apodi

Manoel de Carvalho Tinoco, Antonia de Freitas e Apodi
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Matemático, sócio do IHGRN e do INRG
A repetição de nomes, nas várias famílias brasileiras, acarreta equívocos quando da construção de qualquer genealogia. Há um trabalho de meu amigo Marcos Pinto, lá do Apodi, intitulado “Antonio da Rocha Bezerra, um herói esquecido”, onde encontramos algumas contradições, que precisamos corrigir. Segundo ele, Antonio da Rocha Bezerra que foi assassinado, em 1711, por conta da sua relação com o parente Leandro Bezerra Cavalcante, da Guerra dos Mascates, era filho de José da Rocha Bezerra e Dona Antonia de Freitas Nogueira. Diz ainda, que Dona Antonia quando enviuvou de José da Rocha Bezerra, tinha 28 anos em 1680, e casou com Manoel Carvalho Tinoco em 1681. Diz mais, que Antonio da Rocha Bezerra foi casado com Dona Josefa Leite de Oliveira.
Vamos aos fatos. Dona Antonia Freitas, que casou com Manoel Carvalho Tinoco, não pode ser a mesma Antonia de Freitas Nogueira, pois, em 1708, era batizada sua filha Domingas, e, nessa data, teria 55 anos. Outro fato é que o coronel Antonio da Rocha Bezerra, que casou com Josefa de Oliveira Leite, foi padrinho do neto Antonio, filho de Antonio da  Rocha Bezerra e Maria Gomes Freire, no ano de 1760. Vamos conhecer melhor sobre Manoel Carvalho Tinoco e sua esposa.
Entre os assentamentos de praça, encontramos o seguinte: Manoel de Carvalho Tinoco, filho de Domingues Fernandes, natural da cidade de Braga, de idade de trinta e oito anos, cabelo negro, olhos pardos, barba negra, rosto grande, e comprido, e feito de pequena estatura, senta praça de soldado nesta companhia desde 5 de janeiro de 1699, e vence mil oitocentos e sessenta e seis réis de soldo, por mês, na forma do assento do Conselho da Fazenda, lançado no Lº 2º a fl 77 verso e não vencerá mais coisa alguma. Manoel Gonçalves Branco.
Na margem desse assento há mais algumas informações. Primeiro, a data de assento é corrigida para 21 de outubro de 1699, em Assú; outra anotação dá conta que foi condenado por sentença a servir à sua majestade um ano a sua custa como dela consta no Lº 6º a fl. 26 em que está registrado que começa em 23 de fevereiro de 1703, como consta de sua apresentação; começou a servir em a Companhia do capitão Salvador Amorim que era da Guarnição na Fortaleza dos Santos Reis a sua custa em (sem a data).
Entre os registros mais antigos, ainda existentes, encontramos os batismos de vários filhos de Manoel e Antonia, como segue:
Aos 13 de agosto de 1695, batizou o Padre Pedro Fernandes, de minha licença, na capela de São Gonçalo, a Caetano filho de Manoel de Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Nicácio da Costa e Joana Gomes, filhos do Capitão Pedro da Costa (Faleiro). Basílio de Abreu e Andrade.
Aos 29 de setembro de 1697, batizou e pôs os santos óleos, de minha licença, o Padre Francisco Bezerra, em Santo Antônio do Potengi, a inocente Ana, filha de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel Rodrigues Santiago e Florença de Dornellas. Domingos da Rocha de Figueiredo.
Em 19 de fevereiro de 1700 anos, na capela de São Gonçalo do Potengi, com licença do Reverendo Padre Coadjutor desta Matriz, o licenciado Antonio Rodrigues Frazão, batizou o Padre Francisco Bezerra a Manoel, filho de Manoel de Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel da Gama de Araújo e Bernarda de Oliveira, filha da viúva Mariana da Costa. Simão Rodrigues de Sá.
Em 05 de julho de 1702 anos, na capela do Senhor São Gonçalo do Potengi, batizei a Joseph, filho de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos Manoel Gonçalves Pimentel e Maria de Freitas, mulher de Antônio Pinto. Simão Rodrigues de Sá.
Em 4 de abril de 1704, na capela do Senhor Santo Antônio do Potengi, com licença minha, batizou o Padre Francisco Bezerra de Góis, a  Maria, filha de Manoel Carvalho e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos o Comissário Geral Antônio Gomes de Barros e Custódia de Freitas, filha de Maria de Freitas, mulher de Antônio Pinto. Simão Rodrigues de Sá, Vigário.
Em 11 de maio, na Capela do Senhor Santo Antônio do Potengi, do ano de 1706, batizei a Florinda filha de Manoel Carvalho Tinoco e de sua mulher Antônia de Freitas. Foram padrinhos o tenente-coronel Teodósio de Grasciman e sua mulher Paula Barbosa. Simão Rodrigues de Sá.
Em 06 de agosto de 1708 anos, na capela de São Gonçalo do Potengi, de licença minha, batizou o Padre Antonio de Araújo e Souza a Domingas filha de Manoel Carvalho Tinoco e de Antônia de Freitas. Foram padrinhos o Padre Francisco Bezerra e Custódia de Freitas. Simão Rodrigues de Sá.
Essa Maria de Freitas, mulher de Antonio Pinto, parece ser da família, pois, ela ou sua filha, Custódia,  apadrinharam três filhos de Antonia de Freitas.
O registro de casamento de Caetano já apresenta falhas e, por isso, transcrevemos parte dele. Caetano Gomes de Almeida (o sobrenome não contém, aparentemente, nenhuma relação com os dos pais) casou aos nove de agosto de 1734, na Capela de Nossa Senhora da Conceição de Jundiaí, com Apolônia de Almeida Costa, filha legítima de Mathias da Silva Gayo, e de sua mulher Potenciana Carvalho, já defunta, na presença do capitão de Infantaria Francisco Ribeiro Garcia, do sargento-mor Hilário de Castro Rocha, de sua mulher Maria Magdalena e de Izabel de Barros, mulher do coronel Carlos de Azevedo do Vale. Nessa data Manoel Carvalho Tinoco, seu pai,  já era falecido. As denunciações foram feitas na Matriz e na capela da Senhora Santa Ana do Arraial, onde Apolônia era moradora e na de Nossa Senhora dos Remédios de Cajupiranga, onde morava Caetano. Apresentaram banhos corridos no Curato de Assú, e foram dispensados no quarto grau de sanguinidade atingente ao terceiro.
Outro filho de Manoel Tinoco e Antonia de Freitas, que encontramos o casamento, foi Manoel. Transcrevemos seu registro a seguir.

Aos vinte e oito de novembro de mil setecentos e quarenta e dois anos, na Capela do Senhor Santo Antonio do Potegy, desta Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Rio Grande do Norte, feitas as denunciações na forma do Sagrado Concilio Tridentino, nesta Matriz e nas mais partes necessárias desta Freguesia, onde os contraentes são naturais e a contraente moradora, e na Freguesia do Assú, onde o contraente é morador, sem se descobrir impedimento, como consta das Certidões dos Banhos, que ficam em meu poder, em presença do Reverendo Padre Manoel Pinheiro Teixeira, de licença minha, e sendo presentes por testemunhas o coronel João Pereira de Veras e Ignácio de Oliveira, pessoas conhecidas, os quais vinham assinados juntamente como o Reverendo Padre Assistente, no assento  que mandou, por eu assim expressar, na licença que dei conforme provimento do Reverendo Senhor Doutor Visitador, se casaram em face da Igreja, solenemente, por palavras, Manoel Carvalho, filho legítimo de Manoel Carvalho Tinoco, já defunto, e de Antonia de Freitas, moradores que foram neste Rio Grande, e por ora moradores na freguesia do Senhor São João Baptista do Assú, com Josefa da Costa de Oliveira, filha legítima de Basílio Lopes Lima e de sua mulher Antonia Leite de Oliveira, moradores nesta Freguesia e dela ambos os contraentes naturais. Manoel Correa Gomes, Vigário.