quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pesquisador conclui: Manoel Pegado Cortez foi o elo de ligação com os Pegado Cortez do Seridó do RN. Rodrigo Cortez enviou imeio com relatos comprobatórios/históricos do Capitão Manoel Pegado Cortez, de Arez, onde ainda vivem seus parentes-descendentes.

Oi Luiz e Eva,


Achei alguns dados sobre Manoel Pegado Cortez, de Arez, pai do Manoel Filho e sogro de Marica Pegado. Agora podemos afirmar sem dúvidas que o mesmo fora um rico latifundiário, proprietário de terras, juiz de paz, capitão da guarda nacional e cavaleiro da ordem da rosa, entre outras coisas.
Veja abaixo (e em anexo) o trecho que extrai da edição do dia 02 de maio de 1861 do Jornal Correio Mercantil-RJ.

(...)
Na freguesia do Arez, que faz parte deste collegio, a eleição regular foi presidida pelo 1° Juiz de Paz, Capitão Manoel Pegado Cortez, e os mesarios, que com outro juiz fizerão uma duplicata, tiverão para assim proceder o único motivo de haverem sido derrotados na referida eleição.
A destituição do 1° juiz de paz sob o pretexto de ser analphabeto é um escandalo sem nome e sem exemplo. O Capitão Pegado é um dos abastados proprietários da província, e o mais rico de seu município; foi por serviços relevantes condecorado com o habito da Rosa, e no lugar de sua residência tem occupado importantes cargos, que os analphabetos não podem exercer, como senão o de juiz de facto, capitão da guarda nacional, etc., etc..
(...)
Nota 1: grafia original do período. Em anexo, o recorte do original deste noticia.
Nota 2: A Guarda Nacional, foi criada em 1831, pelo regente Feijo, ela era uma milícia civil que representava o poder armado dos proprietários que passaram a patrulhar as ruas e estradas em substituição às forças tradicionais, corpos de milícias, as ordenanças e as guardas municipais e Exército. Para ser integrante dela era preciso pois ser alguém de posses, que tivesse recursos para assumir os custos com o uniforme e as armas necessárias (200 mil réis de renda anual nas cidades e 100 mil réis no campo). O governo da Regência colocou então os postos militares de oficiais à venda, podendo então os proprietários e seus próximos adquirirem os títulos de tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel da Guarda Nacional (não havia o posto de general, prerrogativa exclusiva do Exército). 
Nota 3: Imperial Ordem da Rosa é uma ordem honorífica brasileira. Foi criada em 27 de fevereiro de 1829 pelo imperador D. Pedro I(1822 — 1831) para perpetuar a memória de seu matrimônio, em segundas núpcias, com Dona Amélia de Leuchtenberg e Eischstädt. A ordem premiava militares e civis, nacionais e estrangeiros, que se distinguissem por sua fidelidade à pessoa do Imperador e por serviços prestados ao Estado, e comportava um número de graus superior às outras ordens brasileiras e portuguesas então existentes. De 1829 a 1831 D. Pedro I concedeu apenas cento e oitenta e nove insígnias. O seu filho e sucessor, D. Pedro II (1840 — 1889), ao longo do segundo reinado, chegou a agraciar 14.284 cidadãos. Os graus em ordem decrescente são: 1° Grã-cruz, 2° Grande Dignitário, 3° Dignitário, 4° Comendador, 5°Oficial e 6° Cavaleiro (Cap. Manoel Pegado Cortez).

Nota 4: O Juiz de Paz surgiu em 1827, concebido como um representante eleito, que não tinha treinamento, nem pagamento, e que atuaria em assuntos de pouca importância na freguesia. Tinham várias obrigações, entre elas promover conciliações, resolver dúvidas sobre estradas particulares, pastos, águas usadas na agricultura ou no minério, direitos de caça e pesca, danos causados por escravos e animais particulares. Quando as reuniões públicas apresentavam ameaça de desordem, era obrigação do juiz de paz dispersá-la, até com a ajuda da polícia. Quando havia um crime, o juiz de paz tinha que se encarregar de reunir provas. A aplicação dos regulamentos municipais, a prevenção e destruição de comunidades de escravos fugitivos também eram de sua competência. Era o reformador social da comunidade, sendo responsável pelos bêbados e pelas prostitutas escandalosas. Protegia os bosques públicos e a poda ilegal dos bosques privados, a notificação ao presidente da província quando eram descobertos recursos animais, vegetais ou minerais úteis.

Nota 5: Apesar deste Manoel Pegado ser analfabeto, posso considerar que ele fora um homem culto e talvez até refinado ao seu tempo, devido às suas posses, entre às quais, a fazenda Bom Jardim deixada em forma de dote para o casamento de sua filha Maria Camila com o Cel. Antonio Bento de Araújo Lima. Vale a pena recordar que foi exatamente em Bom Jardim que Manoel Pegado Cortez Filho (esposo de Maria Senhorinha Dantas) assinou e datou o seu exemplar do livro "Bom Tom", em 1° de janeiro de 1870, provavelmente durante visita à ex-casa paterna, agora residencia da irmã Maria Camila e do cunhado Antonio Bento. Aqui temos, claramente, a comprovação da ligação entre os Pegado Cortez de Arez/Goianinha com os do Seridó.
Abs,


Rodrigo Cortez

ManoelPegado_Arez_Cap-Juiz-Cavaleiro_detalhe_1861.JPG
12