terça-feira, 12 de março de 2013

O primeiro relato impresso sobre o casarão de Manoel Pegado Cortez (filho).


"Entre Currais Novos e Santa Cruz, tivemos a pousada mais encantadora da viagem, no planalto da Borborema, antes de descambar da serra do Doutor: fomos recebidos gentilmente na Fazenda S. Luiz, pela viúva D. Maria Pegado e duas suas gentilíssimas filhas. Dessas, era loura uma e a outra morena que muito me impressionou, a ponto de o notarem os companheiros de excursão. Não fora a curta permanência em S. Luiz, apenas de umas horas, e talvez eu não resistisse aos encantos de tão graciosa quão discreta sertaneja”, escreveu Henrique de Novaes, na página 78 do seu livro “Reminiscências do Rio Grande do Norte”, no qual relata a histórica viagem ao nosso Estado, em 1904, da Missão Sampaio, enviada pelo Governo Federal, para planejar as obras  contra a seca (barragens, açudes, estradas, etc).
Este é o primeiro documento impresso sobre Maria Senhorinha Dantas Cortez, popularmente conhecida por “Marica Pegado”, viúva do fazendeiro Manoel Pegado Cortez Filho, filho de Manoel Pegado Cortez, do Engenho Bom Jardim, de Goianinha/RN. Não sabemos a data da sua primeira impressão, mas houve uma reedição fac-similar patrocinada por Vingt-Um Rosado Maia, na Coleção Mossoroense, na qual está identificado como pertencente a Série C _ Volume CCCLXIII, 1987, conforme consta do Núcleo de Estudos Históricos do Departamento de História  da UFRN – Acervo Bibliográfico – Rio Grande do Norte.
O exemplar do livro de Henrique de Novaes foi obtido graças a Oswaldo Lamartine, que  encontrou na biblioteca do seu pai, Juvenal Lamartine de Faria.
Os catorze homens da Missão Sampaio, chefiada pelo jovem Henrique de Novaes, fez o trajeto entre Caicó e Natal, oito dias, a cavalo. Em Natal, a 12 de março de 1904, “pelas 14 horas”,  encontraram a cidade com mais de 4 mil flagelados da seca, famintos e doentes, morrendo nas praças e nas ruas, à míngua,  pois os moradores não tinham condições de dar os alimentos necessários. 
 Lateral da casa grande do sítio São Luiz, em Currais Novos/RN, mencionada no livro de Henrique de Novaes, de 1904, que, décadas depois, tornou-se um dos luminares da engenharia brasileira.
Henrique de Novaes foi deputado e senador pelo Estado do Espírito Santo, conforme informações abaixo do Arquivo do Senado Federal.

    Períodos Legislativos da Terceira República - 1937-1946

    Henrique de Novaes
    Nascimento: 16/8/1884
    Natural de: Cachoeiro de Itapemirim   - ES
    Filiação: Manoel Leite de Novaes Melo
                 e  Maria Souza de Novaes
    Falecimento: 4/4/1950


   Histórico Acadêmico
     Primário     Escola Particular

   Cargos Públicos

     Engenheiro do Estado de São Paulo.     São Paulo
     Presidente da Companhia Vale do Rio Doce.  
     Chefe do Primeiro Distrito na Inspetoria  
     Diretor do Departamento Federal de Águas e Esgotos     Vitória

   Profissões
     Servidor Público
     Engenheiro

   Mandatos
     Prefeito  -       1916 a 1920
     Prefeito  -       1944 a 1945
     Senador  -       1946 a 1950



   Trabalhos Publicados
     - Novaes, Henrique. Estudos Preliminares para um plano de recuperação do Vale do São Francisco. Rio de Janeiro. Imprensa Nacional, 1947. (Câmara);
     - O Plano Salte (Transportes e Energia na Comissão de Viação e Obras Públicas do Senado Federal. Rio de Janeiro. Imprensa Nacional, 1949. 109. P. (Ministério da Justiça).
     
Informações fornecidas pela Secretaria de Arquivo   do Senado Federal.



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