segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


O PORVIR e a morte de “Marica Pegado”.

Na edição nº 14, p. 2, Ano II, de 19 de junho de 1927, o jornal O PORVIR, registrou a morte de “Marica Pegado”, com o seguinte texto:
“D. Maria Senhorinha D. Cortez”.
Na avançada idade de 79 anos, faleceu no dia 04 do corrente, no sítio “São Luiz”, deste município, depois de porfiada moléstia, a Exma. Sra. D. Maria Senhorinha Dantas Cortez.
A saudosa extincta fazia parte de uma das mais dignas e conceituadas famílias de nossa terra, e que pelas peregrinas virtudes e adamantinas qualidades de que era possuidora fazia jus a muitas inquebrantaveis amizades que desfrutava em nosso meio; portanto, o seu desaparecimento causou grande consternação aos seus numerosos amigos.
D. Senhorinha era filha do Sr. Manoel Francisco Dantas e D. Guilhermina S. Dantas. Nasceu no dia 13 de maio de 1848, na fazenda “Monte Alegre”, no município de Acary. Casou-se no dia 06 de fevereiro de 1866 com o Sr.Manoel Pegado Cortez,já falecido. Deixou a seguinte prole: 9 filhos, 79 netos e 49 bisnetos.
Registrando este lutuoso acontecimento, “O PORVIR” envia sinceras condolências a todos os membros da família, especialmente, aos dignos filhos Manoel, José, Joaquim, Samuel, Euclides e Alfredo Pegado e às suas queridas filhas: Luzia, casada com o Sr. Theophilo Leopoldino Dantas, Ana , esposa do Sr. José Gomes de Mello e D. Cândida Cortez, bem como ao nosso companheiro Ewerton D. Cortez”.
Nota: em 21 de novembro de 1926, faleceu um filho de “Marica Pegado”, o Sr. João Elias Dantas Cortez, domo da fazenda São Francisco, em Currais Novos.
Ewerton D. Cortez era neto de “Marica Pegado”, uma mulher letrada, cuja casa servia de pouso  para os viajantes e políticos, recebia jornais e revistas do sul do país. Era uma verdadeira pousada, cuja decadência é atribuída ao falecimento de sua proprietária e ao desvio da estrada que estava projetada para ligar a região Seridó a Mossoró, no Oeste potiguar. O traçado foi substituído pela atual BR 226, ligando Currais Novos a Natal, via Macaíba, com término no “Guarapes”, ficando a pousada  de Marica Pegado distante da rodovia.








3 comentários:

  1. Caro Gonzaga,
    Esse seu post acima foi uma grata surpresa, pois conforme noticiado no "O Porvir", Dona Marica se casou com Manoel Pegado Cortez em 1866. Isso corrobora com o fato de que em 1861 Manoel Pegado Cortez ainda encontrava-se em Arez na ocasião que foi destituido do cargo de juiz de paz daquela comarca, pelo fato de não saber ler e escrever. Imagino que em algum momento entre 1861 a 1865 ele veio para o Seridó onde comprou a data Pitombeira com dois "socios", conheceu e casou-se com D. Marica. Suponho que na ocasião de seu casorio ele já deveria ter algo como 45-50 anos, e D. Marica 18...

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    1. Rodrigo, mas fica a pergunta. Se Manoel Pegado Cortez fosse realmente filho de um Manoel Pegado Cortez, será que o juiz de paz destituído era ele mesmo ou seu suposto pai?

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  2. Correções: O jornal O Porvir errou ao registrar que "Marica Pegado" tinha deixado 9 filhos, pois ela deixou 15 filhos, sendo que João Elias Dantas Cortez tinha falecido em 1926. Na relação publicada na edição de 19 de junho de 1927, faltaram os nomes de Antonio, João Elias - Joquinha, Olindina, Francisca, Lourdes e Guilhermina.

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